quarta-feira, março 25, 2009

Quinze anos de Teatro Extremo


Em 1994, apareceu em Almada um grupo de teatro que resolveu chamar-se Extremo porque queria falar de coisas e assuntos de extrema importância e actualidade: racismo, violência, desigualdades sociais, atentados ao equilíbrio ecológico do planeta.

Em 2009, para mal de todos nós, essas coisas e esses assuntos continuam a ser de extrema importância e actualidade. Mas (do mal o menos) o Teatro Extremo lá conseguiu sobreviver no meio de tanto lixo intelectual e cultural que por aí se tem acumulado.

Sobreviveu e - mais difícil ainda, senhoras e senhores, meninos e meninas - preserverou na sua actividade, lançou sementes, criou raizes. E, lutando contra muitas adversidades (das quais a falta de dinheiro é apenas a mais óbvia), afirma-se hoje, em Portugal, como uma referência no seu sector de actividade.

Eu não consigo ser imparcial quando me refiro ao Teatro Extremo.
Confesso: gosto muito deles. Pelo trabalho que fazem e pelas pessoas que são. (E olhem que eu até nem sou muito dado a teatreiros: acho que os teatreiros são, de um modo geral, uma cambada de narizes empinados.)

Desde o início, o Teatro Extremo preocupou-se em formar públicos, ganhar mais gente para o teatro. Porque o teatro faz bem e é importante para a formação das pessoas (pelo menos para as que não se tornam, depois, teatreiras em demasia).

A formação artística - ou, se quisermos ser mais ambiciosos, a Educação pela Arte - é algo que muito admiro e sempre defendo. Desde os anos 80, quando estive a fazer a minha escola - e a trabalhar, já agora - numa associação que promovia, precisamente, a formação técnico-profissional de animadores culturais e a tal educação pela arte, para as crianças (hoje adultos, obviamente) desse tempo. Associação para a qual eu entrei - oh, ironia!... oh, coincidência!... - a convite da minha professora de Teatro no nono ano.

Mas isto agora não é (não era) para falar de mim: era para falar do Teatro Extremo!
Em 1995, o Rui Cerveira (um dos fundadores do Extremo) foi até à redacção do jornal onde eu então trabalhava e eu fiz-lhe uma entrevista. Que recuperei agora, em registo áudio (mas transformado numa espécie de vídeo).





Falava-se, então, dos primórdios da companhia, do panorama teatral almadense nesses meados dos anos 90, e já de algumas perspectivas para o futuro.

Que mais devo dizer sobre o assunto? Desculpa lá, ó Fernando Jorge (Lopes), essa cena de te ter queimado os estofos do carro? Nããã... Isso foi há muito tempo (e eu já pedi desculpa). Olha: parabéns, e contem muitos!

O site deles, já agora:
http://www.teatroextremo.com/

(A propósito: vão espreitando o Almada Cultural por extenso e o meu blogue de entrevistas - em breve terei lá também peças mais recentes sobre o Extremo)

4 comentários:

PreDatado disse...

Saudo o seu regresso à blogosfera!

Nelson Ngungu Rossano disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nelson Ngungu Rossano disse...

Estão de Parabéns

Debaixo do Bulcão disse...

Obrigado a ambos pelo comentário.
O Teatro Extremo está, realmente, de parabéns, Nelson.

E, PréDatado, eu não garanto que este meu regresso à blogosfera não venha a ser interrompido, mais do que uma vez, pelas mesmas razões que expus no artigo abaixo deste.

(Pelas mesmas razões? Melhor será dizer: pela mesma falta delas. Não é?)