sábado, maio 17, 2008

O Manual do Professor Pardal


Um dos primeiros livros que tive – e isso foi ainda nos anos setenta do século passado, vejam lá o velho que eu sou, eh eh eh!... – foi o Manual do Professor Pardal. Era um calhamaço, ou melhor, uma colectânea de“invenções” de um dos mais carismáticos personagens da empresa criada por Walt Disney.
Conhecem, certamente, o Professor Pardal: é o típico “cientista maluco”. O homem (aliás, o pardal...) que inventa tudo o que lhe é pedido – tudo, mesmo, até o impossível... Embora o “impossível” demore um pouco mais a inventar, já se sabe.
Se não conhecem o manual, não se deixem enganar pela capa. Porque havia ali – a par de “invenções”absolutamente mirabolantes – algumas “dicas” práticas para construir engenhocas viáveis.
Por exemplo? Um caleidoscópio. Ou um periscópio (objecto que, contrariamente ao que é “vox populi”, não serve apenas para usar debaixo de água).
Eis aqui o testemunho de alguém que experimentou – e conseguiu – construir um:
rrussel.org/weblog/2007/01/05/o-manual-do-professor-pardal/
Para um puto ávido de conhecimento – porque estava na idade de ser assim mesmo... - o Manual do Professor Pardal foi um livro marcante. E olhem que não o foi só para mim...
Querem ver (ou melhor, ler)?
Passo, então, a palavra a Madalena Barranco – poetisa brasileira (de São Paulo), que muito aprecio – em declarações à Revista Amigos Web:

Madalena, como você se define?
Como uma pessoa que sempre quis trazer o mundo da fantasia à realidade e que cultua a natureza da alma humana em harmonia com a natureza propriamente dita do planeta Terra. E que gostaria muito de ouvir mais da boca do mundo algo assim como: “eu sonho em...”; “estou lutando para conseguir...”; “as árvores têm braços e as flores têm rostos”; “o céu é azul claro e também escuro”. Por isso, para mim, palavras unidas são frases “inventadas”, e essa foi a impressão que tive quando ganhei meu primeiro livro de minha mãe aos seis anos, o “Manual do Prof. Pardal”, que pertencia a uma série inteligente de livros baseados em personagens da Disney. Em vez de interessar-me pela física e ciências, como sugeria a personagem, assim como fez meu irmão, eu torci o assunto para as letras de que eu sempre gostei... Principalmente da literatura que eu chamo de feliz e misteriosa ao mesmo tempo, e por que não dizer também, má, pois tudo tem seu lado bom e ruim, e que floresce nos gêneros de literatura fantástica e histórias de fadas. Eu não me refiro a literatura apenas infanto-juvenil, e sim àquela que faz bem a todos porque ajuda a despertar a magia pessoal através da fantasia. As pessoas precisam de sonhos fabricados para viver, que se traduzem em fantasia, aqueles sonhos que segundo J.R.R.Tolkien em seu ensaio “Sobre histórias de fadas”, são necessários antes para os adultos do que para as crianças, que não se esqueceram da fórmula mágica de cultivar sonhos.
Bem, podem ler a entrevista completa clicando no seguinte “link”:
http://www.reamweb.kit.net/revista_amigos_web/pag_1270649_002.html

E, já agora, o blogue de Madalena Barranco:

http://flordemorango.blogspot.com/

Blogue que – digo sem falsa modéstia – fui dos primeiros a descobrir, logo nos seus primórdios. E descobri-o porque me chamou a atenção, antes de mais nada pelo título (chamava-se, então “Se eu flor de morango... – prosa e poesia”; agora intitula-se, apenas “Letras de Morango”) e depois pelo conteúdo... Hoje sou fã dessa autora.
Eu fico hoje por aqui.
Mas não me vou embora sem aconselhar a leitura deste pequenino conto, também ele “inspirado” em personagens de Walt Disney:
www.scriptonauta.com.br/consat/carqueija_patinhas.asp
Divirtam-se!

5 comentários:

Luis Eme disse...

não me compraram essa manual, mas sempre gostei bastante das aventuras do Pardal e do Lampadinham, nos livros da disney, que me acompanharam na infância e adolescência, com os seus inventos de pernas para o ar...

Debaixo do Bulcão disse...

Pois é, esqueci-me de referir o Lampadinha...

JorgeL disse...

Achei piada encontrar este post. Eu devia ter mais ou menos 10 anos quando os meus pais me compraram o Manual do Prof. Pardal. Ele vinha anunciado nos "Tio Patinhas" (Pato Donald, Zé Carioca, Mickey, Tio Patinhas, Almanaque Disney, ...) Foi um daqueles livros que eu na altura mais queria ter! Até cheguei a pedir a um primo meu que estudava em Lisboa para me procurar o livro lá, uma vez que na zona de Aveiro nunca mais aparecia!
Este manual e o Manual do Tio Patinhas foram dois livros na altura muito importantes para mim. É claro que também construí o periscópio, o que me deu um grande gozo, bem como ao meu irmão mais novo, porque conseguiamos espiar o meu irmão mais velho, pelo vidro acima da porta do quarto dele. Ele não me deixava ver os LPs que ia comprando e que ouvia no quarto... Para isso, tive que unir duas cartolinas para a estrutura, e o periscópio ficou com mais do dobro da altura do projecto indicado no livro... mas funcionava.
Eram livros muito interessantes e educativos. Por exemplo, foi no manual do Tio Patinhas que eu fiquei a conhecer o milionário Howard Hughes e as suas excentricidades quanto a limpeza... entre várias outros assuntos.
Tal como o autor do post refere, estes livros foram também marcantes para mim. Andava agora precisamente a fazer uma pesquisa pelo Google a ver se encontrava algo relacionado com eles. Vou ver se os consigo encontrar nalgum alfarrabista no Porto ou em Lisboa. Acho que ainda hoje os poderei reler com prazer.

Jorge

Unknown disse...

Ola. Foi meu sonho de infancia. Sempre fui facinado pelo professor pardal. Adorava ver historias com o quadro negro repreto de formulas complexas.

Tenho mania de inventar coisas e meus amigos e familia me deram o apelido de professor pardal. De fato, consegui comprar meu tao sonhado exemplar ja com 35 anos. Quardo como tesouro e sempre leio quando preciso rever os conceitos do que eh importante ou nao na vida. Nada como lembrar dos sonhos de infancia nos momentos de decepcoes da nova vida adulta.

Abracos

Ki E... disse...

Quando criança, na década de 70, não sei bem onde consegui o manual do Professor Pardal, mas adorava fazer as experiências quem tinham lá. Hoje sou Engenheiro e Professor e estou tentando conseguir o manual de novo para dar para minha filha de 5 anos, e voltar às lembranças daquela época. Fico revirando os baús velhos na casa da minha mãe na esperança que ainda esteja lá, mas não encontro mais.