quarta-feira, novembro 26, 2008

O Metro Sul do Tejo: contribuições para a sua história


No dia em que o Metro Sul do Tejo chega (finalmente!) a Cacilhas, decidi armar-me em pretensioso e publicar aqui no meu cantinho algumas "contribuições para a história" do dito.

Parece que a ideia vinha já dos anos 80. Mas as referências documentais mais antigas que tenho nos meus arquivos pessoais remontam a 1995. Por exemplo, nesta publicação de propaganda política da CDU...



... ou neste jornal, o Sul Expresso, conotado com o Partido Socialista (embora não fosse assim tão "socialista" entre aspas: eu trabalhava lá - e, apesar de me chamar também António Vitorino, não sou o dirigente do PS, como certamente já repararam...).




Portanto, em 20 de Março de 1995, o estudo de viabilidade técnica e económica (entregue ao ministério liderado por Ferreira do Amaral) era apresentado publicamente. E, como se pode ver, já previa o actual traçado dentro da cidade de Almada. Previa ligações à Costa de Caparica (façam o favor de confirmar) e ao Seixal e Barreiro, com a possibilidade de posterior extensão até à Moita (é o que está no mapa, não é?).Claro que os prazos eram muito"optimistas". Mas em Portugal os prazos são sempre "optimistas", certo?



No mesmo ano, a 5 de Abril, a Câmara de Almada aprovava em reunião pública o protocolo do MST, "por unanimidade e com direito a palmas", como reportava então a jornalista do Sul Expresso Ana Isabel Borralho.


A 18 de Abril de 1995, o Governo e as quatro autarquias envolvidas no projecto (Almada, Seixal, Barreiro e Moita) assinavam um protocolo de colaboração. O ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, fazia então uma notável "declaração de intenções" na qual considerava ser a ferrovia o "transporte do futuro" (não sei, mas parece-me que ouvi recentemente alguém do actual Governo dizer qualquer coisa semelhante...).





Claro que, já nesse tempo, se levantavam algumas vozes de esclarecidos (e anónimos) cidadãos, indignando-se contra o projecto e avisando as gerações futuras quanto às nefastas consequências do "comboio". Por exemplo, este cronista residente do "socialista" (entre aspas) Sul Expresso, que assinava como "rosinha dos limões":




Entretanto, a antiga Rodoviária Nacional era privatizada, passando a chamar-se então (e até hoje) TST - Transportes Sul do Tejo. Quem nesse tempo chefiava os TST garantia ao Sul Expresso que a empresa estava preparada para "enfrentar a concorrência".




Note-se que os TST pertenciam então ao Grupo Barraqueiro, actual "patrão" do Metropolitano da Margem Sul; e hoje pertencem ao grupo britânico Arriva (que os adquiriram ao Grupo Barraqueiro, pois claro); e note-se também que, há poucos anos, os dois grupos tentaram criar uma "holding" de transportes, numa operação de concetração que foi chumbada pela Autoridade da Concorrência; note-se, por último, que o grupo Arriva é accionista de empresas do grupo Barraqueiro e que este, por seu lado, é accionista de empresas do outro... Confusos?

Enfim, eu em 1996 ainda não sabia de nada disto. Nem desconfiava. Daí as minhas tão "cândidas" perguntas sobre a concorrência entre os dois meios de transporte.

Alguns anos mais tarde - em 2002, para ser mais preciso - voltei a falar com responsáveis dos TST, do grupo Barraqueiro (e, nesse caso, também com a Transtejo). Deixo isso para outro artigo. Mas, se quiserem, podem espreitar o que já escrevi sobre o assunto clicando aqui:
http://vitorinices.blogspot.com/2007/05/ateno-vou-opinar-sobre-o-metro-sul-do.html

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