Comemoravam-se duas décadas de liberdade e democracia: comemorava-se, pois, o 20º aniversário do 25 de Abril.
A Associação de Municípios do Distrito de Setúbal organizou, nesse ano de 1994, uma grande festa (no terreno da Quinta da Atalaia - propriedade do PCP - o mesmo onde se faz anualmente a Festa do Avante).
E eu, obviamente, não quis faltar - porque, como sabem os que me conhecem, gosto "demais" desse tipo de eventos; e porque era jornalista da Rádio Voz de Almada (não da Voz de Almeida...) e gostava (também "demais") do trabalho que fazia.
Então, no sábado, mesmo fora do horário de serviço (pois esse era o meu dia de folga semanal) lá fui, e aproveitei para entrevistar os participantes (que estavam a trabalhar voluntariamente, como eu, aliás), e os festivaleiros (que, como eu, se estavam a divertir muito voluntariosamente).
Até aí nada de especial. Embora trabalho não seja conhaque, eu sempre consegui conciliar as duas coisas muito bem.
O problema é que, nesse dia (e nessa noite) parece que "conjuguei" as duas coisas bem demais.
Gravei, sim senhor, uma quantidade de entrevistas, cumprindo assim o tinha prometido à directora do Departamento de Informação da rádio. E bebi copos até mais não - como tinha prometido a mim próprio!
Na manhã seguinte (na rádio trabalhei sempre aos domingos de manhã), bem cedo, lá vou para o estúdio e ponho-me a ouvir as entrevistas que tinha feito na noite anterior. E que davam muito jeito... porque, afinal, o evento era importante (notícia, ainda mais numa rádio local), e porque, aos domingos, quase não havia noticiário de jeito - eram uma seca, os domingos!
Ora então, tinha ali - entre outras coisas curiosas e interessantes - uma entrevista com um jovem que (dizia ele) se ia casar nessa tarde, mas não encontrava a noiva... Bem, dessa lembrava-me eu. Apareceram foi outras que não me cabiam já na alembradura...
Até porque eu era um verdadeiro yuppie:o meu lema era "work hard, party harder"!
Ou seja: na noite anterior a "party" e o "work" tinham sido tão "duros" (eh eh eh...) que uma certa entrevista com o representante da Associação Portugal-Cuba me apareceu já no final da cassete e me deixou intrigado. Que raio, ainda havia mais essa? E era uma entrevista minha? Olha, pois era: a voz do entrevistador era a minha. Empastelada, é certo, mas minha.
Benditos mojitos! E benditas cubas libres!
(Notas de rodapé: o Festival da Liberdade teve apenas essa edição, em 1994. Esteve para se realizar no fim de semana de 14 e 15 de Maio, mas o mau tempo que se fez sentir obrigou a adiar o evento para 28 e 29 do mesmo mês. Eu gostava de disponibilizar aqui informação sobre o festival, mas não a encontrei em lado nenhum. Fica, portanto, apenas o meu testemunho. Ou melhor: o pouco de que me lembro, depois de 15 anos e muitas cubas libres e mojitos. Ah ah ah!)
1 comentário:
Também lá estive e por pesquisar esse primeiro festival, vim parar ao seu blog. A festa renasceu o ano passado na Moita e este Maio será em Corroios. Venham lá umas bejecas ;)
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