sexta-feira, janeiro 29, 2010

Um apelo da AMI a favor do povo do Haiti


Chegou à minha caixa de correio este apelo da AMI (Assistência Médica Internacional, ONG portuguesa). Vem com muitos dias de atraso, é verdade, mas está ainda muito actual. Leiam e, se puderem, contribuam!

sábado, janeiro 23, 2010

Mais sinalização e menos velocidade para o MST, em Almada. A notícia é essa, não é?


Informar melhor a população para os perigos associados à circulação do Metro Sul do Tejo (MST) nas zonas urbanas, reforçar a sinalização junto ao "espaço-canal" e reduzir a velocidade das composições em áreas pedonais - são medidas previstas pela Autoridade Metropolitana de Transportes, com vista a reduzir o risco de acidentes. As providências agora em estudo surgem na sequência de acidentes relacionados com a circulação do MST e devem ser apresentadas ao Ministério dos Transportes no prazo de um mês.

Isto é, pelo menos, o que consigo concluir, depois de ler com muito cuidado e muita atenção a peça do Notícias de Almada "Acidentes com o metro obrigam a adoptar medidas". No terceiro parágrafo da mencionada peça, o referido periódico cita Carlos Correia, presidente da aluída (perdão: aludida) autoridade metropolitana e coordenar (sic) do mencionado grupo de trabalho(da referida autoridade).

Diz, então, o mencionado senhor, que (e passo a transcrever, com a devida vénia): «uma das acções aponta para a preparação de uma campanha de informação para a população, bem como o reforço da sinalização vertical e horizontal, além de que nalgumas zonas com maior circulação de peões haverá moderação da velocidade do metro, além de que estão também identificadas intervenções físicas para as paragens dos autocarros, em determinados locais». (Por aqui não fico a saber que intervenções para que paragens e em que locais.)

O mesmo responsável adianta outras medidas em estudo, nomeadamente - conforme citado pelo Notícias de Almada - «a criação de um separador que impeça as pessoas de se deslocarem paralelamente ao metro» (coisa que, para mim, não faz sentido: não será antes um separador paralelo à linha de metro?) ou, suponho que em alternativa, «a marcação, a amarelo, de uma faixa de 40 centímetros onde nas zonas onde as pessoas costumam circular» (sic).

Ora bem: se percebi tudo, certinho e direitinho, vamos ter - finalmente! - o MST a circular na malha urbana a uma velocidade decente, vamos ter as linhas devidamente assinaladas e uma campanha de informação para explicar às pessoas que é preciso ter cuidado a atravessar a linha do metro - tanto cuidado como o que é preciso ter a atravessar a estrada, para não sermos atropelados por um carro ou um autocarro.

É isso, não é? Pois. Parece-me bem!

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Carro da Polícia cruza-se com viatura não autorizada na "zona pedonal" de Almada. E deixa andar.


Esta foto está desfocada e tremida: Felizmente. Assim, não identifica nem o infractor nem os agentes da autoridade, que não exercem a dita perante as infracções.

Foi captada, a imagem, hoje mesmo (quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010), ao final da tarde, na Avenida D. Afonso Henriques, no troço supostamente pedonal.
O carro da Polícia é mesmo um carro da PSP. Logo, de uma instituição (uma das raras) que está devidamente autorizada a passar na "zona pedonal". Já a viatura não identificada é isso mesmo: uma viatura não identificada. Ou seja: sem qualquer tipo de identificação que lhe permita circular em plena "zona pedonal".

E o que tem esta fotografia de especial? Nada, infelizmente! O abuso é tal e o "fechar de olhos" da polícia é tão habitual que, de facto, casos como estes já nem seriam "notícia" - não fosse o facto de estar um a cometer uma ilegalidade e o outro a deixar que a ilegalidade seja cometida.

Não é novidade, mesmo assim? Pois não - e é exactamente isso o mais grave e preocupante!

É que não se trata da primeira vez que isto acontece: tenho visto, todos os dias e a toda a hora, viaturas não identificadas circularem na "zona pedonal" de Almada... e, uma vez, vi mesmo uma dessas viaturas circular, não no sentido contrário (como é o caso aqui evidenciado), mas atrás de um carro da Polícia! Só que, dessa vez, não levava comigo máquina fotográfica... (Mas fica para a próxima: por este andar, há-de haver muitas oportunidades, não é?)

segunda-feira, janeiro 18, 2010

"Espectáculo de Homenagem a ARY DOS SANTOS - POETA DE CANÇÕES"

"Espectáculo Musical interactivo da Vida e Obra de Ary dos Santos, com projecção de imagens. 4 Artistas fazem uma passagem pelo autor desde a música ligeira ao fado, desde o início ao fim da sua vida. Este é um Espectáculo Cultural que pretende recordar e ensinar, mas acima de tudo, viver ao Vivo as emoções dos poemas cantados com os quais Ary dos Santos se deu a conhecer." - informação copiada do canal do Youtube de onde copiei este vídeo.

José Carlos Ary dos Santos "nasceu na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, a 07 de Dezembro de 1936 e faleceu a 18 de Janeiro de 1984 na mesma cidade", diz a Wikipédia (aqui).

Mais dados biográficos e poemas, em

http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/ary.dos.santos.html

http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/ary_dos_santos/

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Uma notícia do Jornal da Região e um comentário meu


Os almadenses ainda não se habituaram a ver circular no centro da cidade um "metropolitano de superfície" (ou "eléctrico rápido", se preferirem - suponho que ambas as designações estão correctas). Há países onde este tipo de transporte convive pacificamente com os peões (por exemplo, em Itália - veja-se aqui o metro de superfície, ou eléctrico rápido, de Milão), mas por cá ainda é novidade.

No entanto, o que me leva a comentar a notícia não é isso. É outra coisa. É o seguinte...

Eu, que ando muito pelas ruas da minha cidade (sou um pedestre, sim), tenho visto, muitas vezes, muitas pessoas a atravessar a linha do "metro", e a ter muito cuidado (muito medo, aparentemente) enquanto a atravessam. Tenho visto, muitas vezes, pessoas que atravessam a linha do "metro" em locais onde não existe passadeira para peões. E já vi - várias vezes - pessoas que, ao atravessar a linha do "metro", olham só para o "metro" - e, a seguir, quase são atropeladas pelos automóveis!

O que quero dizer com isto? Algo muito óbvio e tão básico que faz parte da educação que recebemos desde pequeninos: é preciso ter muito cuidado a atravessar a estrada! Devemos atravessar na passadeira e olhar primeiro para a esquerda e depois para a direita, a ver se vem algum veículo, seja ele qual for!

O "metro" circula, em Almada, em vias onde circulam também automóveis (se exceptuassemos, como deviamos exceptuar, a "zona pedonal" - mas nessa é, também, o que se sabe). Portanto, tenhamos cuidado ao atravessar a faixa de rodagem dos carros e autocarros, depois a linha do "metro", e novamente a faixa de rodagem dos carros e autocarros. (Ou: tenhamos, então, muito cuidado a atravessar a "zona pedonal", não nos vá passar nenhum carro por cima antes de chegarmos, sequer, à linha do "metro".)

Elementar. Ou não?

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Uma carta aberta do Teatro Fórum de Moura


Companhias de teatro de Alentejo e Algarve sentem-se discriminados na atribuição de subsídios. O Teatro Fórum de Moura assume esse descontentamento, chega-se à frente e toma posição sobre o assunto, em carta aberta, que recebi e partilho.

«CARTA ABERTA À MINISTRA DA CULTURA, MARIA GABRIELA CANAVILHAS, E AO DIRECTOR GERAL DAS ARTES, JORGE BARRETO XAVIER

De: Teatro Fórum de Moura

Assunto: concurso de apoio directo às artes 2010, modalidade apoio anual

MEDIDAS DE DESCENTRALIZAÇÃO NÃO CHEGAM AO ALENTEJO E ALGARVE

APELAMOS AO AUMENTO DO MONTANTE FINANCEIRO PARA ESTAS DUAS REGIÕES

No comunicado da Direcção Geral das Artes de 8/1/2010 assinado por Jorge Barreto Xavier, e que anuncia a abertura dos procedimentos concursais, lê-se que “a distribuição do financiamento (global) observa um propósito de descentralização da oferta artística e cultural”. Mas pelo que veremos esta distribuição fica-se pelo “propósito”.

MAIS PROJECTOS PASSIVEIS DE APOIO, O MESMO DINHEIRO QUE EM 2009

No Alentejo e Algarve acontece uma mais que duplicação do máximo de projectos passíveis de serem apoiados, um factor aparentemente positivo. Mas este aumento é infértil porque o montante atribuído a cada uma destas regiões é semelhante ao de 2009.

Este facto leva-nos a concluir que o presente concurso está viciado porque, na realidade, nenhuma destas duas regiões terá possibilidade de ver mais do que 2 projectos apoiados, número também idêntico ao de 2009.

Analisados os montantes afectos a cada região para 2010 comparativamente com os montantes distribuídos em 2009 na modalidade de apoio anual, apenas a Região Norte é beneficiada com um aumento de cerca de 70.000 euros. O Alentejo obtém uma subida residual de 2.500 euros, o Algarve uma ligeira descida e o Centro perde cerca de 50.000 euros (porém, não consideramos esta situação tão grave como a do Alentejo e Algarve porque ainda assim o valor disponibilizado ao Centro é cerca de 4 vezes superior ao de cada uma destas duas regiões. Mas desta forma se vê que o aumento do Norte é maioritariamente feito com dinheiros do Centro e não de Lisboa e Vale do Tejo).

Esta distribuição dos montantes torna-se ainda mais grave ao analisarmos o número máximo de projectos a apoiar por região na sua relação com o valor médio afecto a cada projecto. O Norte passa de 9 projectos apoiados para a possibilidade de ver 10 projectos apoiados. O Centro passa de 4 para 5, Lisboa e Vale do Tejo passa de 12 para 10, o Alentejo de 2 para 5 e o Algarvetambém de 2 para 5, dando um total de 35 projectos.

No entanto nem todas as Regiões atingirão o máximo de projectos apoiados, já que o presente concurso se disponibiliza a apoiar apenas 29 projectos em termos globais, precisamente o mesmo número que em 2009.

É no valor médio que cada projecto pode valer que as discrepâncias regionais são enormes e bastante elucidativas. Partindo do principio que, de facto, qualquer uma das regiões pode alcançar o seu número máximo de projectos a serem apoiados, ainda que em desfavor de outras,
são estas as médias: no Alentejo o valor médio é absurdamente baixo, valendo um projecto apenas 17.000 euros, no Algarve 21.000 euros, no Centro 75.000 euros, em Lisboa e Vale do Tejo 48.500 euros, e no Norte 58.000 euros.

Analisando a relação nº de projectos/montantes de financiamento só podemos concluir que esta relação funciona como um colete-de-forças que irá prejudicar com especial gravidade as regiões do Alentejo e Algarve, dando uma ínfima margem de manobra ao júri que irá avaliar as propostas.

Perante esta relação tornam-se óbvias quais serão as regiões que não atingirão o número máximo de projectos apoiados: o Alentejo e o Algarve, que em conjunto poderiam ver 10 projectos aprovados, mas tendo em conta os montantes atribuídos dificilmente passarão dos actuais 4 projectos apoiados (2 para cada). Todas as outras regiões conseguirão atingir o número máximo.

Não é esta a forma de corrigir as assimetrias regionais, negando espaço de progressão ao Alentejo e Algarve, e também, de algum modo, ao Centro. E este facto não pode ser justificado pela falta de dinâmica nas diferentes áreas artísticas e nas diferentes regiões: lembramos que em
2009, falando agora do Alentejo, só na área do Teatro, 1 quarto das candidaturas não foram apoiadas. Há portanto nesta Região uma dinâmica a ter em conta, reconhecida local e regionalmente, mas que não é apoiada pelo Estado.

Lembramos também que dentro das próprias regiões há gigantescas disparidades: se em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte, o grosso do financiamento atribuído em 2009 apoiou projectos nas cidades de Lisboa e Porto, no Alentejo mais de 2 terços do financiamento apoiou projectos no eixo Évora/Montemor-o-Novo, dois concelhos limítrofes do Distrito de Évora. Já não falando de apoios atribuídos na Região Alentejo a projectos com sede real em Lisboa.

Vistos estes factos, apelamos que os montantes de financiamento disponíveis sejam aumentados o mais rapidamente possível em favor de uma real correcção da macrocefalia nacional dos apoios atribuídos às artes, dando especial atenção à Região do Alentejo, sem dúvida a mais prejudicada no presente concurso.

Aguardando resposta ao nosso apelo, cumprimentos do Sul,

Pelo Teatro Fórum de Moura
Jorge Feliciano»

sexta-feira, janeiro 08, 2010

O Auto da Índia, de Gil Vicente e a inauguração do Cristo-Rei, no Boletim de Fontes Documentais do Arquivo Histórico de Almada


De uma das visitas ao Arquivo Histórico de Almada (onde vou consultar publicações antigas - incluindo o Sul Expresso, jornal onde trabalhei entre 1995 e 1997), trouxe o livrinho de que vos quero falar hoje.

Chama-se "Almada na História", é uma edição do Arquivo Histórico da Câmara de Almada, costuma ter conteúdos interessantes (para quem se interessa por História, claro!), recuperados dos acervos do município e de outras instituições.

A edição a que me quero referir é ainda mais interessante: inclui o Auto da Índia, de Gil Vicente (farsa representada pela primeira vez em Almada, no ano de 1509) e uma reportagem da inauguração do monumento a Cristo-Rei, em 1959. Mas também um documento sobre a reestruturação da Câmara Municipal, em 1975.

Neste volume (dois números, semestrais: 15 e 16, referentes a 2008, mas tão actuais agora como há um par de anos) "Almada na História" apresenta, por ordem cronológica, oito "documentos impressos e manuscritos".

"Audiência concedida por João Afonso, ouvidor de D. Nuno Álvares Pereira, a João Amador, Mamposteiro, em 1413 - traslado da audiência concedida no Paço do Concelho em Almada a João Amador, mamposteiro da Casa dos Gafos, de Cacilhas", documento do Arquivo Histórico
da S. C. da Misericórdia de Almada.

"Reunião da vereação da Comuna dos Judeus de Lisboa, em 1485 - a comuna dos judeus de Lisboa, reunida em vereação, na noite de 2 de Outubro de 1485, autoriza José Calado e José Yaex, ambos alfaiates, a venderem o foro de umas casas na Judiaria Nova a Juda Gabay e
José Catalão", pergaminho do Arquivo Histórico Municipal de Almada.

"Auto da Índia, de Gil Vicente, representado em Almada, em 1509 - transcrição do Auto da Índia, segundo a edição de 1562, representado em Almada, perante a rainha D. Leonor e a corte que saira da capital, por motivo da peste, em 1509", reprodução de documento do arquivo da
Biblioteca Nacional.

"Chegada e estadia do Rei Filipe na Vila de Almada e na cidade de Lisboa, em Junho de 1581", Paris, Biblioteca Nacinal de França (Biblioteca Digital Gallica).

"Contracto efectuado por Manuel Malheiros com os oficiais da Câmara de Almada, sobre a vistoria do Moinho de Mutela, em 1647 - documento seiscentista com interesse para a história da moagem da vila e termo de Almada".

"Carta de Sangrador de Francisco António Botelho, registada em 1751 - concedida a licença ou carta de sangria a Francisco António Botelho, (...) «para sangrar, sarjar, lançar ventosas e sanguessugas em todos os reinos e senhorios de Portugal»".

"Inauguração do Monumento a Cristo-Rei, em 1959 - reportagem do jornal regional Praia do Sol relativa à inauguração do Monumento".

"Reestruturação dos serviços da Câmara Municipal, em 1975 - reorganização do funcionamento da nova estrutura orgânica da autarquia, após o 25 de Abril de 1974, com o objectivo de desburocratizar as matérias de rotina e tornar funcional e rápido a prestação de serviços aos munícipes".

São, portanto, quase 500 anos de História, documentada - com recurso a fac-similes das edições mencionadas - em cerca de 80 páginas de "boletim". Está disponível, ao público (não só aos investigadores: ao "público em geral", mesmo) no Arquivo Histórico de Almada. Merece leitura atenta!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Ano novo, mais hábitos velhos


Esta foto é de domingo, 3 de Janeiro de 2010. O carrito que vemos estacionado em cima do passeio está a cometer uma ilegalidade (e a desrespeitar os peões no espaço a estes destinado, como é óbvio).

No entanto, eu tive o cuidado de não identificar a respectiva matrícula. Porquê? Porque não estou para embarcar nessa treta pseudo-justiceira a que agora se chama "jornalismo do cidadão" (embora, na verdade, eu seja um cidadão que tem exercido a profissão de jornalista desde 1992... mas adiante).

Não querendo, pois, armar-me em "justiceiro", ou "vigilante" ou "cidadão jornalista" - agradecia que "quem de direito" (a policia ou a Ecalma) tomasse nota desta e de outras ocorrências semelhantes (e recorrentes, em Almada). Para fazer cumprir a legalidade, se não se importam. Pode ser? Obrigadinho.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Ano novo, hábitos velhos


Esta imagem é de sexta-feira, 1 de Janeiro de 2010. Não teria nada de especial, se não tivesse sido captada na "zona pedonal" de Almada. Leram bem: "zona pedonal". "Pedonal" significa "para peões".
Aquilo que está ali a passar é mesmo um automóvel. Um de muitos que circularam por aquela zona enquanto eu esperava por um autocarro. Em plena "zona pedonal" de Almada - repito, para que ninguém fique com dúvidas.