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quinta-feira, maio 22, 2008

A Expo 98 não traz... O QUÊ ???


Em 1998, a poucos dias da abertura do grandioso evento que seria a Exposição Mundial, este vosso servo, armado em jornalista do Sem Mais Jornal e do Jornal da Região (edição Almada), lembrou-se de perguntar a alguns agentes económicos do concelho de Almada o que esperavam ganhar com o acima referido grandioso evento.

Pergunta natural, não é? Almada fica na outra margem do Tejo, mesmo em frente à capital do império... Portanto, seria de esperar que alguns dos visitantes da Expo aproveitassem para vir conhecer esta banda.

(Ah, e não me venham cá com a treta da cidade esventrada e desfigurada: estávamos em 1998, ainda existia em Cacilhas o penico... hããã, perdão, a Fonte Luminosa, a estátua dos Perseguidos ainda se encontrava naquela rotunda central da cidade, cercada de trânsito... enfim, estava a maravilhosa cidade de Almada no seu melhor, sem estas tristezas arquitectónicas que esses energúmenos da Câmara estão a implantar agora, abusivamente, e só para desfeiar esta antes tão belíssima urbe...

Adiante...)

Ora bem: se a pergunta (será de esperar que a a Expo 98 traga visitantes a Almada?) era pertinente, toca então de agarrar no telefone e ligar para restaurantes da Trafaria, de Porto Brandão e da Costa de Caparica. (Era assim que se fazia: ligava-se, a partir da redacção - em Setúbal, nas instalações da Sem Mais - e, curiosamente, conseguia-se muitas vezes falar com as pessoas que atendiam do outro lado da linha. Outros tempos...)

Feitos os primeiros contactos, fiquei a saber que, no sector da restauração ninguém esperava aumento de afluência nos meses seguintes.
Bem... e então se diversificarmos a busca de depoimentos, falando, por exemplo, com uma associação representativa de agentes económicos da zona mais turística do concelho?

Boa! Diga lá então, senhor representante da Associação de Desenvolvimento Turístico da Costa de Caparica. E ele disse: havia muito turismo, sim senhor - mas isso é habitual e, aparentemente, não se verificaria nenhum aumento substancial de visitas, ou estadias, por influência da realização da Expo 98.

Ora bolas!

Então, a Exposição Mundial, o Grande Evento que ia devolver o Orgulho Pátrio à Nação Portuguesa... não trazia nenhum valor acrescentado a Almada?!

Mas como era isso possível? Não podia ser!!!

Quem talvez possa ajudar a entender isso será a própria organização da Expo. Fala-se, então, com o gabinete de imprensa, e diz o respectivo porta-voz: «se não há muitos estrangeiros que tenham procurado hospedagem no concelho de Almada, isso deve-se à estratégia de instalação dos operadores turísticos».

O que, trocado em miúdos, significa que os operadores turísticos se estavam bem a borrifar para Almada.

Então, de quem é a culpa? Porque é que os operadores turísticos não se interessam por Almada, mesmo em tempos de Expo 98?

Já sei: a culpa deve ser da Câmara. Em Almada, a culpa é sempre da Câmara...

Perguntemos, pois, à Câmara. «A Expo não vai, certamente, resolver os problemas estruturais das actividades económicas do concelho», respondeu, então o chefe da Divisão de Informação municipal.

O quê?... A Expo não vai resolver os problemas estruturais?!!!... Mas não é para isso mesmo que serve a Expo? Não é isso mesmo que a Expo vai fazer no país inteiro: criar empregos, requalificar e diversificar o tecido produtivo, fazer crescer a economia portuguesa de forma continuada e sustentada?

Isto só em Almada, senhores!

Mas pronto, que havia eu de fazer mais? Se toda a gente me diz que não espera maior afluência de turistas ao concelho durante a realização da Expo 98, só me resta concluir que, precisamente, não se espera que a Expo 98 traga turistas ao concelho.
E, assim, o título escolhido para a peça foi - como parecia óbvio - "Comerciantes de Almada aguardam o Verão com Reservas - Expo'98 não traz turistas"

O QUE EU FUI DIZER (aliás, escrever...) MEUS CAROS!

O Grande Evento Lusitano não traz turistas? Heresia! - berraram, de Lisboa, algumas chefias da empresa que editava o semanário gratuito. E o chefe de redacção, coitado (era sempre o chefe de redacção que aturava essas coisas... coitado), lá teve de aturar o "orgulho ferido" de uma alma lusa que, candidamente, acreditava que a Expo 98 era um símbolo intocável.

E disse-me: «deviamos ter escolhido como título "Expo 98 não traz muitos turistas"». Porque, enfim, era a Expo 98. Alguns turistas havia de trazer, não?...

(Afinal, estávamos nos anos 90, tinhamos dinheiro à borla da Europa, andávamos contentinhos da vida porque tinhamos conseguido chamar a atenção do mundo para um pedaço de Lisboa todo modernaço, a economia estava em franco crescimento, havia empregos, havia animação cultural, e agora é que ia ser.
E foi: foi o que se viu... Até hoje.)

terça-feira, maio 20, 2008

Ena pá! A "nossa" Expo foi há dez anos! Que fixe: tivémos uma expo!...


A exposição mundial de 1998 realizou-se em Lisboa, entre 22 de Maio e 30 de Setembro.

Mais que um evento de dimensão internacional - o qual, na época, contribuiu para "elevar o moral" dos portugueses - a Expo teve como grande mais-valia a requalificação urbana de uma parte da cidade de Lisboa (a chamada Zona Oriental) que, anteriormente, se encontrava degradada, poluída (era uma antiga zona industrial e portuária...) e, além disso, constituía uma "barreira" que impedia o acesso ao Tejo.




(Em 1994, outro projecto - muito mais polémico e, em breve abandonado - prometia intervir naquela zona. Era o POZOR - Plano de Ordenamento da Zona Ribeirinha.


«O Plano de Ordenamento da Zona Ribeirinha – POZOR – apresentado em 29 de Junho de 1994 propunha para a frente ribeirinha compreendida entre Algés e a Matinha uma compatibilização entre as exigências específicas da actividade portuária e as características e usos previstos para as áreas urbanas adjacentes, segundo o considerado no Plano Director Municipal de Lisboa e com o suporte legal do DL nº 309/87, seu estatuto orgânico, que lhe conferia poderes para intervir em funções urbanas.», lê-se no site da Administração do Porto de Lisboa. Mais informação sobre o assunto disponível também no site da Ordem dos Arquitectos.)


Quanto à Expo propriamente dita (que, por acaso, é aquilo que menos me interessa...), diz o site da Parque Expo, que «foi um evento que se enquadrou no regime jurídico das exposições internacionais, definido pelo BIE - Bureau International des Expositions. Foi uma "exposição especializada" na medida em que foi enformada por um tema específico "Os Oceanos, Um Património para o Futuro", e nela não foi cobrada qualquer renda pelos pavilhões que a Organização da Exposição construiu para acolher as mostras expositivas dos Participantes Oficiais. A EXPO'98 integra-se numa riquíssima tradição de exposições internacionais, cujo início é comummente identificado com a Exposição de Londres de 1851.»


E mais: «A ideia da realização em Lisboa de uma exposição internacional surgiu no âmbito da Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, a qual tem por objecto um conjunto variado de acções tendentes a assinalar a relevância histórica dos descobrimentos portugueses das últimas décadas do século XV, culminando com a primeira viagem marítima à Índia, feita por Vasco da Gama, em 1498, e a comemoração da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.»

Tá bem...

(Podem ler o resto no site do Parque das Nações - que até tem coisas muito interessantes, a sério!:
http://www.parquedasnacoes.pt/pt/expo98/ )







Se quiserem saber mais coisas sobre a Expo, não me perguntem nada - que eu não pus lá os butes - mas podem procurar, por exemplo nos seguintes "links":


QUE SUSTO!!!


Confesso: quando foi apresentada a mascote da Expo 98 – que decorreu em Lisboa, entre 22 de Maio e 30 de Setembro desse ano - eu ia morrendo de susto!

A sério!

Pensei mesmo que o mundo ia acabar!
E não era caso para menos!

Reparem nas semelhanças entre o Gil ( mascote da Expo, na foto de cima) e o Boubou – personagem da série Dragon Ball Z que, naquele tempo, estava a fazer o que todos os espantosos vilões que tinham aparecido antes não conseguiram: destruir o planeta Terra!
Então, não era caso para um gajo se assustar? Era, não era?
E estavamos a chegar ao “final do milénio”, ainda por cima...
Buuu!... Que medo!...