Escrevo numa altura em que algumas “forças vivas” de Almada prestam homenagem a Henrique Carreiras (ex-vereador da Protecção Civil e ex-presidente do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento). Ora bem: eu também quero homenagear esse grande almadense. Mas como?
Deixa cá ver: digo que Henrique Carreiras foi um “excelente” vereador?...
Hummm... Suponho que toda a gente vai dizer isso (agora que ele se retirou da actividade autárquica).
Digo que Henrique Carreiras é uma excelente pessoa? Bem... a avaliar por aquilo que conheço dele, deve ser verdade... Mas, quanto a isso, parece que estamos todos de acordo (agora que ele se retirou da actividade autárquica), não é?
Então... Ora bolas, que raio de coisa hei-de eu dizer?
Já sei: não digo nada. E, em vez de dizer, mostro-vos um caso que aconteceu em 1995, pouco depois de o Bairro “Amarelo” ter sido retirado da jurisdição da Câmara Municipal de Almada, por um governo “laranja” (decisão que, de resto - facto que talvez seja interessante recordar – não foi revogado por nenhum executivo “rosa”...). A autarquia ficou um bocado “à nora” com essa decisão, mas um certo vereador e presidente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) não deixou que isso afectasse a sua capacidade de resolver os problemas. Foi assim:
Deixa cá ver: digo que Henrique Carreiras foi um “excelente” vereador?...
Hummm... Suponho que toda a gente vai dizer isso (agora que ele se retirou da actividade autárquica).
Digo que Henrique Carreiras é uma excelente pessoa? Bem... a avaliar por aquilo que conheço dele, deve ser verdade... Mas, quanto a isso, parece que estamos todos de acordo (agora que ele se retirou da actividade autárquica), não é?
Então... Ora bolas, que raio de coisa hei-de eu dizer?
Já sei: não digo nada. E, em vez de dizer, mostro-vos um caso que aconteceu em 1995, pouco depois de o Bairro “Amarelo” ter sido retirado da jurisdição da Câmara Municipal de Almada, por um governo “laranja” (decisão que, de resto - facto que talvez seja interessante recordar – não foi revogado por nenhum executivo “rosa”...). A autarquia ficou um bocado “à nora” com essa decisão, mas um certo vereador e presidente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) não deixou que isso afectasse a sua capacidade de resolver os problemas. Foi assim:
Gostaram?
Eu, que naquele tempo residia no famigerado bairro (sim, o “picapau”, esse mesmo!...) também gostei!
A coisa resolveu-se!
Mas se, por acaso, pensarem que isto foi um caso raro... uma excepção... eu digo-vos que não, que não foi! Muitas vezes (ó meus amigos, mas é que foram muitas, mesmo!) tive que, no exercício das minhas funções de jornalista, confrontar Henrique Carreiras (neste caso como vereador da Protecção Civil) com coisas realmente “chatas”. Estou a pensar num caso que aconteceu no Porto Brandão, em Fevereiro de 1996 quando, depois de fortes chuvadas, uma escarpa desabou em cima de um estabelecimento comercial. Foi realmente trágico (uma pessoa morreu, outras ficaram desalojadas), mas o vereador da Protecção Civil, mesmo no local, a acompanhar o caso, não deixou de falar (ao telemóvel...) com o “chato” do jornalista.
Querem mais? Eu digo-vos mais: algumas vezes liguei, fora das horas de expediente (tipo: se calhar já não vou encontrar ninguém, mas estamos em fecho de edição e não custa nada tentar...), para os SMAS (local de trabalho do vereador) e adivinham quem atendeu? Não foi a recepção, nem um funcionário: foi mesmo ele, o vereador, o presidente do Conselho de Administração.
Isto significa (para o caso de não terem entendido) que Henrique Carreiras foi, enquanto autarca, alguém que não só cumpriu a sua obrigação... como cumpriu muito mais que a sua obrigação!
Ah, e também deixou obra!
(A vala da Costa, a “alameda atlântica”... Suponho que estas coisas se chamam “obras do regime”. Não é?)
Imagens: "recortes" dos jornais Notícias de Almada (2007) e Sul Expresso (1995)
3 comentários:
Como estas imagens não abrem numa nova janela (há muita gente por aí a tentar assegurar que isso continue a ser assim), eu traduzo:
Na tarde de sábado, 5 de Agosto de 1995, uma conduta de abastecimento de água foi danificada por obras do IGAPHE (órgão da Administração Central que ficou com a "jurisdição" do bairro amarelo, depois de o Governo de então ter "chumbado" o Plano Director Municipal de Almada). Os SMAS de Almada sabiam da obra, mas não avisaram, e tardaram a resolver o problema. Henrique Carreiras ficou a conhecer o caso quando eu (que era, então, jornalista do Sul Expresso) o alertei, como me competia enquanto cidadão (e pedi explicações, como me competia enquanto jornalista).
Mas isso aconteceu já na segunda-feira (o autarca esteve fora durante o fim de semana...).
Portanto: a Câmara de Almada tinha dúvidas em intervir numa zona que lhe tinha sido "retirada", e não fez nada durante 3 dias. Mas o vereador responsável pelo abastecimento de água, tratou logo de encontrar uma solução alternativa, de recurso, mas eficaz: a transfega de água a partir do reservatório mais próximo.
E o abastecimento ficou novamente assegurado.
Ah, e nem sequer estávamos em tempo de eleições.
Enfim, pelos vistos um autarca exemplar, daqueles que fazem a diferença e fazem falta ao país. Estão lá não para se governarem, mas para governar. Uma classe em vias de extinção.
Saudações.
Também lhe prestei a minha homenagem no "Casario", quando foi rendido no cargo.
Disse algo parecido: ninguém é insubstituível, mas há pessoas que deixam marcas que dificilmente o tempo apaga.
Hemrique Carreiras conseguiu estar acima da "baixa política" partidária, servindo a população que o elegeu e não apenas o seu partido. Uma raridade neste país!
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