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quinta-feira, março 08, 2012

Problemas antigos...

Um trabalho jornalístico publicado em dezembro de 1995. A Lusoponte preparava-se para assumir a concessão exclusiva das futuras travessias do Tejo até Vila Franca de Xira. E havia, ainda, um grande movimento de contestação às portagens (embora já não intenso como o que, em 1994, deu início à derrota do governo PSD - Cavaco Silva).
A História não se repete: continua.

quinta-feira, setembro 02, 2010

"Vinte anos, vinte festas" - artigo do Sul Expresso sobre a Festa do Avante de 1996


Em 1996 a Festa do Avante comemorava 20 anos (começou em 1976), cumpria a 20ª edição (seriam 21, mas a de 1997 não se realizou, por falta de terreno) estava pela sétima vez na margem sul do Tejo (o primeiro ano na Quinta da Atalaia foi 1990)... e, com tanta História, não deixava de ter grandes novidades para apresentar!

Consolidadas as infra-estruturas no terreno, faziam-se, nesse ano, algumas "experiências" com a disposição dos pavilhões (ver texto abaixo: reportagem de Adelaide Coelho para a Revista Sem Mais) e abria-se ao público, pela primeira vez, uma zona até então "interdita": o espaço contíguo à Baía do Seixal, com um pequeno lago dentro do recinto da Festa. Mas a grande e relevante novidade seria a actuação de uma orquestra sinfónica no Palco 25 de Abril. A experiência foi tão boa que se repete até hoje: o palco principal abre sempre, na sexta-feira, com música sinfónica!

Neste texto para o Sul Expresso, eu (que era um assíduo frequentador da Festa - nunca falhara uma, desde 1987) tentei, como me competia enquanto jornalista, escrever de forma "distanciada", sem demonstrar as minhas simpatias. Daí alguma ironia patente na peça... Talvez até demais, reconheço.

Curiosidade suplementar: a fotografia que ilustra este artigo é de uma década antes, na Festa do Avante de 1986 - a última realizada no Alto da Ajuda. É uma imagem captada por mim, no anfiteatro do palco principal, com uma máquina fotográfica Praktika MTL5 utilizando película ORWO e revelada no laboratório de fotografia do Centro Cultural de Almada.

quinta-feira, abril 23, 2009

O Ponto de Encontro (Casa da Juventude de Cacilhas, Almada), em 1995

A Casa Municipal da Juventude de Almada abriu ao público no dia 23 de Abril de 1989. Começou por ser um espaço cru, sem valências definidas, mas com um projecto: fazer com que os jovens almadenses se apropriassem do edifício e ali criassem as suas próprias esruturas associativas. Era uma casa para construir aos poucos. E assim foi.
Mas a casa teve, alternadamente, períodos de grande actividade e períodos de algum marasmo.
Em 1995, os utentes do espaço diziam que a actividade cultural já não era o que tina sido em anos anteriores. Eu, que estava ao serviço do jornal Sul Expresso - e que conhecia bem aquele espaço e as actividades que lá se realizavam - fiz então esta reportagem:




quarta-feira, novembro 26, 2008

O Metro Sul do Tejo: contribuições para a sua história


No dia em que o Metro Sul do Tejo chega (finalmente!) a Cacilhas, decidi armar-me em pretensioso e publicar aqui no meu cantinho algumas "contribuições para a história" do dito.

Parece que a ideia vinha já dos anos 80. Mas as referências documentais mais antigas que tenho nos meus arquivos pessoais remontam a 1995. Por exemplo, nesta publicação de propaganda política da CDU...



... ou neste jornal, o Sul Expresso, conotado com o Partido Socialista (embora não fosse assim tão "socialista" entre aspas: eu trabalhava lá - e, apesar de me chamar também António Vitorino, não sou o dirigente do PS, como certamente já repararam...).




Portanto, em 20 de Março de 1995, o estudo de viabilidade técnica e económica (entregue ao ministério liderado por Ferreira do Amaral) era apresentado publicamente. E, como se pode ver, já previa o actual traçado dentro da cidade de Almada. Previa ligações à Costa de Caparica (façam o favor de confirmar) e ao Seixal e Barreiro, com a possibilidade de posterior extensão até à Moita (é o que está no mapa, não é?).Claro que os prazos eram muito"optimistas". Mas em Portugal os prazos são sempre "optimistas", certo?



No mesmo ano, a 5 de Abril, a Câmara de Almada aprovava em reunião pública o protocolo do MST, "por unanimidade e com direito a palmas", como reportava então a jornalista do Sul Expresso Ana Isabel Borralho.


A 18 de Abril de 1995, o Governo e as quatro autarquias envolvidas no projecto (Almada, Seixal, Barreiro e Moita) assinavam um protocolo de colaboração. O ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, fazia então uma notável "declaração de intenções" na qual considerava ser a ferrovia o "transporte do futuro" (não sei, mas parece-me que ouvi recentemente alguém do actual Governo dizer qualquer coisa semelhante...).





Claro que, já nesse tempo, se levantavam algumas vozes de esclarecidos (e anónimos) cidadãos, indignando-se contra o projecto e avisando as gerações futuras quanto às nefastas consequências do "comboio". Por exemplo, este cronista residente do "socialista" (entre aspas) Sul Expresso, que assinava como "rosinha dos limões":




Entretanto, a antiga Rodoviária Nacional era privatizada, passando a chamar-se então (e até hoje) TST - Transportes Sul do Tejo. Quem nesse tempo chefiava os TST garantia ao Sul Expresso que a empresa estava preparada para "enfrentar a concorrência".




Note-se que os TST pertenciam então ao Grupo Barraqueiro, actual "patrão" do Metropolitano da Margem Sul; e hoje pertencem ao grupo britânico Arriva (que os adquiriram ao Grupo Barraqueiro, pois claro); e note-se também que, há poucos anos, os dois grupos tentaram criar uma "holding" de transportes, numa operação de concetração que foi chumbada pela Autoridade da Concorrência; note-se, por último, que o grupo Arriva é accionista de empresas do grupo Barraqueiro e que este, por seu lado, é accionista de empresas do outro... Confusos?

Enfim, eu em 1996 ainda não sabia de nada disto. Nem desconfiava. Daí as minhas tão "cândidas" perguntas sobre a concorrência entre os dois meios de transporte.

Alguns anos mais tarde - em 2002, para ser mais preciso - voltei a falar com responsáveis dos TST, do grupo Barraqueiro (e, nesse caso, também com a Transtejo). Deixo isso para outro artigo. Mas, se quiserem, podem espreitar o que já escrevi sobre o assunto clicando aqui:
http://vitorinices.blogspot.com/2007/05/ateno-vou-opinar-sobre-o-metro-sul-do.html

segunda-feira, dezembro 03, 2007

SUL EXPRESSO, um projecto editorial almadense, na década de 90


Tenho agora a honra e o prazer de vos apresentar aquele que foi (na minha modestíssima opinião) o melhor projecto editorial (pelo menos da imprensa escrita) que existiu em Almada nas últimas décadas: o Sul Expresso.

Jornal generalista, de periodicidade quinzenal, o Sul Expresso foi, no seu tempo, um projecto controverso (por não ter medo de incomodar os poderes, se tal fosse necessário) e, no entanto, ignorado da população em geral (porque nunca teve um circuito de distribuição eficaz, e porque os vendedores – ou, se preferirem, as “bancas” de jornais – não o punham à mostra porque “não vendia”... e, é claro, se não o punham à mostra, as pessoas não o conheciam, logo...“não vendia”).
Eu não acompanhei o nascimento do Sul Expresso (estava, então, ainda a trabalhar na rádio). Mas sei que as primeiras edições sairam em 1993. Posso dizer-vos, também, que o primeiro director foi Óscar Soares. E que as pessoas que estavam na origem deste projecto eram quadros e dirigentes do Partido Socialista em Almada. Talvez por essa razão, o Sul Expresso ficou rapidamente conhecido como “um jornal do PS”... e (desculpem lá a franqueza) talvez esse epíteto fosse adequado, nos seus primeiros tempos.
(Aliás, ninguém me tira da cabeça a ideia de que o Sul Expresso apareceu como “resposta” a outro semanário – também de qualidade, editado no vizinho concelho do Seixal – chamado Outra Banda, e geralmente apontado como “simpatizante” do PCP. De resto - e simpatias à parte - em termos puramente jornalísticos, esses dois títulos foram, no decorrer dos anos 90, o melhor que se fez na região. Aliás, faziam concorrência um ao outro. E, no que diz respeito a qualidade, não tinham quem lhes fizesse frente.)
Depois dessa primeira fase, que não acompanhei, o Sul Expresso foi objecto de uma “remodelação” já no ano de 1995. Por razões que desconheço, Óscar Soares sai da direcção do jornal, que passa então a ter um novo director (curiosamente, também ele professor do Ensino Secundário), chamado Luís Maia.


É como vos digo: não sei o que esteve na origem dessas alterações. Mas sei que, de aí em diante, o Sul Expresso teve tudo (bem, quase tudo...) para ser o órgão de comunicação social “de referência” que ambicionava ser (e que merecia ter sido). Teve um director que não pactuava com “arranjinhos” partidários, mas queria fazer jornalismo responsável e sério (sinceramente, fiquei com essa ideia a respeito do Luís Maia, e mantenho-a até hoje). Tinha jornalistas de qualidade (dois exemplos: Raul Tavares e Marina Caldas). Tinha colaboradores como Fernando Rebelo e Artur Vaz. Até tinha, vejam lá, um paginador do Expresso (o original), chamado António José Ribeiro!
E, a partir de 1995, passou a ter também este vosso humílimo servo, chamado António Vitorino.
Com o objectivo de informar, sem concessões, sem ceder a pressões, políticas ou económicas, o Sul Expresso investiu (enquanto foi possível) em reportagem, em actualidade política e social, e na investigação de assuntos relevantes para os concelhos-alvo (Almada, Seixal e Sesimbra).
Quando, em resposta a acções de bandos da extrema-direita (resposta desporporcionada e tão estúpida quanto a provocação, digo eu), os grupos de “negros” dos subúrbios de Almada fizeram da cidade uma das mais inseguras do país, o Sul Expresso não escamoteou essa realidade, e tentou entender as origens do “fenómeno”, os seus “motivos” e as eventuais soluções para o problema.

Quando o Asilo 28 de Maio ruiu, causando vítimas entre a população que morava (de forma precária, para não dizer miserável) naquele espaço, o Sul Expresso acompanhou sde perto o problema, e os esforços que foram feitos para o resolver.

E quando, durante um inverno rigoroso, as escarpas de Porto Brandão e do eixo ribeirinho Ginjal-Arealva cederam (provocando, também, vítimas mortais) o Sul Expresso não poupou esforços para fazer a reportagem, mas também para, ouvindo as “partes” envolvidas no prtocesso, tentar entender os porquês do problema então criado e, mais uma vez, quais as soluções apontadas.

O Sul Expresso conseguiu mesmo, embora em ocasiões pontuais, chagar a notícias de grande relevância antes dos órgãos de comunicação social nacionais. Um exemplo (e - deixem-me lá ser vaidoso - um dos meus triunfos como jornalista) foi a divulgação, em primeira mão e em exclusivo, de um “pacote” de medidas governamentais para minorar os incómodos que as obras de reforço da Ponte 25 de Abril iriam causar na mobilidade das populações da Margem Sul. É verdade: o Sul Expresso foi o primeiro a divulgar essa notícia. E não foi por encomenda de nenhum ministro: foi mesmo por insistência e persistência (e alguma “ratice” jornalística), deste vosso amigo.








Sul Expresso: dois editoriais e um (triste) epílogo

Como já vos disse, entrei para o Sul Expresso em 1995, quando esse jornal passou a ter Luís Maia como director. (Aproveito agora para acrescentar que quem me levou para lá foi a jornalista Ana Isabel Borralho, directora de informação da rádio onde eu antes trabalhava.)
Também já vos disse que o Sul Expresso apareceu conotado com o Partido Socialista (e nunca se livrou do rótulo “jornal do PS”).
No entanto, Luís Maia tentou (e, até certo ponto, conseguiu mesmo) fazer com que o jornal se afastasse de qualquer linha político-partidária. Neste editorial, e a propósito de uma qualquer “trica” política da época, o director deixava um recado aos críticos do jornal e, eventualmente, a quem ainda pretendesse fazer dele uma espécie de “correia de transmissão”: «o Sul Expresso nunca foi muito alinhado pelos poderes da região e apesar de ter surgido com uma determinada coloração política, conseguiu afastá-la e ganhar o seu espaço de pluralidade e aberto às mais variadas ideologias e cores, sejam elas maioritárias ou minoritárias no país ou nos concelhos que pretende abranger. Conseguiu ser um espaço aberto ao debate de ideias e à intervenção (escrita, obviamente) ideológica).»

Entretanto, Luís Maia sai do jornal (e, neste caso, não sei bem se alguma vez cheguei a entender porquê – por isso mesmo, não comento a sua saída) e, para ocupar o seu lugar, surge Raul Tavares (que já era um dos principais responsáveis pela revista Sem Mais, de Setúbal, e fazia parte da redacção do Sul Expresso).

Não se tratou, contudo, de uma simples mudança de director. As informações de que disponho (enfim, não serão muitas, mas julgo que são credíveis) permitem-me dizer que, nessa fase da vida do Sul Expresso (em meados de 1996) os accionistas (com o empresário almadense Artur Cortez à cabeça) estavam descontentes com o rumo que o jornal estava a tomar e decidiram, por isso mesmo, pôr um ponto final na edição.

Para salvar o Sul Expresso, alguns jornalistas (entre eles, Raul Tavares e Humberto Lameiras) e o paginador (António José Ribeiro – hoje director do jornal Notícias da Zona, de Sesimbra), assumem a edição, comprometendo-se também a viabilizar o projecto, de maneira a que pudesse continuar a ser sustentado pelos accionistas.
É dessa fase o editorial em que Raul Tavares assumia a liderança de «um jornal que quer prosseguir uma linha editorial acima de todas as lógicas políticas, que não aloinha em credos e não se deixa quedar por razões economicistas».

Bem, não deverei ser eu (que, embora apenas como jornalista “assalariado”, estive sem medos e sem reservas com o projecto Sul Expresso) quem vos poderá dizer se esses objectivos foram ou não conseguidos. Até porque já disse que, na minha opinião, o Sul Expresso foi o melhor projecto editorial almadense das últimas décadas.

Digo-vos, sim, que a publicação teve um final inglório. Primeiro, foi assaltada (a redacção ficava num terraço de um prédio na Praceta Capitães de Abril, muito perto da zona que hoje é conhecida como “triângulo da Ramalha” – e, por sinal, era muito fácil de arrombar). Depois, aconteceu um incêndio misterioso (que, felizmente, foi detectado antes de consumir por completo todo o espólio do jornal).

Por fim, já numa fase em que, para salvar o que era (ainda) possível, a publicação tinha passado a mensal, um outro assalto acabou de vez co o projecto.
Por acaso, eu até estava sozinho na redacção pouco antes desse segundo assalto ter sido consumado, e julgo que até sei quem foi o “menino” (um dos “meninos”, aliás) que assaltou: terá sido alguém que me conhecia muito bem, e que já muito me tinha prejudicado (e que eu julgo ter reconhecido), mas, enfim... é apenas uma suspeita e eu não quero levantar falsos testemunhos.

O Sul Expresso acabou, de uma vez por todas, em 1997. Havia ainda a esperança (e uma remota promessa...) de recomeçar, com uma nova redacção (aliás, eu fui, no último número, “chefe” de uma redacção que não existia). Tudo terminou quando, numa reunião em que estava eu, o director demissionário Raul Tavares e o “patrão” Artur Cortez, este nos comunica que o Sul Expresso já era.

Assim, sem mais. Ponto final.