segunda-feira, setembro 07, 2009

Peste & Sida, 20 anos depois, sob o sol da Atalaia! (e mais umas coisinhas sobre a Festa do Avante...)


A primeira vez que os vi ao vivo (e era a única, até agora) foi em 1988 ou 1989 (já não me lembro), numa Festa do Avante na Quinta do Infantado, em Loures. Agora, 20 anos depois - mais ano menos ano - voltaram, e tive a oportunidade de os rever... Onde? Pois, na Festa do Avante! Na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal.

Começaram, desta vez, com o clássico "Carraspana". E não esperaram por mim, os maganos: vinha eu em trânsito entre o Espaço Internacional e o Palco 25 de Abril, mais ou menos por alturas do Alentejo, quando os gajos se lembram de arrancar com o concerto. Ainda por cima a prestação deles soube (-me) a pouco, não incluiu alguns temas "obrigatórios" e acabou cedo.

Mas foi muito bom revê-los, sem dúvida. Para mim e para a quantidade de "menos jovens" (eh eh eh!...) que se juntaram aos mais jovens no grande anfiteatro do palco principal do Avante!, sob o sol da Atalaia.

Na edição deste ano da Festa do Avante! houve Rock e Pop com fartura. No canal que tenho no Youtube colocarei durante os próximos dias alguns vídeos, dos concertos de Clã, David Fonseca, de Willie Nile - uma "revelação" deste ano... para quem, como eu, não o conhecia - mas também do Vitorino (o do Redondo, obviamente) e mais algumas coisitas... Vão passando por lá.




"É pena a Festa se ter transformado num festival de Verão" disse uma amiga / camarada no sábado à noite. Referia-se, ela, às figuras tristes que alguns putos mais alcoolizados por lá andaram a fazer. Enfim... No "meu" tempo, já aconteciam alguns desacatos pontuais. Primeiro com pessoal "punk" que resolvia provocar os seguranças da Festa; noutra fase, com alguns putos armados em "niggaz"... Mas este ano, realmente, era uma coisa mais parva. Sem qualquer motivação aparente a não ser a bebedeira de quem não sabe beber.

Mais parva, mas mais facilmente resolúvel. E resolveu-se.

Os punks que gostavam de provocar os seguranças são agora trintões. Os que sobram andaram à moshada no concerto de Peste & Sida e a seguir foram descansar a carcaça, suponho que para a zona da Juventude.

Dos outros nem tive notícia. Estive muito tempo no pavilhão dos Imigrantes, com os amigos da Frente Anti-Racista e não vi por lá nada disso.
Agora, para terminar isto falando de coisas sérias, refiro que gostei muito - mais uma vez - do comício da Festa.

Gostei? Não. Mais que isso: fiquei comovido. Com a lágrima mais que ao canto do olho, mesmo. (Estou a ficar um velho piegas, é o que é!...)

Um amigo, ao ver-me nesse estado, virou-se para mim e tentou consolar-me: "Vá lá, não fiques assim, que isto ainda não acabou", dizia ele, mais ou menos a brincar.
E respondi-lhe eu, muito a sério: "Luís, tens mais razão do que pensas ter. É por isso mesmo que estou comovido: por ver que isto não acabou!".

E não acabou, de facto. A multidão que estava naquele comício provou-me que "isto" continua. Vai continuar, sim.

"Enquanto há força no braço que vinga...", como cantava José Afonso.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não consegui ver os Peste & Sida, porque na altura que estava a entrar na Festa estavam eles a terminar a actuação. Mas também pôr os gajos a tocar às 4 da tarde não cabe na cabeça de ninguém! Aquilo era um concerto para um Sábado ou Domingo à noite em vez desse tal David Fonseca (não consigo gostar do gajo!).
Em relação ao comício de encerramente, julgo que foi um dos melhores dos últimos anos, e tal como tu vem-me sempre aquela lágrima (algumas vezes forçadamente contida) aos olhos, especialmente quanto toca a Internacional!

Saudações do Marreta.

Anónimo disse...

Esqueci-me de dizer que achei a actuação dos Ska-P excelente, dos melhores concertos que tenho visto na Festa nos últimos anos.

Debaixo do Bulcão disse...

"Aquela lágrima contida, especialmente quando toca a Internacional", Marreta?

É que foi isso mesmo. Desta vez nem sequer muito contida.

Estamos a ficar velhos, é o que é!

Saudações internacionalistas,

Vitorino