terça-feira, outubro 18, 2011

Com Ecalma e sem Ecalma





A Ecalma começou, finalmente, a fiscalizar o estacionamento ilegal na rua das piscinas da Academia Almadense. Finalmente, mas com um atraso que continuo sem entender (e que continuam sem me explicar, uma vez que ainda não responderam - nem sei se pensam responder... - às perguntas que, há quase dois meses, lhes fiz sobre o assunto!).

Claro que a intervenção da Ecalma não resolve o problema de fundo: a falta de civismo e de respeito pelos outros que é quotidianamente demonstrada até à exaustão por quem vem aqui fazer dos passeios o seu "parque de estacionamento" (e note-se que nesta rua e nas imediações ninguém "precisa mesmo" de meter o carro em cima do passeio: há muitos lugares de estacionamento legal, à superfície e subterrâneo, muitos dos quais GRÁTIS! - como estou farto de explicar.)

Vejam as fotos. No primeiro caso (17 de setembro, a meio da tarde), estava a Ecalma de serviço, a maior parte dos passeios estava desimpedida mas mesmo assim havia quem metesse o carro "só um bocadinho" em cima do passeio (o que continua a ser ilegal - cf. Código da Estrada, artigo 49, alínea f - mas não é só por ser ilegal que isso que me incomoda... já lá vamos).

Nas fotos do meio; dia 18 de outubro, às 17h30, já fora do horário de serviço da Ecalma, começam a aparecer carros em cima do passeio; na foto seguinte, às 18h40, já se vê os passeios começando a ficar, mais uma vez, atafulhados de carros.

Na foto de baixo: dia 22 de setembro de 2011, uma situação que era habitual, todos os dias e praticamente a toda a hora, antes da intervenção da Ecalma.

A intervenção da Ecalma é bem vinda e resolve temporariamente alguma coisa. Mas é apenas um remendo, enquanto as pessoas continuarem a achar que podem desrespeitar a lei (e os direitos dos outros) à vontade desde que não haja nenhuma autoridade por perto.

Porque é isso mesmo o que acontece! Tem acontecido sempre, aqui!

Só começaram a respeitar o Código da Estrada e a meter o carro em lugares de estacionamento legais quando foram obrigados a isso!

E penso que, enquanto for mesmo necessária a intervenção da Ecalma, essa empresa não deve pactuar (e aqui não tem pactuado, felizmente) com facilitismos e porreirismos do género "tenho só dois pneus em cima do passeio, não estou a incomodar ninguém".

Porque é assim que começa a falta de respeito:

primeiro metem só dois pneus em cima do passeio porque "ainda passa um carrinho de bébé ou uma cadeira de rodas"...

depois ocupam o passeio todo porque "não há lugar para estacionar" e "até tive o cuidado de não meter o carro em frente a nenhum portão ou garagem, o que é que você quer?"

e por fim, chegam à situação documentada na última foto: carros por todo o lado, incluindo em frente a portões e a garagens porque "onde é que está o sinal de estacionamento proibido? não vi nenhum!"

Não, não estou a inventar: ouvi esse tipo de "argumentos" muitas vezes, nos últimos tempos - antes de a Ecalma começar a intervir nesta rua.

E como é que isto se resolve, então?

Há quem defenda a extinção da Ecalma e a sua substituição por uma polícia municipal... Mas uma polícia municipal teria exactamente as mesmas competências que a Ecalma, com a diferença que não teria horário de serviço: poderia, portanto, actuar a qualquer hora, mesmo depois das 17h30. Será isso mesmo o que querem os que defendem essa solução?

Eu penso que o problema resolve-se com menos medidas repressivas (que devem ser só as necessárias e só mesmo para quem insiste em não cumprir regras de cidadania) e mais ordenamento (e alguma pedagogia, também... embora, como se tem visto, aqui a pedagogia tenha pouco efeito).

Mais ordenamento e medidas permanentes, preventivas. Por exemplo, barreiras físicas que impeçam o estacionamento em cima do passeio (os chamados pilaretes).

E isso não é nenhuma ideia nova. Está no Plano de Mobilidade Acessibilidades 21, aprovado pela Câmara de Almada há 10 anos!!!

Vejam aqui os documentos do relatório-síntese desse plano:

http://www.almadadigital.pt/xportal/xmain?xpid=cmav2&xpgid=genericPage&genericContentPage_qry=BOUI=46665

Parece-me que só falta vontade política para o aplicar. Ou falta mais alguma coisa?