Informa o jornal Público (26 de abril de 2012): "A Fortaleza da Torre Velha, também designada Torre de São Sebastião da Caparica, localizada em Porto Brandão, no concelho de Almada, foi hoje classificada como Monumento Nacional pelo Governo." (noticia aqui).
A Torre ("velha" por oposição à sua "irmã gémea" mais nova, e mais famosa: a Torre de Belém) foi mandada construir por D. João II. Fazia parte de um sistema de defesa de Lisboa, inovador para a época. Funcionou como local de quarentena para quem aportava à capital do império. Foi também utilizada como prisão. Um dos escritores portugueses mais famosos no século 17 - D. Francisco Manuel de Melo - escreveu a sua "Carta de Guia de Casados" durante 2 meses que ali esteve detido (e consta que, durante esse período, terá trabalhado também em "O Fidalgo Aprendiz" - dois textos deliciosos, por sinal...).
Curiosamente, a primeira vez que li algo sobre a Torre Velha e respectivo processo de classificação foi também numa edição do Jornal Público... em 1991.
E já nesse tempo o processo era, também ele, "velho": os primeiros esforços nesse sentido foram feitos pelo município de Almada e por historiadores locais nos primeiros anos da década de 1980.
Em 1998 o semanário SemMais Jornal fazia um ponto da situação (imagem acima) de um processo que se arrastava - e que se arrastou até agora. Note-se que, nesse tempo, já havia um despacho do Ministério da Cultura (de 1996) que declarava o imóvel "em vias de classificação".
Mais sobre a Torre Velha:
No site do IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico
http://www.igespar.pt/en/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70145/
Na Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_da_Caparica
Leitura recomendada:
Raul Pereira de Sousa
"Pequena História da Torre Velha"
Edição Câmara Municipal de Almada, 1997
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sexta-feira, abril 27, 2012
quinta-feira, setembro 02, 2010
"Os Coloridos da Festa Vermelha" - artigos da revista Sem Mais, sobre a Festa do Avante de 1996




No 20º aniversário da Festa do Avante (Setembro de 1996), a revista Sem Mais, de Setúbal, dedicou 4 páginas ao assunto. Uma reportagem de Adelaide Coelho - Os coloridos da festa "vermelha" - , e uma caixa - Vinte anos, vinte festas - com alguns acrescentos da minha lavra (aproveitando um texto que escrevi, na mesma ocasião, para o quinzenário almadense Sul Expresso).
As fotografias aqui publicadas são todas minhas, de edições muito anteriores da Festa do Avante (1988 e 1989, na Quinta do Infantado, Loures).
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quinta-feira, maio 14, 2009
Quando o Cristo-Rei apareceu poluído por combustível de aviões...

Em 2001, o santuário do Cristo-Rei, em Almada, entrou em obras. Segundo os responsáveis pelo monumento, este estava já algo degradado, devido a vários tipos de poluição, designadamente, os gases de escape provenientes do tráfego automóvel na Ponte 25 de Abril, mas também «combustível dos aviões» que sobrevoam a zona, na aproximação ao Aeroporto de Lisboa.
Era o que aparecia escrito nas informações à imprensa, por responsáveis do Cristo-Rei. Mas aparecia assim a talhe de foice, como informação suplementar. E ninguém ligou muito à coisa.
Por acaso, eu até moro em Almada. E fiquei preocupado com essa eventualidade de haver combustível de aviões a cair por cima da minha cabeça. Se isso fosse verdade, não era "normal" e, além disso, era actualidade e interessava a muita gente - logo, era notícia.
Tentei, então, obter esclarecimentos sobre o assunto. Falei com os responsáveis pelo Cristo-
Rei (os que denunciaram o caso), com o vereador da Protecção Civil em Almada, com um especialista em transportes e questões ambientais, com um general da Força Aérea na reserva, e com um piloto de aviação civil. (Fiz, portanto, um trabalho jornalístico, ouvindo as várias partes interessadas no mesmo assunto e que pudessem contribuir para o esclarecer - coisa que se fazia, naquela altura, no jornal Sem Mais - ou seja: um trabalho jornalístico, sem
mais.)

mais.)
Não cheguei a nenhuma conclusão. Até porque não me competia, a mim - enquanto jornalista - chegar a nenhuma conclusão.
Também não vi mais referências ao assunto. Mas, de vez em quando, volto a pensar no caso. Porque, admitindo - como admito - que ninguém estava a tentar enganar ninguém, e que, de facto, não é prática comum fazer descargas de combustível sobre Almada (aliás, mesmo que o façam, os ventos dominantes levariam o combustível na direcção do mar - ou seja, na direcção oposta à rota seguida pelos aviões quando se aproximam da pista de aterragem), então tratar-se-à de um problema de poluição acumulada ao longo do tempo. Ou, simplificando: não seria necessário que os aviões descarregassem combustível na aproximação à pista para que esse combustível se acumulasse na superfície do Cristo-Rei.
Isso aconteceria, então, apenas porque os aviões passam por ali! O que - convenhamos - não é mais tranquilizador.
Eu sei: estou a especular sobre o assunto. Mas ainda não o vi devidamente esclarecido.
Seja como for, parece-me mais uma boa razão para retirar o tráfego aéreo daquele corredor. E, obviamente, mais um bom argumento a favor da construção do novo aeroporto.
Já me referi antes a este assunto e à forma como a notícia foi "negociada" com o Jornal da Região.
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quarta-feira, junho 04, 2008
Reconversão do Ginjal: um projecto dos anos 90

Em 1995, a primeira peça jornalística que eu escrevi para a revista Sem Mais: a descrição de um ambicioso projecto para requalificar o Cais do Ginjal, em Almada. (E aviso já que não a escrevi tal como aparece nas páginas: foi corrigida - porque eu vinha da rádio, e tinha um estilo demasiado "telegráfico").


Como podem confirmar - se quiserem clicar nas imagens, para ler o respectivo texto - tratava-se de um projecto que tinha como objectivo mais que dar uma "cara nova" àquela zona histórica (e isso, na altura, foi muito criticado por quem acusava a edilidade de estar a "descaracterizar" ou mesmo a "destruir" o local).
O grande objectivo desse projecto da década de 90 era diversificar a base económica do concelho, que até aí estava muito "dependente" da indústria de reparação naval (particularmente da Lisnave, empresa que, poucos anos mais tarde, deixava de operar em território almadense).
Assim, havia a intenção de instalar ao longo do cais do Ginjal indústrias de artesanato e serviços culturais, a par de actividades mais "expectáveis", relacionadas, por exemplo, com a hotelaria, a restauração ou o turismo. E, no que dizia respeito ao turismo, havia a intenção de crial ali uma marina e uma zona de lazer onde poderíamos alugar barcos e remar. (Um aparte: quem me conheceu nesse tempo,sabe que eu adorava remar...).

Outro pormenor interessante: nesse projecto de meados dos anos 90, previa-se a elevação do actual cais para uma quota
superior, já a pensar numa eventual subida do nível das águas do rio, em consequência de (eventuais) alterações climáticas.
superior, já a pensar numa eventual subida do nível das águas do rio, em consequência de (eventuais) alterações climáticas.
(E sim, admito que fui muito optimista e que me enganei redondamente ao escrever que a reconversão do Ginjal era um "processo
irreversível". Por outro lado, não era novidade para ninguém: fazia parte do programa eleitoral da CDU. Tal como o Metro Sul do Tejo, aliás... mas pronto, isso já é outra conversa.)
irreversível". Por outro lado, não era novidade para ninguém: fazia parte do programa eleitoral da CDU. Tal como o Metro Sul do Tejo, aliás... mas pronto, isso já é outra conversa.)
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terça-feira, janeiro 08, 2008
Eu, no Sem Mais Jornal, pela segunda (e última) vez

Durante o ano de 2001, estive a trabalhar no jornal Sem Mais, em Setúbal. Foi um regresso à casa que eu conhecia já desde o arranque desse projecto (o que aconteceu em 1998, como vos disse aqui).
Esse ano de 2001 foi o meu período profissional mais profícuo. Já tinha aprendido muito, nos locais por onde tinha passado anteriormente (e com algumas das pessoas com quem tinha trabalhado). Estava, então, a atingir o auge da minha carreira profisional. Mas, para lá chegar, tive de fazer algumas cedências (e não temos todos que as fazer?...).
Tive, por exemplo, que ir morar para Setúbal. Foi essa a maior exigência – ou, melhor dizendo: a condição "sine qua non" – que os contratadores me impuseram.
E porquê? Porque não acreditavam que, se eu ficasse em Almada, conseguisse desempenhar com lealdade as funções que me eram confiadas.
(Claro que eles tinham razão. Só que não era pelos motivos que eles pensavam: era porque, em Almada, eu estava “refém” dos caprichos de alguns familiares, que sempre me prejudicaram a vida e pouco me ajudaram... mas não vou, por agora, dar-vos mais "seca" com esse assunto.)
Um post scriptum: em Setúbal, nessa segunda passagem pelo Sem Mais – jornal e revista – e, já agora, pelo Jornal da Região, onde voltei a escrever, mas em circunstâncias já muito diferentes daquelas que anteriormente vos contei aqui – fiquei a conhecer mais dois profissionais com quem gostei muito de trabalhar: o Carlos Carvalho, que ainda lá está, e a Mariana Moreira, que era fotógrafa é das poucas pessoas com quem trabalhei a quem posso hoje chamar amigo, ou, no caso, amiga.
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sábado, dezembro 08, 2007
Sem Mais Jornal (Setúbal, 1998)

Eu, que tinha participado na “aventura” que foi o almadense Sul Expresso, tive a honra de ser convidado, por Raul Tavares, para a primeira equipa redactorial daquele que era então um novo (e muito ambicioso) projecto.
A “filosofia” do Sem Mais Jornal não me era estranha: jornalismo de investigação e reportagem, num esforço constante para informar com credibilidade, tentando sempre não deixar “pontas soltas” e transmitir, assim, não só o “essencial da informação” (como se dizia, e se tentava praticar, nos meus tempos de jornalista da rádio), mas “toda a informação” que fosse possível recolher sobre um determinado assunto. Ou seja: o que, já anteriormente, se tinha tentado (e, às vezes, conseguido) no Sul Expresso e na revista Sem Mais.
Para concretizar esses objectivos, não faltava “mão-de-obra” qualificada (não se esqueçam, se
fazem favor, que os jornalistas são, em geral, trabalhadores assalariados, ou seja,“mão-de-obra” como qualquer outra – embora especializada e com responsabilidades sociais acrescidas). Estavam, nessa primeira redacção, jornalistas como Humberto Lameiras, Etelvina Baía, Armando Faria (que era o chefe de redacção e – não por ser chefe, mas porque sim – era, também, um dos jornalistas mais competentes, e com maior capacidade de trabalho, que tive o gosto de conhecer)... e, como já vos disse, este vosso amigalhaço, António Vitorino, fazia parte dessa mesma redacção.

Estava por lá, também, o director, Viriato Soromenho-Marques...
Pronto, está bem... O director “de facto” passou a ser, muito rapidamente, Raul Tavares (e a ideia era mesmo essa). No entanto, vi muitas vezes Viriato Soromenho-Marques nos fechos de edição dos primeiros números do jornal, levando muito a sério o seu papel de director: acompanhando o trabalho dos jornalistas, dando sugestões para melhorar os conteúdos e esclarecendo dúvidas (lembro-me, por exemplo, da explicação científica que ele me tentou dar sobre hidrocarbonetos, quando eu apenas queria encontrar uma expressão mais “acessível” ao público, como, deixa cá ver... “produtos derivados do petróleo”, que tal?...).
O Sem Mais Jornal é, ainda hoje, um projecto de sucesso: continua a ser publicado (e só isso, numa publicação de âmbito regional, é obra) e, aparentemente, está até numa fase de expansão. Ora, eu saí desse jornal em 1999, regressei em 2001 e voltei a sair nesse mesmo ano. Quero dizer: a minha relação com esse projecto é (foi) de grande afectividade, com períodos muito produtivos e fases mais depressivas e mesmo de algum litígio. É por isso que não me sinto muito à vontade para falar de maneira mais desenvolta sobre este assunto.
Que mais posso dizer, então?
Aprendi muita coisa por lá. Fiz alguns (poucos) amigos. Tenho a agradecer ao Raul Tavares (e ao Jorge Alegria, e ao Armando Faria) a confiança que depositaram em mim (ou, para ser mais rigoroso, na minha capacidade de trabalho). Mas também, deixem-me dizer-vos, alguma incompreensão, na maneira como acabei por ser “dispensável” no final da minha segunda passagem por lá. É que, caros Raul Tavares e Jorge Alegria, não conheço ninguém que, na situação em que eu então me encontrava (por questões familiares, mais uma vez...) conseguisse fazer melhor. Estive, então, quase dois meses sem conseguir trabalhar. É verdade. Mas isso aconteceu porque os problemas que me foram criados eram, então, ainda mais graves que o habitual.
Eu sei que vocês tinham dificuldade em acreditar nisso. E sei que a empresa não tinha culpa nenhuma dos meus problemas. Mas gostava que percebessem, finalmente, que eu não me queixava por ninharias. Tudo o que disse era verdade.
E cá estou, ainda, para o demonstrar.
Não contra vocês (não tenho essa pretensão e, se calhar, nem tenho esse direito).
Não contra vocês (não tenho essa pretensão e, se calhar, nem tenho esse direito).
Mas, finalmente, a meu favor.
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quinta-feira, novembro 29, 2007
A revista SEM MAIS (distrito de Setúbal, anos 90 e início do século XXI)

A revista Sem Mais apareceu pela primeira vez em Novembro de 1993 e manteve a publicação (mensal) até aos primeiros anos deste século. Sedeada em Setúbal, foi o ponto de partida para um projecto editorial que, ainda hoje, é do melhor que se faz em termos de jornalismo “regional”. E não só na Península de Setúbal (digo-vos eu, que – como já devem ter percebido – até passei por vários projectos de “imprensa regional”).
Sem Mais, a revista, é (ou foi) um projecto de Raul Tavares e Jorge Alegria (parceiros na sociedade SadoPress).
No entanto, o primeiro director (embora, suponho eu, fosse pouco mais que um director apenas “nominal”) foi o conhecido advogado setubalense Mariano da Palma Gonçalves. Na “ficha técnica” das primeiras edições da Sem Mais estavam também (como membros do conselho editorial, correspondentes ou colaboradores permanentes) jornalistas, empresários e outras personalidades do distrito de Setúbal. Exemplos: Miguel Roquette, Regina Marques, Viriato Soromenho Marques (que, quatro anos mais tarde, seria o primeiro director do jornal semanário Sem Mais), Carlos Pimenta, Eduardo Carqueijeiro, José Manuel Palma, Nuno Gomes dos Santos, Telmo Correia e Marina Caldas, entre outros. Uma “colecção” de nomes que, convenhamos, era uma maneira de dar credibilidade a um projecto desconhecido que se procurava impor, contra todas as dificuldades que então se apresentavam à imprensa regional.
E porquê o nome Sem Mais? Porque – disse-me um dia o Raul Tavares, quando eu comecei a colaborar com a revista – a intenção era fazer um jornalismo de qualidade, ouvindo todas as partes e, se possível, abordando todos os aspectos de um assunto. De forma a que a informação ficasse completa, assim mesmo, sem mais…
O editorial do primeiro número (Novembro de 1993), que aparece sem assinatura do autor… (mas – deixem-me especular – provavelmente terá sido escrito ou por Mariano da Palma Gonçalves ou, menos provavelmente, por Raul Tavares), referia essas ambições nos seguintes termos:
«Se há coisas que custam na vida dos sonhadores é ter que lutar contra o sonho e contra os profetas da desgraça. O projecto Sem Mais nasceu nestas circunstâncias peculiares, embora do misto de sonho e realidade tenha feito orelhas moucas a tantos “nostradamus” cá do burgo. A ideia de editar, na região de todas as apostas, uma publicação de qualidade, jornalisticamente ousada e atraente às vistas, foi mais forte e motivou um grupo de profissionais com aquela “gema” de Setúbal a tor
ná-la realidade. E, esteja certo, caro leitor, que o produto que tem nas mãos nada tem de fictício. É o zero de muitas edições que se lhe seguirão, a provar que também o distrito de Setúbal pode produzir informação da melhor. A Sem Mais é pois um projecto de apostas e desafios. A aposta contra o sonho – que nem sempre comanda a vida – e contra os que estão contra; desafio de fazer melhor, com mais brio, mais profissionalismo, mais seriedade. Queremos contar ‘estórias’ e dar a conhecer protagonistas daqui, desta outra margem do Tejo. Dar vida e cor à informação, sem escamotear a verdade, o essencial, o facto, num rigoroso e exclusivo compromisso com o público a que nos destinamos e servimos.»
Ora, isto é um editorial cujas intenções eu podia assinar por baixo. E, de facto, tive a sorte de ser “levado” a trabalhar neste projecto, após a minha saída da rádio Voz de Almada. A directora de informação daquela rádio, Ana Isabel Borralho, apresentou-me ao Raul Tavares (já que ambos trabalhavam noutro projecto regional chamado Sul Expresso – mas já lá iremos a seguir…). E eu fiquei, primeiro como colaborador (escrevi a primeira “peça”, sobre um projecto que então existia para a recuperação e valorização do Ginjal, em Fevereiro de 1995).
No entanto, como se dizia no editorial do “número zero” da Sem Mais, «nem sempre o sonho comanda a vida». E a vida, essa mesmo, tratou de trocar as voltas à “pureza” inicial do projecto. A pouco e pouco, a Sem Mais foi ficando menos jornalística (no sentido de privilegiar a reportagem e a investigação) e mais “institucional”. Começou a privilegiar a divulgação empresarial, até se tornar, em definitivo e assumidamente, uma revista de “economia”.
Isso acontece a partir de 1998, quando a SadoPress começa a editar um semanário, Sem Mais Jornal, que se pretendia generalista e “de referência”. E, a propósito, eu também estive na primeira redacção desse jornal.
Terei muito gosto em falar-vos acerca dessa experiência, num próximo artigo deste blogue.

No entanto, o primeiro director (embora, suponho eu, fosse pouco mais que um director apenas “nominal”) foi o conhecido advogado setubalense Mariano da Palma Gonçalves. Na “ficha técnica” das primeiras edições da Sem Mais estavam também (como membros do conselho editorial, correspondentes ou colaboradores permanentes) jornalistas, empresários e outras personalidades do distrito de Setúbal. Exemplos: Miguel Roquette, Regina Marques, Viriato Soromenho Marques (que, quatro anos mais tarde, seria o primeiro director do jornal semanário Sem Mais), Carlos Pimenta, Eduardo Carqueijeiro, José Manuel Palma, Nuno Gomes dos Santos, Telmo Correia e Marina Caldas, entre outros. Uma “colecção” de nomes que, convenhamos, era uma maneira de dar credibilidade a um projecto desconhecido que se procurava impor, contra todas as dificuldades que então se apresentavam à imprensa regional.
E porquê o nome Sem Mais? Porque – disse-me um dia o Raul Tavares, quando eu comecei a colaborar com a revista – a intenção era fazer um jornalismo de qualidade, ouvindo todas as partes e, se possível, abordando todos os aspectos de um assunto. De forma a que a informação ficasse completa, assim mesmo, sem mais…
O editorial do primeiro número (Novembro de 1993), que aparece sem assinatura do autor… (mas – deixem-me especular – provavelmente terá sido escrito ou por Mariano da Palma Gonçalves ou, menos provavelmente, por Raul Tavares), referia essas ambições nos seguintes termos:
«Se há coisas que custam na vida dos sonhadores é ter que lutar contra o sonho e contra os profetas da desgraça. O projecto Sem Mais nasceu nestas circunstâncias peculiares, embora do misto de sonho e realidade tenha feito orelhas moucas a tantos “nostradamus” cá do burgo. A ideia de editar, na região de todas as apostas, uma publicação de qualidade, jornalisticamente ousada e atraente às vistas, foi mais forte e motivou um grupo de profissionais com aquela “gema” de Setúbal a tor

Ora, isto é um editorial cujas intenções eu podia assinar por baixo. E, de facto, tive a sorte de ser “levado” a trabalhar neste projecto, após a minha saída da rádio Voz de Almada. A directora de informação daquela rádio, Ana Isabel Borralho, apresentou-me ao Raul Tavares (já que ambos trabalhavam noutro projecto regional chamado Sul Expresso – mas já lá iremos a seguir…). E eu fiquei, primeiro como colaborador (escrevi a primeira “peça”, sobre um projecto que então existia para a recuperação e valorização do Ginjal, em Fevereiro de 1995).

Isso acontece a partir de 1998, quando a SadoPress começa a editar um semanário, Sem Mais Jornal, que se pretendia generalista e “de referência”. E, a propósito, eu também estive na primeira redacção desse jornal.
Terei muito gosto em falar-vos acerca dessa experiência, num próximo artigo deste blogue.
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