quinta-feira, agosto 25, 2011

Duas perguntas à Ecalma


Farto de esperar pela resolução de um problema a já me tenho referido muitas vezes (ver aqui) decidi apresentar o assunto por escrito à Ecalma - Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada. Eis o conteúdo do email, que enviei hoje e para o qual aguardo resposta:

Exmos Senhores

Moro na Rua Leonel Duarte Ferreira, Almada (Bairro de São Paulo, junto às piscinas da Academia Almadense e a um parque de estacionamento da ECALMA).

Nesta rua encontram-se, todos os dias e a toda a hora, viaturas estacionadas ilegalmente em cima dos passeios.

Tenho, repetidamente, telefonado para a Ecalma a denunciar estes casos e a pedir que essa Empresa Municipal venha remover pelo menos as viaturas que estacionam em frente à minha casa impedindo-me o acesso ao contador da electricidade.

Sempre que telefono para a Ecalma, respondem-me aí que não podem intervir nesta rua devido a "ordens superiores".

Gostaria, pois, que me esclarecessem as seguintes dúvidas.

1 - As "ordens superiores" para não intervirem nesta rua existem, de facto?

2 - Se existem, quem é a entidade e a pessoa responsável por essas ordens, a quem me possa dirigir para reclamar deste incumprimento da Lei?

Sem outro assunto por agora, e aguardando resposta.

domingo, agosto 21, 2011

A roulote da Festa do Avante, as Festas do Barreiro e o Portugal-Brasil sub-20 de 1991


Este artigo arrisca-se a ser apenas um desfiar de memórias sem grande interesse, mas cai vai...

Em 1991 a Festa do Avante realizava-se, pela segunda vez, na margem sul do Tejo, no concelho do Seixal. E havia - tal como no ano anterior - propaganda específica para divulgar o evento nas ruas e espaços públicos do distrito de Setúbal: uma roulote com equipamento de som e um projector de vídeo com respectivo écran. Durante o dia fazia soar a propaganda sonora da Festa (num estilo nada casseteiro - de cassete... - e muito radiofónico, até) e à noite, quando as condições o permitiam, exibia vídeos tão diversificados como o mítico concerto dos U2 nas Red Rocks e a incontornável propaganda oficial da Festa.

E era eu, pois, quem andou durante esse ano por todo o distrito a fazer som e a projectar vídeo (no ano anterior eramos 2 pessoas, mas nesse ano calhou-me actuar a solo). Durante 3 meses praticamente era aquela a minha alegre casinha, tão modesta quanto eu...

No dia em que Portugal venceu o Campeonato do Mundo de Futebol no escalão sub-20 pela segunda vez (tinha vencido também em 1989, em Riad) estava eu a fazer o trabalho no recinto das Festas do Barreiro. Mas tinha vindo na noite anterior a Almada (mudar de roupa, beber uns copos com os amigos e essas coisas) e, então, lá tive que fazer a absurda viagem Bairro Amarelo - Cacilhas - Lisboa - Barreiro, porque não existia ainda um meio de transporte que ligasse as duas cidades geograficamente tão perto - Almada e Barreiro - e no entanto tão distantes.

(Agora também não há - mas existe um projecto, desde 1995: o Metro Sul do Tejo que, supostamente, iria ligar os 4 concelhos do "arco ribeirinho do Tejo", mas que, sei lá eu porquê, ainda só vai de Cacilhas a Corroios.)

Lá fui, então, dar a volta longuíssima, lentíssima e contra-natura. Pelo caminho, muitos brasileiros em grande festa e - facto que muito estranhei, naquela altura - muitos portugueses respondendo-lhes de forma agressiva. Porquê? Somos países irmãos, os portugueses até costumam ser reconhecidos pela sua afabilidade e o seu "fair play" e aquilo era só um jogo de futebol! - espantava-me eu, na minha ingenuidade de quem ainda não tinha entendido a maneira como a ideologia neoliberal estava a começar a fazer os seus estragos... (mas adiante, que isso é matéria para outros artigos).

Chego ao Barreiro por volta da hora de almoço. Almoço e a seguir começo a trabalhar. Durante a tarde havia pouca gente no recinto (o que era natural: o tempo estava quente, mais para praia do que para passeios na "feira"). Ao final da tarde começa a aparecer mais gente, mas também começa a "febre" do Mundial.

Ora, eu também gosto de futebol! Mas não queria deixar o meu posto de trabalho. Que fazer?

Começa o jogo e eu já sei o que fazer: olha, meto as cassetes que já estavam gravadas (sim, apesar de aquilo funcionar como um estúdio de rádio, também tinhamos alguns programas gravados... hããã... pois, como nas estações de rádio a sério) e, dentro da roulote, fico a ouvir o relato num rádio portátil. Muito profissional, né?

Pois. Mas quando, depois do tempo regulamentar e depois do prolongamento, a coisa chegou aos penáltis, aqui o profissional da rádio móvel não resistiu: desligou a aparelhagem, fechou a roulote e foi ao café ali em frente beber uma imperial, ainda a tempo de ver o grande Rui Costa enfiar a bola lá dentro e dar o título à nossa selecção.

O que aprendi com isso? Que quando há bola podes sair do teu local de trabalho à vontade porque ninguém nota: está tudo a ver a bola! E que, apesar de ter nascido no Brasil (e nesse tempo ainda ter só a nacionalidade brasileira), o meu coração é, afinal, muito mais luso (e não só do Barreiro) que brazuca.

E pronto, assim acaba esta estória. Eu avisei que não era nada de especial, não avisei?

Mas, se estiverem mesmo interessados noutras estórias e até em alguma História recente - que tentarei contar de forma mais rigorosa e menos subjectiva, embora tenha estado envolvido em algumas delas - tomem nota do endereço de um novo blogue, pomposamente chamado Arquivo Histórico (Para Memória Futura)

http://arquivovitorino.wordpress.com

No momento em que escrevo e publico este artigo ainda encontram por lá pouca coisa. Mas vão passando por lá. Há muito material nos meus arquivos para partilhar convosco.

(Nota final: a imagem que ilustra este artigo é um desenho feito pelo colega que esteve a trabalhar comigo na roulote da Festa do Avante no ano anterior, 1990 - era a "capa" de uma das cassetes.)

quarta-feira, agosto 17, 2011

Motins em Inglaterra: dividir para reinar?


Stephen Lendman, escritor norte-americano, membro do Center for Research on Globalization, defende que os motins em Iglaterra não foram apenas um protesto espontâneo, mas sim uma acção provocada pelos poderes para tentar dividir os movimentos anti-sistema e, ao mesmo tempo, testar a força do Estado em futuras revoltas - que supõe inevitáveis - contra as políticas de austeridade.

"Penso que Cameron conseguiu exactamente o que queria. O assassinato de um jovem negro acontece com demasiada frequência, na América e noutros países ocidentais e normalmente não origina motins de rua, edifícios em chamas, violência extrema, tiroteios... Mas o assasinato de Mark Duggan provocou isso tudo.

Penso que isto foi um incidente provocado pelo Estado. Não foi apenas a polícia assassinar um jovem negro. Penso que isto foi o "incidente de Cameron". Cameron, tal como Obama, é um instrumento político do que podemos chamar a sequência de poder do dinheiro.

O que está a acontecer é que temos terrível depravação social em curso, numa depressão global. Há sofrimento humano, real. Desemprego, probreza a crescer, fome, pessoas sem abrigo... E tudo isso está a piorar cada vez mais. E (os governos) em vez de lidar com a situação, na Europa e na América aplicam a "receita" da austeridade. Isso é como deitar gasolina numa fogueira para aumentar as chamas. O grande medo, na América, no Reino Unido, e em toda a Europa, é que possa realmente acontecer uma erupção social.

Penso que este incidente teve como objectivo separar negros de brancos, incitar motins raciais, separar grupos que, se estiverem unidos, podem ser uma força poderosa para a justiça social. Além disso, distrair a atenção das pessoas da sua miséria económica, assustá-las. E testar sistemas de comando e de controlo para a luta maior que eles esperam que venha a acontecer mais adiante. Porquê? Porque os programas de austeridade que estão a ser implementados vão tornar as condições do dia a dia ainda piores, e as pessoas vão reagir.

A pergunta-chave é quem ganha e quem perde. O Estado vence, derrubando-nos, sugando o máximo de proveitos para a sequência de poder do dinheiro que dirige estes países. Tirando mais ao cidadão comum, às classes trabalhadoras, aos pobres... fazendo-os sofrer mais, encorajando a ira. Precisam de um plano para os abater.

Este foi um teste. Foi para testar o sistema, num nível baixo. Alguns dias de motins, para ver como precisarão de contra-atacar quando os grandes protestos acontecerem. E vão acontecer, e podem ser horríveis, e eles querem estar preparados. É o que estão a preparar em Inglaterra e no resto da Europa."

domingo, agosto 14, 2011

Olhar para o mundo sem medos e sem preconceitos


Numa entrevista publicada no Ionline, o General Loureiro dos Santos parte dos acontecimentos ocorridos em Inglaterra nos últimos dias para uma análise à situação mundial.

A entrevista é extensa, está publicada integralmente no site - ler aqui - e o que reproduzo são alguns excertos em que o militar analisa os assuntos com mais preocupação de os entender de um ponto de vista social e não apenas geo-político.

Nesses momentos, Loureiro dos Santos consegue ser mais "marxista" que a maior parte dos analistas de esquerda - porque não se limita a tentar entender (ou apenas explicar, como fazem muitos "intelectuais de esquerda") como é que a miséria social (e cultural, digo eu) é o caldo de cultura para estes fenómenos, nem os "justifica" apenas com a ideia preconcebida (e muito confortável, para muitos, mesmo quando mal fundamentada) que isto é o prenúncio da grande revolta dos pobrezinhos que hão-de derrubar o capitalismo e essas coisas.

Pelo contrário: faz uma análise dinâmica, pragmática, e nada idealista nem fatalista ou determinista (no sentido alienante que a expressão pode ter). E chega mesmo a ser didáctico.

Vejam, por exemplo, como usa uma imagem tão simples para explicar a crescente proletarização da sociedade. Ou como a "sociedade da informação" condiciona a maneira como olhamos para o mundo e nos relacionamos com a realidade, deslumbrando-nos com a "novidade" de fenómenos que pouco ou nada têm de novo, ou como a virtualização da economia leva a fenómenos absurdos (mas com influência real) de que o "poder" artificial das agências de "rating" é exemplo acabado.


(O que está a acontecer em Inglaterra) É apenas vandalismo gratuito?
As razões profundas estão ligadas à construção das sociedades, começam nos guetos das cinturas explosivas das grandes cidades e há uma série de razões que originam situações assim. Não é a primeira vez que isto acontece em Inglaterra. Vemos as imagens de 1980 e são as mesmas. A segunda fase é que acho que mostra impunidade. Aquilo prosseguiu daquela forma porque a resposta não foi suficiente. (...)

Fala nas condições que propiciam situações destas. Quais são elas?
Discriminação social e o sentimento de que não são tratados como os outros. E depois a diferença entre os que têm muito e os que têm muito pouco...


E esse fosso está a aumentar...

Exacto. E o problema novo que altera tudo é que as sociedades foram sempre constituídas por dois mundos diferentes, mas não havia o que há hoje, que é a informação permanente. Ela transformou as coisas. Tudo aquilo que sempre existiu passível de originar actos de revolta agora está perante os nossos olhos, portanto os pobres, os que vivem mal, os que se sentem injustiçados ou discriminados, os que não sabem bem onde pertencem, comparam-se com os outros. E esse conhecimento permanente gera indignação.
(...)

Podemos extrapolar esta situação e dizer, como alguns, que é um prenúncio do que vai acontecer em todo o lado?

Acho que tem de haver respostas rápidas a isto, porque esta crise trouxe uma situação nova. É que no passado, quando se falava de desemprego e utilizando linguagem militar, quem ia para o desemprego eram os soldados, os operários. Agora não, agora vão os soldados, os sargentos, os capitães, os majores, vão todos para o desemprego e há gente da classe média, até da média alta, desempregada e desesperada. Isto pode conduzir a revoltas organizadas e, em desespero, podem fazer-se muitas coisas. E esta situação deve merecer muita atenção dos responsáveis políticos, principalmente em termos preventivos. É preciso encontrar políticas que evitem estas situações.


Que tipo de políticas?
Não sei. Até agora eram apoios sociais, para amenizar as dificuldades, mas por causa da crise o que está a acontecer é que os apoios sociais estão a desaparecer. E isto está tudo inserido numa grande transformação estratégica.
(...)

Acha que o sonho europeu falhou?

Houve uma série de pessoas com esse sonho, que viam uma Europa tipo Estados Unidos. Mas desde o início foi claro que nem a Alemanha, nem a França nem o Reino Unido estavam interessados nisso, porque não queriam que houvesse uma câmara alta em que o Luxemburgo pudesse pesar tanto como a Alemanha. Como é que a Alemanha podia admitir isso? Na UE nunca houve solidariedade. Eu escrevo isso desde o ano 2000. Que não pensemos que outros vão vir em nosso socorro. Como esta subida do preço dos alimentos: alguém pensa que, se nós estivermos aflitos sem dinheiro para comer, a Alemanha ou a França nos vêm dar alimentos e ficam eles com fome? Que ninguém pense nisso! Em Portugal houve líderes que se convenceram de que agora éramos todos iguais, podíamos ser todos ricos e andámos a gastar o que não tínhamos! Isto explica a nossa actual situação e não fomos só nós que o fizemos, foi a maior parte dos países. Não há solidariedade internacional e a prova é o que está a acontecer na UE.
(...)

Falando em rating, o que pensa dessas agências? Ultimamente tem-se questionado muito a sua existência e poder.

O poder é-lhes dado pela forma como os estados reagem aos seus anúncios. Não são elas que detêm poder, quem lhes dá o poder são os estados. Quando os EUA ficam completamente à nora com a baixa do rating estão a dar-lhes muito poder. O capitalismo já não é aquele que os teóricos do século xx referiam. Agora quem controla são organizações acéfalas, que não se sabe bem o que são, nem quem manda lá... Mas são eles que manobram a economia mundial. E mais, hoje o dinheiro é virtual, são bits, aquelas coisas do computador, que não é nada [risos]. Se não houver mudanças nos estados democráticos, se não arranjarem forma de sair desta tendência quase inevitável, vamos caminhar para capitalismos do género russo ou chinês, autoritários, sem liberdades, sem democracia, e isso é um perigo. Os países democráticos têm de evitar que o actual capitalismo sem rosto se transforme em sistemas ditatoriais.


O que é que pode ser feito?

Têm de ser os jovens. O problema principal deles, hoje em dia, não se punha no meu tempo. Antigamente ter segurança no trabalho era um dado adquirido, não se pensava na fonte de rendimento. Agora isto cria desespero nos jovens. Mas há uma coisa que me espanta nos jovens hoje. No passado, com a revolta dos jovens de Maio de 68, havia propostas, coisas novas. Agora não, aquilo que os indignados dizem é que isto está mal e depois apresentam questões pontuais que passam por "dêem-me emprego". A ideia que dá é que eles concordam com este modelo, desde que lhes dêem um emprego. Isso é errado, porque o modelo é que está mal, foi o modelo que levou a esta situação! Têm de aparecer propostas e os jovens são os únicos com condições para as apresentar.


Uma ideia é pedir uma auditoria dos cidadãos à dívida pública.

Isso nem sequer é uma ideia original, mas parece-me razoável. As ameaças à segurança nacional neste momento não são susceptíveis de resposta militar, têm de ter respostas políticas, económicas, sociais, e espero que não venham a precisar de resposta militar. Há muita gente que vaticina isso, que diz que o que está a acontecer é o que se passou a seguir à grande crise dos anos 30, que começou por aqui: dívidas, nacionalismos, fascismos, guerra. Espero que não chegue aí, sinceramente, até porque as sociedades estão de tal forma vulneráveis e frágeis, por serem tão complexas, que não vão resistir a um abalo. Julgo que vamos passar por um período muito complicado, que não deverá ser muito prolongado - porque isto hoje está muito acelerado - e vão surgir soluções. O mundo nunca deixou de encontrar uma solução. Não pensemos que vamos desaparecer, até porque essas ideias são vendidas pelos mais velhos [risos].


Nota (propositadamente) final - a imagem que ilustra este artigo é um pormenor de uma foto-reportagem sobre motins de jovens em França, em 1983. Publicada no livro "L'Année de La Photo - Le grand show de l'actualité", edição Love Me tender - Sipa Press, 1983.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Fim do mundo? Não: apenas uma remodelação.



Lembrei-me disto quando vi os motins e o vandalismo recente em cidades de Inglaterra.

Em 2007 (a foto é desse ano), estava aqui a nossa cidade de Almada esburacada por causa das obras do metro de superfície. Era um caos. Alguns cidadãos com deficiência mental (e certas igrejas...) andavam desorientados pela rua, a bradar como se estivessem a assistir ao fim do mundo... Grande confusão, campainhas de alarme a soar nos espíritos mais confusos e o oportunismo "religioso" de sempre.

E afinal era apenas uma remodelação da cidade.

Não era possível instalar a nova estrutura viária sem fazer os tais buracos e causar os tais incómdos, que a tantos pareciam sinais do fim do mundo... Tal como não é possível fazer uma omoleta sem antes partir os ovos!

Mas o que tem isso a ver com o que está a acontecer em Inglaterra?

Ora, ainda bem que me faz essa pergunta!




Em momentos de crise, o capitalismo arranjou sempre maneira de se salvar e de se reforçar. Os motins são um excelente instrumento para assustar as pessoas, fazê-las apoiar os seus governos e exigir mais "autoridade" (leia-se: Estado policial). E se for preciso vamos para a guerra. O capitalismo nunca temeu as guerras. As guerras são até muito boas para os grandes negociantes.

Já aconteceu antes e está a acontecer novamente - é só mudar os personagens porque o guião é decalcado dos anteriores...

Sim, é claro que havia condições sociologicas para que revoltas deste tipo estalassem, e essas coisas. Toda a gente sabe isso. Os membros do famigerado grupo Bilderberg, então, sabiam-no muito bem. Tanto que até, ao que parece, discutiram a melhor maneira de usar esse descontentamento a seu favor.

Informações sobre a última reunião grupo Bilderberg neste artigo (em inglês):


Começa a fazer sentido, ou não?

(Nota de rodapé, para os que têm dificuldade em lidar com figuras de estilo: não, não estou a comparar os planos capitalistas com os projectos de requalificação da cidade de Almada. Estou a dizer que as pessoas que pensam que os motins em Inglaterra são a revolução ou o fim do capitalismo já para amanhã estão tão enganadas como os que pensavam que as obras do metro de superfície eram o fim do mundo)

quarta-feira, agosto 10, 2011

Mais fotos da "zona pedonal" de Almada





Sem nada a acrescentar ao que já foi dito no artigo anterior (aqui)