sexta-feira, agosto 29, 2008

Festas de Corroios 2008






Agosto é mês de festas populares. E nós, almadenses, temos aqui mesmo ao lado as de Corroios - com uma programação de espectáculos com qualidade acima da média...


Este fim de semana ainda vamos a tempo de ver David Fonseca (esta noite) e os Clã (no domingo). Amanhã, são os 4Taste - mas eu já não tenho idade para essas coisas (aliás, nunca tive, eh eh eh!).




A quem interessar...


Estes são os meus rendimentos de 1993, enquanto jornalista ao serviço da Rádio Baía - emissora onde trabalhei entre Dezembro de 1992 e meados de Julho de 1993. Os 398.473 escudos declarados aqui pela entidade patronal correspondem, portanto, a sete meses de trabalho no ano de 1993 (Janeiro - Julho). Aliás, correspondem a menos do que isso - porque não cumpri todos os dias e todas as horas (sim, havia relógio de ponto) que era suposto fazer nesses seis
meses de 1993. Esta mensagem é para algumas pessoas que hoje, aparentemente, tanto se esforçam por demonstrar que eu minto quando afirmo que auferia, naquele tempo, 60 contos por mês (façam as contas, está bem?)... E são os mesmos que, aparentemente, tanto se esforçam por "demonstrar" que eu "estou", na actualidade, "desempregado" ou, pior ainda, "desocupado e ocioso". O primeiro argumento fica esclarecido com a publicação deste documento, não é? Os
outros esclarecem-se facilmente lendo por exemplo o que publiquei recentemente nos seguintes "links"





(Mas se isto não bastar, e se precisarem, por exemplo, de uma fotografia minha na redacção do Notícias da Zona, não é nada que não se arranje...)

quinta-feira, agosto 28, 2008

A "Festa da Amizade" - Almada, Agosto de 1988

Almada também teve uma "mini-festa-do-avante". Chamava-se Festa da Amizade, era organizada pelo PCP concelhio (e pela JCP, já agora...), e realizou-se entre 1977 e o final dos anos 80 - primeiro, num terreno vago entre dois edifícios, nas Barrocas (para quem conhece Almada, digo-vos que era do lado direito de quem sobe a rua da SFUAP...), mais tarde em terreno bem mais amplo, no Laranjeiro (se não me engano, sensivelmente onde está hoje uma escola secundária...) e por fim, ou pelo meio (não me recordo bem da data), num recanto do local onde hoje está a Biblioteca Municipal de Almada - Fórum Municipal Romeu Correia.

Eu fui um dos (muitos) que participaram em algumas dessas festas. Na de 1988, por exemplo: festa que, em pleno Agosto, meteu água, não em sentido figurado mas em sentido muitíssimo literal. Aqui ficam alguns excertos da reportagem de duas páginas (centrais) publicada no jornal Avante (de 7 de Agosto de 1988), assinada pelo jornalista Henrique Custódio:



Álvaro Cunhal na "Festa da Amizade":
Se não pode haver comício, conversa-se mesmo à chuva!

Não foi difícil chegarmos ao local da Festa, no Laranjeiro: a música, primeiro - que se ouvia muita estrada antes - os pendões e bandeiras ondulando pelo recinto - que se viam depois, muitos metros ainda ao longe - levavam lá o mais distraído.
(...)
Quando lá chegámos ao princípio da tarde de domingo (ainda a nebulosidade se parecia com os chamados "céus encobertos" a que ninguém passa cartão nem chapéu de chuva), a multidão percorria ronceiramente o recinto, espreitando aqui, comprando acolá, sentando-se onde calhava, abancando nos (numerosos) restaurantes e similares, festejando reencontros com amigos - que é coisa vulgar nestas iniciativas - fazendo escalas frente aos palcos, irresistivelmente atraídos pelos espectáculos ali apresentados.
E quanto a espectáculos, a Festa da Amizade não deixou créditos por mãos alheias: fizeram parte do programa de três dias nomes como a Companhia de Teatro de Almada, "Os Delfins", Sérgio Godinho, Nuno Gomes dos Santos, Jorge Lomba, Fernando Tordo, Luísa Basto, Francisco Seia e banda, Maria Guinot e Carlos do Carmo. Para além de bandas a percorrer o recinto, fado amador (em local próprio), exibição de ranchos folclóricos, etc.
... E antes da chuva ainda pudemos apreciar mais alguma coisa.








Enquanto no recinto desportivo duas equipas de jovens mostravam que Portugal é um viveiro de talentos futebolísticos e José Barata Moura encantava miúdos e graúdos num palco um pouco ao lado, na outra ponta da Festa cantava-se o fado a preceito, no retiro-restaurante montado para o efeito e abrindo guitarras e microfones a todos os "espontâneos" que quisessem mostrar o que sabiam. Quem sabia, de certeza, do que é cantar o fado na sua intrínseca dimensão popular eram os camaradas que construíram o espectáculo, mantendo-o vivo, criativo e interveniente num enquadramento festivo que até nem é muito propício ao sossego que este tipo de espectáculo pede.

Mas havia outros "enquantos" (...) Era o caso dos espectáculos no palco principal, a decorrer "taco a taco" com a criação de um grande painel fronteiro subordinado aos temas da Paz e da Amizade e executado, durante os três dias da Festa, pelo Núcleo de Artes Plásticas da Comissão de Juventude da Junta de Freguesia do Laranjeiro, ou da animação do Café-Concerto a par de não menos animadas competições de jogos populares, ou da excelente exposição sobre as "memórias" do ensino durante o regime fascista (com a exibição de antigos manuais, de textos e imagens de propaganda salazarista, etc.) ao lado de outras que iam do artesanato às questões laborais, da pintura à luta política e social.


Intervindo, participando, passeando, fruindo tudo isto ao longo de três dias, pessoas que, à
semelhança dos anos anteriores, demonstraram claramente que a Festa da Amizade é já um património do concelho de Almada.
(...)




Entretanto chegou a hora do comício, acompanhada por uma carga de água que se manteria pela noite fora. Ainda se fez um compasso de espera, na esperança de que o tempo melhorasse, mas como tal não se verificou, anulou-se, naturalmente, a iniciativa (...) e optou-se por uma solução de recurso: a utilização do sistema sonoro da Festa (que não tinha as "electricidades" afectadas pela chuva) para que o orador dirigisse algumas palavras à multidão que o aguardava. Palavras que iriam resumir, de improviso, o extenso discurso que Álvaro Cunhal havia preparado, como ele próprio informou.





O "resumo" do "extenso discurso" de Álvaro Cunhal está disponível abaixo, no fac-simile das páginas da mencionada edição do Avante (cliquem sobre as imagens para ampliar e ler o texto).

Antes desse improvisado "não-comício", fizeram-se as intervenções da praxe: Comissão Concelhia de Almada do PCP e Comissão Concelhia de Almada da JCP...

Se não se importam, olhem novamente para a fotografia que está no topo deste artigo. Estão a ver aquele jovenzito que aparece atrás do grande Álvaro Cunhal? Repararam no ar triste do dito jovenzito? Pois: é que esse jovenzito era o representante da JCP e ficou "chateado" porque, depois de tanto trabalhinho a escrever a sua intervenção política (era a sua vez de "falar às massas"... e talvez mesmo a sua última oportunidade para o fazer, pelo menos enquanto
membro da "jota" - pois já tinha 24 anitos, coitado...) vira-se obrigado (por força da tal carga de água) a resumir em duas ou três palavras o que lhe "ia na alma": breve saudação a toda a gente e a afirmação de que «podem sempre contar com a JCP».

E como é que eu sei isso? Porque estive lá! Aliás eu era (sou...) o tal jovenzito chateado com o raio do tempo, que havia de trazer tamanha carga de água em Agosto, e logo nesse dia, e logo à hora do comício da Festa da Amizade de 1988, em que ele (eu) fora o escolhido para botar discurso!
Foi galo! (Expressão que, como se sabe, era muito utilizada nesses míticos anos 80...)



(Nota final: para evitar confusões, e dar o seu a seu dono, o texto de Henrique Custódio, publicado na reportgem do Avante está destacado com uma cor diferente...)

segunda-feira, agosto 25, 2008

Incêndio do Chiado em 1988? Lembro-me, sim: também lá estive!


Na manhã de dia 25 de Agosto de 1988, ligo o televisor, vejo imagens de fumarada espessa a sair de uns sótãos de edifícios a arder e digo com os meus botões «olha, está qualquer coisa a arder em qualquer parte... interessante».

E vou tomar banho (que é uma das primeiras coisas que eu faço de manhã...).

Pouco mais tarde, mal saio da banheira, recebo um telefonema do meu amigo Rui Jorge Martins, a informar-me - hiperbolicamente - que «Lisboa está a arder». Eu, ainda algo incrédulo, vou à janela e confirmo: ao longe, do outro lado do rio, vê-se uma enorme nuvem de fumo erguendo-se de uma das colinas da capital do império. Lisboa estava a arder!

Depois desse primeiro contacto visual com "O Grande Incêndio do Chiado", volto à conversa telefónica com o RJ (Martins) para combinar uma ida ao local, em reportagem para o Jotacêpê... (*)

Convocámos, também, o nosso dilecto amigo Jorge Figueira - que, tal como eu e o RJ, fazia fotografia - e vai de apanhar o barco para Lisboa, munidos de 3 máquinas fotográficas - uma com rolo de negativos, outra com slides e a terceira sem rolo nenhum (revelo agora esta "malandrice" em primeira mão, 20 anos depois, e sem me lembrar já qual de nós levava a máquina sem rolo).

Acercamo-nos o mais possível da zona ardida (que ainda estava a arder, mas já pouco) e tentamos entrar no respectivo perímetro. Ficámo-nos pela "parte de baixo" - a Baixa Pombalina - sem acesso possível às ruas mais afectadas (a do Carmo e a Nova do Almada). Era ver então os senhores AV, RJ e JF, de máquinas fotográficas em riste (uma delas sem rolo) fotografando (um deles fingindo que fotografava) a azáfama de carros de bombeiros a passar para cá e para lá, a multidão de "mirones" preocupados (que a polícia tentava manter a uma distância segura) e um helicóptero (suponho que da TV) que sobrevoava a zona e que era difícil comó caraças de fotografar!

Tudo muito giro, mas de fogo não se via (não víamos, nós) nada.

Tentamos, então, usar os nossos cartões de Comunicação Social... Ou seja, os cartões que nos identificavam como elementos da redacção de um órgão de imprensa (o que era verdade) e não como jornalistas (pois não nos considerávamos como tal).


As primeiras tentativas saíram goradas (os bombeiros não deixavam aproximar ninguém). Mas às tantas, depois de fotografarmos um senhor polícia postado à entrada da Rua do Crucifixo, conseguimos mesmo. O polícia até fez uma pose para a fotografia (mas não é este que aparece aqui ao lado: estas são fotos recolhidas do site da Câmara Municipal de Lisboa) e talvez por isso mesmo (por querer aparecer "no jornal"), lá nos deixou passar.


E pronto: apesar de, a essa hora (pouco depois da hora de almoço...) o pior já ter passado (já não havia lavaredas), os bombeiros ainda deitavam grandes mangueiradas para dentro dos edifícios, havia ainda muito fumo, mas havia também já quem, extenuado, se sentasse junto aos escombros e aproveitasse para comer alguma coisa, depois de tantas horas de combate ao incêndio.

Tudo isso ficou registado. E, no final desse dia 25 de Agosto de 1988, eu, o RJ e o JF regressámos a Almada com material para uma grande reportagem fotográfica - que seria publicada na edição seguinte do Jotacêpê.



(*) Ah, pois: o Jotacêpê era uma publicação da comissão concelhia de Almada da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), um produto híbrido, a meio caminho entre um fanzine em formato A4 e um boletim informativo e/ou propagandístico - e, se quisermos considerar jornalismo o que ali se fazia (pois teve, por exemplo, uma entrevista com o então embaixador de Cuba em Lisboa, ou reportagens como a que fomos fazer nessa tarde de 25 de Agosto de 1988) então a minha primeira experiência jornalística terá sido aí, em finais dos anos 80 e não - contrariamente ao que afirmei noutro artigo - no Almada Press em 1990. Não vos apresento aqui nenhuma página dessa publicação porque já não a tenho: quase todo o meu património anterior a 1998 foi destruido e extraviado por acção de alguns familiares... mas enfim, essa história não é para aqui chamada, neste momento (fica para depois...). No entanto, se - por qualquer espécie de milagre... - alguém ainda tiver consigo exemplar(es) do Jotacêpê e quiser ser simpático e prestável com este pobre jornalista desvalido, pode(m) contactar comigo através do email que está escrito a vermelho no fundo da barra lateral deste blogue. Gostaria muito de ter cópias (fotocopiadas ou digitalizadas) dessa publicação. Desde já, obrigadinho!

Incêndio do Chiado, Lisboa, Agosto de 1988


O incêndio do Chiado de 1988 deu-se na madrugada de 25 de Agosto, pelas 4.30h, quando segundo testemunhos da época o fogo deflagrou numa montra dos Armazéns Grandela. Em meia hora este edifício foi destruído pelas chamas. Os bombeiros foram avisados às 5.15h chegando ao local em poucos minutos, quando o fogo se tinha já alastrado para o outro lado da rua do Carmo, através dos estores do penúltimo andar dos Armazéns.


Em pouco tempo as labaredas atingiram uma grande altura e as explosões das botijas de gás dificultaram a acção dos bombeiros. Devido à dimensão do sinistro afluíram ao local todas as corporações das diversas unidades de bombeiros de Lisboa e arredores assim como os autotanques do Aeroporto de Lisboa.


A dificuldade de circulação na rua do Carmo, devido ao arranjo estético efectuado no local pouco tempo antes, dificultou o acesso e a rapidez no combate às chamas, permitindo o avanço do incêndio para os Antigos Armazéns do Chiado. Também as temperaturas altas, os materiais existentes nas lojas, os gases inflamáveis e as explosões sucessivas, impediram o avanço dos bombeiros que tiveram de recuar várias vezes, devido à dimensão do fogo, tendo de se posicionar nas ruas do Ouro e da Assunção, nas traseiras da Escola Veiga Beirão e no elevador de Santa Justa.Com o avanço do fogo, o quarteirão da rua do Carmo, entre os Armazéns Grandela e a rua Garrett, ficou destruído, desaparecendo os estabelecimentos comerciais, alguns centenários, e as antigas construções pombalinas, deixando desalojadas dezenas de pessoas. O objectivo dos bombeiros passava por impedir o alastramento do fogo para a rua Nova do Almada, o que foi impossível, pois os armazéns do Chiado arderam por completo, assim como a sede da Valentim de Carvalho com o seu Arquivo Histórico, uma dependência da Electricidade de Portugal e os edifícios Eduardo e Jerónimo Martins na esquina da rua Garrett com a rua Nova do Almada.


Os reforços que chegaram totalizaram 1680 bombeiros que combateram o fogo em 18 edifícios numa área de 10.000 m2 ajudados por uma logística de apoio que envolveu a Cruz Vermelha Portuguesa, os Soldados da Paz, a PSP, a Polícia Judiciária e os militares, que socorreram, os bombeiros e os residentes feridos. Foi solicitado à população o envio de leite e de mantimentos para serem distribuídos aos bombeiros e aos desalojados, entretanto encaminhados para a Misericórdia de Lisboa e Juntas de Freguesia da área. Verificaram-se duas mortes.O incêndio do Chiado ficou extinto pelas 12.30h de 25 de Agosto, mas as operações de rescaldo duraram até 5 de Setembro e a zona ficou vedada até Outubro desse ano. Mobilizou o governo e a presidência da República que estiveram presentes nessa manhã e sobretudo a Câmara Municipal de Lisboa, que no próprio dia decidiu o nome do projecto para a reconstrução da zona do Chiado: "Projecto Global", apelando à ajuda e à disponibilidade de empreiteiros e de arquitectos. Posteriormente foi criado o "Gabinete de Coordenação e Assessoria Técnica da Área Sinistrada do Chiado", que ficou responsável pela reconstrução da zona, sob a orientação e os projectos do arquitecto Siza Vieira.


Com o incêndio do Chiado uma parte da cidade nobre, elegante e comercial do século XIX, referenciada tantas vezes nas obras dos escritores Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Ramalho Ortigão ou Bulhão Pato, desaparecia e com ela desapareciam: na rua do Carmo, os armazéns Grandela de 1894 e do Chiado de 1905, a charcutaria de luxo Martins e Costa de 1914, a Perfumaria da Moda de 1909; na rua Garrett, as casas José Alexandre de 1833, Eduardo Martins de 1889 e Jerónimo Martins, esta última em actividade desde 1792; e na rua Nova do Almada, a Valentim de Carvalho de 1920, a pastelaria Ferrari, fundada em 1827, e principalmente a Casa Batalha de 1635, o estabelecimento comercial mais antigo da cidade e do país.


Informação do site da Câmara Municipal de Lisboa:

quinta-feira, agosto 21, 2008

Nelson Évora, campeão olímpico



«Nélson Évora nasceu na Costa do Marfim em Abril de 1984 quando os pais, cabo-verdianos, trabalhavam nesse país africano. Com cinco anos chega a Lisboa. A naturalização obteve-a em Dezembro de 2001.

O desporto sempre foi a sua paixão. Na escola apaixonou-se pelo atletismo. Desde logo pelos saltos.


Iniciou-se no desporto escolar na disciplina de salto em altura. A sorte esteve do seu lado quando conheceu João Ganço, o seu professor de Educação Física e o seu treinador de sempre.

O técnico viu em Nélson um jovem diamante por lapidar e convenceu-o a dedicar-se aos saltos horizontais - comprimento e triplo - com resultados imediatos.


Em 2003, com 18 anos, sagrou-se campeão da Europa Juniores, o ano passado foi campeão mundial em Osaca, com uma marca de 17,74.

Sagrou-se, esta quinta-feira, campeão olímpico do triplo salto com uma marca de 17,67 metros



Fonte (texto e fotografias): Jornal de Notícias



texto completo em




segunda-feira, agosto 18, 2008

Vanessa Fernandes


As medalhas olímpicas não nascem nas mãos dos gajos (ou das gajas) que as entregam durante as "cerimónias protocolares".

Vanessa Fernandes, a grande campeã portuguesa de Triatlo, sabe isso muito bem.

Ela não desiste à primeira contrariedade (nem à segunda, nem à terceira...), não se queixa das "arbitragens" e, sempre que for preciso, levanta-se de madrugada para treinar, em vez de ficar "na caminha".

O segundo lugar alcançado ontem por Vanessa Fernandes não foi só a primeira medalha "portuguesa" nestes Jogos Olímpicos de Pequim: foi a confirmação de que o trabalho, a dedicação e a humildade compensam.

Agora ela já pode comemorar à vontade - até à próxima competição, e até à próxima vitória!

Palavras da atleta, após o final da prova (citadas pelo site do jornal Público):

«Um atleta de alta competição tem de ter objectivos concretos, pessoas em quem confiar a 100 por cento e nunca fazer as coisas só por ele, ter uma boa equipa. Tem de saber o que quer, onde está e o que significa a alta competição. A alta competição não é uma brincadeira, não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Isto é como um trabalho. Temos muito talentos, na natação e no atletismo. O Tiago Venâncio, para mim, podia nadar muito, podia ser um grande atleta, mas não há uma estrutura fixa nesses sectores, é tudo feito um bocado à balda. Para mim são os resultados que me dão ambição e nunca estou satisfeita. Para ficar satisfeita com alguma coisa é um bocado complicado.»

Para bom entendedor...

sexta-feira, agosto 15, 2008

quinta-feira, agosto 14, 2008

"Memórias Olímpicas": Seoul 1988... e Los Angeles 1984!


A terminar esta série de "memórias olímpicas" de anos terminados em oito, lembro os Jogos de Seoul, em 1988. Foi o ano da segunda grande vitória de atletas portugueses: o ano em que Rosa Mota venceu a maratona.


O site Portal de Atletismo no Sapo refere assim a vitória da atleta lusa:

«Joan Bennoit era uma maratonista muito respeitada, conhecia muito bem o percurso pois tinha-se treinado nele e estava apostada em decidir rapidamente a corrida. Atacou muito cedo deixando para trás Rosa e as noroeguesas Greta Waits e Ingrid Kristiansen. As norueguesas conseguiram descolar de Rosa Mota, fazendo pairar os espectro de Helsínquia (quarto lugar).

Com o decorrer da prova, Kristiansen quebrou e foi ultrapassada por Rosa quando faltavam 2 Km para a meta.


Quando cortou a meta, o esgar de dor tornou-se de Júbilo. Festejou esta medalha como nenhuma outra. ERA A PRIMEIRA PORTUGUESA A GANHAR UMA MEDALHA OLÍMPICA.Voltou a melhorar o seu record pessoal. Esta medalha foi conquistada na ressaca de de vários problemas envolvendo Rosa/José Pedrosa e a Federação Portuguesa de Atletismo. Esta medalha vingava as afrontas e ameaças que sofrera por ter trocado a Aldeia Olímpica pelo hotel da Nike, de modo a poder ser acompanhada pelo seu técnico.»






Mas a primeira medalha de ouro portuguesa tinha acontecido quatro anos antes, em Los Angeles - e, por isso mesmo, quero também recordá-la aqui.




Mais uma vez, cito o Portal de Atletismo:


«Faltava pouco mais de uma semana para a partida para Los Angeles, quando, no decorrer de um treino, junto ao Estádio da Luz, Carlos Lopes foi atropelado por um Mercedes SL. Poderia ter sido o fim de um sonho: " Senti-me no ar, aos piparotes, caí e... levei algum tempo a levantar-me, com medo de pensar que já não iria a Los Angeles. Ergui-me e a primeira coisa que fiz foi tentar correr. Corri... o sonho podia continuar."


Dez dias depois, partiu para os Estados Unidos. Não ficou na Aldeia Olímpica, preferiu o hotel da Nike porque, aí, dispunha de melhores condições de treino e podia estar próximo da esposa.


12 de Agosto de 1984. O andamento vivo e a temperatura elevada foram desgastando Salazar, que cedeu ao quilómetro 19, Castella descolou aos 34, Seko e Takeshi ficaram para trás aos 36. Na cabeça do pelotão ficaram, então, Lopes, John Tracy e Charles Speddeing. Mas, aos 38 quilómetros, Lopes desferiu um ataque rumo à vitória,rumo ao sonho. Entrou no estádio com 200 metros de vantagem, em passada firme, com o sorriso nos lábios. Os braços erguidos ao céu. Lopes conquistava para Portugal, a primeira medalha de ouro numas Olimpíadas. Eram 3.10 horas da madrugada em Lisboa.»



E o tempo que Carlos Lopes então conseguiu é, ainda hoje (e pelo menos até à maratona deste ano...) recorde olímpico!

quarta-feira, agosto 13, 2008

"Memórias Olímpicas": Cidade do México, 1968


Disputados na Cidade do México, a mais de 2 mil metros de altitude, os Jogos Olímpicos de 1968 tiveram, entre outras particularidades, mais ou menos óbvias, mais ou menos conhecidas - que podem conferir clicando na imagem acima, para ler o respectivo texto - um espantoso recorde mundial de salto em comprimento.

Foram 8.90 m metros, marca obtida pelo norte-americano Bob Beamon - recorde que só viria a ser batido em 1991 (23 anos mais tarde!), por Mike Powell...

(Agora, em Pequim 2008, e no que diz respeito a saltos para a frente, simples ou triplos, não esperamos recordes mas sim boas classificações de Naide Gomes e Nelson Évora... se possível entre os três primeiros ou, melhor ainda, no lugar mais alto do pódio!)

domingo, agosto 10, 2008

"Memórias Olímpicas": Londres 1908, Amesterdão 1928, Londres 1948

Como já referi (ver artigo abaixo deste), estou durante esta semana a partilhar convosco algumas "memórias olímpicas" publicadas numa revista, em 1988 (há vinte anos, portanto).

Aqui ficam, então, as páginas referentes aos jogos de 1908, 1928 e 1948.

(Cliquem nas imagens para ampliar e ler os respectivos textos.)




sábado, agosto 09, 2008

"Memórias Olímpicas"...


De duas em duas décadas, os Jogos Olímpicos acontecem num ano "terminado em oito". Foi assim em: Londres 1908; Amsterdão 1928; Londres 1948; México 1968; Seoul 1988.

Agora que os Jogos de 2008 começaram em Pequim, gostaria de partilhar convosco alguma informação sobre edições anteriores. Mas, porque foram muitas, vou limitar-me, precisamente, às que decorreram em anos terminados em oito. (É um critério como outro qualquer, não vos parece?)

No entanto, e para começar... comecemos pelo princípio: ou seja, pela primeira olimpíada da "era moderna", em 1896.





Esta página (e as que irei colocando neste blogue durante os próximos dias) pertence a uma publicação - uma revista de 24 páginas - editada em 1988 (sim, há 20 anos...) por uma marca de material de escritório que patrocinou os jogos desse ano.




Era (e é: ainda a tenho!) uma publicação comercial, sim, mas também informativa (e de uma forma muito interessante, aliás).


Transcrevo o texto da página 2:


«Nascidos entre as brumas da mitologia, os Jogos Olímpicos são únicos.Concebidos há mais de 3000 anos pelos Gregos antigos, os Jogos encerram princípios que são válidos nos dias de hoje, na busca da perfeição. Fazer melhor. Reunir as pessoas. Estabelecer novos limites no campo dos empreendimentos humanos.


Não são as medalhas que contam: estas representam um meio, não um objectivo. O que mais interessa é a oportunidade de dar o melhor de si próprio. Desde que Coroebus de Elis se tornoui o primeiro campeão olímpico de que há registo, em 776 a.C., que homens e mulheres se têm dedicado a este ideal. Alguns conseguiram uma fama passageira, poucos se tornaram em lendas imortais. Mas todos, cada um à sua maneira, deixaram a sua marca no mundo.


Os Jogos Olímpicos constituem um ponto de convergência para o mundo.»