Aconteceu hoje, em Portugal, e foi notícia de abertura nos jornais televisivos...
Um grupo de jovenzitos resolveu fazer uma brincadeirazita com um “velho” quarentão, asmático e, ainda por cima, alcoólico. Amarram-no de pés e mãos a um gradeamento e a um carro, e deixam-no ficar para ali, assim sem mais nem menos, durante toda a noite, ao frio...
Fixe, não é?
Bem, eles devem ter pensado que era fixe. Provavelmente pensaram até que estavam a ser uns grandes homens, uns grandes “campeões”, e tal... Hã?... O quê? Não pensavam? Não?...
Ah, pois: informações mais recentes dizem-nos que, afinal, os tais jovens que resolveram amarrar o “bêbado” não estavam a ver muito bem as consequências dos seus actos... porque estavam, também eles, bêbados!
E pronto... como diziam hoje os noticiários televisivos da hora de almoço, tudo não teria passado, afinal, de uma “brincadeira de mau gosto”, que acabou por correr mal (dito assim mesmo, nos três canais generalistas da televisão portuguesa!). Só que “correr mal” significa, neste caso, que o homem que eles amarraram “na brincadeira” acabou por morrer durante a noite.
Fixe, não é?
Bem, eles devem ter pensado que era fixe. Provavelmente pensaram até que estavam a ser uns grandes homens, uns grandes “campeões”, e tal... Hã?... O quê? Não pensavam? Não?...
Ah, pois: informações mais recentes dizem-nos que, afinal, os tais jovens que resolveram amarrar o “bêbado” não estavam a ver muito bem as consequências dos seus actos... porque estavam, também eles, bêbados!
E pronto... como diziam hoje os noticiários televisivos da hora de almoço, tudo não teria passado, afinal, de uma “brincadeira de mau gosto”, que acabou por correr mal (dito assim mesmo, nos três canais generalistas da televisão portuguesa!). Só que “correr mal” significa, neste caso, que o homem que eles amarraram “na brincadeira” acabou por morrer durante a noite.
Uma morte solitária. Cruel.
E pronto! Agora o que é que eu posso dizer sem parecer moralista?
Assim de repente, ocorrem-me duas coisas (para meu azar, extremamente “moralistas”):
Primeira coisa: já viram um filme chamado Laranja Mecânica? Não é nada de novo: é de 1971 (realizado por Stanley Kubrick). Lembrei-me desse filme (de que gosto, esclareça-se) porque se procurarem bem, encontram nou Youtube algumas coisas aparentadas... Enfim, talvez um bocadinho mais “soft”... mas reais. Querem uma dica? Procurem “Almada”. Se tiverem alguma paciência na vossa pesquisa, vão encontrar um grupinho de jovenzitos (aparentemente todos atrasados mentais, a avaliar pela forma como se comportam) a desrespeitar um “velho bezana” num jardim de Almada. Está bem, não cometem nenhuma “violência física”... Mas, segundo as notícias, os assassinos do outro também não. Portanto, qual é o problema? É tudo “fake”, não é? (E não há quem explique a estes jovenzinhos que não vivemos num filme, nem num cartoon, e que as atitudes que tomamos têm – sempre – consequências?).
Segunda coisa: isto (o assassinato a sério, mas "sem querer" e "a brincar") aconteceu numa localidade do norte de Portugal. Os agressores eram todos rapazinhos pacatos, bem comportados e bem vistos pela comunidade local... só que às vezes “exageravam” nas “brincadeiras”. E, desta vez, a “brincadeira de mau gosto” correu mal: mataram uma pessoa! Agora, imaginem vocês que isto tinha acontecido numa zona de subúrbio da Área Metropolitana de Lisboa. Imaginem que os agressores não eram “pacatos membros da comunidade” a quem a “brincadeira” correu mal. Imaginem que eram imigrantes (esses safados!) ou que eram portugueses mas, para azar deles, não eram “branquinhos” como aqueles desafortunados jovens de Borralheira de Orjais que - aparentemente devido à bebedeira que carregavam - fizeram asneira, coitados. Acham que os noticiários se iam referir ao caso como uma “brincadeira de mau gosto” que deu para o torto? Eu cá acredito mais que a notícia de abertura dos telejornais seria qualquer coisa como “crime hediondo no bairro... (escolham vocês o nome do bairro). Bem, se calhar não seria “hediondo”. Duvido que, nas televisões portuguesas, conheçam essa palavra. E, se a conhecerem, provavelmente escreveriam qualquer coisa como ediondo. Mas , à cautela, ficariam por umn sinónimo, mais fácil de dizer (mas, provavelmente, mal escrito na mesma).
Ah, pensam vocês que eu tenho algum preconceito contra os jornalistas? Então leiam melhor as coisas que tenho escrito neste blogue (podem até começar por ler o meu “curriculum” profissional, na barra ali do lado direito). O que eu tenho é um grande desgosto por ver que, em Portugal, o “jornalismo” que se faz é, salvo raras excepções ( e desculpem a franqueza) uma merda!
Ou pensam então que eu sou daqueles que já não se lembram que também foram jovens? Ou que estou para aqui a fingir que nunca me embebedei?
Oh, pá! Quem me conhece que responda a essas dúvidas!
(Para quem não tem possibilidade de falar com quem me “conhece”, eu esclareço. Fui “jovenzito”, até fora de tempo, embebedei-me muito mais que a “normalidade”. Mas nunca fiz coisas desse género. Aliás, nunca me passou pela cabeça fazê-las. Mas, já sabem como é: eu sou um “menino” por isso não acho piada nenhuma a “brincadeiras” violentas. Pois, deve ser isso....)
E pronto! Agora o que é que eu posso dizer sem parecer moralista?
Assim de repente, ocorrem-me duas coisas (para meu azar, extremamente “moralistas”):
Primeira coisa: já viram um filme chamado Laranja Mecânica? Não é nada de novo: é de 1971 (realizado por Stanley Kubrick). Lembrei-me desse filme (de que gosto, esclareça-se) porque se procurarem bem, encontram nou Youtube algumas coisas aparentadas... Enfim, talvez um bocadinho mais “soft”... mas reais. Querem uma dica? Procurem “Almada”. Se tiverem alguma paciência na vossa pesquisa, vão encontrar um grupinho de jovenzitos (aparentemente todos atrasados mentais, a avaliar pela forma como se comportam) a desrespeitar um “velho bezana” num jardim de Almada. Está bem, não cometem nenhuma “violência física”... Mas, segundo as notícias, os assassinos do outro também não. Portanto, qual é o problema? É tudo “fake”, não é? (E não há quem explique a estes jovenzinhos que não vivemos num filme, nem num cartoon, e que as atitudes que tomamos têm – sempre – consequências?).
Segunda coisa: isto (o assassinato a sério, mas "sem querer" e "a brincar") aconteceu numa localidade do norte de Portugal. Os agressores eram todos rapazinhos pacatos, bem comportados e bem vistos pela comunidade local... só que às vezes “exageravam” nas “brincadeiras”. E, desta vez, a “brincadeira de mau gosto” correu mal: mataram uma pessoa! Agora, imaginem vocês que isto tinha acontecido numa zona de subúrbio da Área Metropolitana de Lisboa. Imaginem que os agressores não eram “pacatos membros da comunidade” a quem a “brincadeira” correu mal. Imaginem que eram imigrantes (esses safados!) ou que eram portugueses mas, para azar deles, não eram “branquinhos” como aqueles desafortunados jovens de Borralheira de Orjais que - aparentemente devido à bebedeira que carregavam - fizeram asneira, coitados. Acham que os noticiários se iam referir ao caso como uma “brincadeira de mau gosto” que deu para o torto? Eu cá acredito mais que a notícia de abertura dos telejornais seria qualquer coisa como “crime hediondo no bairro... (escolham vocês o nome do bairro). Bem, se calhar não seria “hediondo”. Duvido que, nas televisões portuguesas, conheçam essa palavra. E, se a conhecerem, provavelmente escreveriam qualquer coisa como ediondo. Mas , à cautela, ficariam por umn sinónimo, mais fácil de dizer (mas, provavelmente, mal escrito na mesma).
Ah, pensam vocês que eu tenho algum preconceito contra os jornalistas? Então leiam melhor as coisas que tenho escrito neste blogue (podem até começar por ler o meu “curriculum” profissional, na barra ali do lado direito). O que eu tenho é um grande desgosto por ver que, em Portugal, o “jornalismo” que se faz é, salvo raras excepções ( e desculpem a franqueza) uma merda!
Ou pensam então que eu sou daqueles que já não se lembram que também foram jovens? Ou que estou para aqui a fingir que nunca me embebedei?
Oh, pá! Quem me conhece que responda a essas dúvidas!
(Para quem não tem possibilidade de falar com quem me “conhece”, eu esclareço. Fui “jovenzito”, até fora de tempo, embebedei-me muito mais que a “normalidade”. Mas nunca fiz coisas desse género. Aliás, nunca me passou pela cabeça fazê-las. Mas, já sabem como é: eu sou um “menino” por isso não acho piada nenhuma a “brincadeiras” violentas. Pois, deve ser isso....)
6 comentários:
Esclarecimento:
Os erros que aparecem neste artigo são as chamadas "gralhas". Não são erros de ortografia. Eu tentei emendá-los, várias vezes. Mas estou a trabalhar num computador velho e cansado. E a ligação à net que estou a usar é esse "excelente" Kanguru, da Optimus.
Isto significa que eu até tentei emendar os erros. Mas, ou o computador "crashava", ou a ligação à internet ficava interrompida quando eu estava a editar o blogue. (E esta última acontece muitas vezes).
A informação televisiva não é a única coisa que funciona mal em Portugal, portanto.
Mas deixem lá e não se chateiem com isso: disseram-me que em Angola é pior.
Provavelmente nos outros países da Europa as ligações à internet até funcionam. Mas nesses países não existem Kangurus.
Ah... Acrescentaram agora que em Angola também não. O que existe por lá são palankas, parece...
Por outro lado, nas TV's supostamente existem pessoas que, quando o insersor de caracteres se engana e escreve "Benfica estagia em Óbitos" corrige a asneira. Não existe?
(Eu sei que o exemplo é de uma notícia antiga. Mas a esta hora, depois de lutar contra o computador e contra o Kanguru, não me peçam mais...)
António Vitorino
A cobardia e as "brincadeiras de mau gosto", fazem cada vez mais vitimas, quase sempre inocentes.
Porque será que estes "heróis" nunca escolhem gente do seu "tamanho" para satisfazerem os seus caprichos, estupidamente assassinos?
Luís: esse é um dos pontos de vista possíveis para abordar esta questão.
Mas eu prefiro ver a coisa pelo lado da responsabilidade social dos meios de comunicação. A humilhação pública de alguém que está indefeso(mesmo que essa pessoa não tivesse morrido) nunca pode ser apresentada como uma simples "brincadeira de mau gosto".
Mas o "mau gosto" nos comentários feitos por gente supostamente responsável não se fica por aqui.
Hoje ouvi um responsável político da terra onde isto aconteceu dizer que a culpa foi do álcool e das campanhas que se fazem para incentivar o consumo de álcool. Isto porque, dizia o mesmo responsável, os jovens que (alegadamente) cometeram o crime até são pessoas pacatas, e só terão feito aquilo porque estavam alcoolizados.
Ora bolas! Não será boa ideia termos mais cuidado antes de emitirmos opiniões apressadas?
É que, garanto-vos, o álcool não obriga ninguém a fazer absolutamente nada. O álcool (como outras drogas de efeito semelhante) dá apenas uma sensação de "coragem" e de "segurança", mas para fazermos apenas aquilo que, em circunstâncias normais, talvez não fôssemos capazes de fazer.
Ou seja: dá-nos "ousadia" para fazer algo que já tinhamos em mente (ainda que de uma forma obscura...).
E isso - como é (para mim) evidente - não desresponsabiliza ninguém!
Vivemos numa sociedade em que somos constantemente estimulados a trasngredir regras (veja-se o que nos diz boa parte da publicidade actual) mas, por outro lado somos cada vez mais forçados a viver dentro dessas mesmas regras, de maneira opressiva e mesmo brutal.
Talvez seja nos fundamentos desta sociedade esquizofrénica que se deva procurar as razões para a proliferação deste tipo de atitudes violentas e aparentemente "surpreendentes, porque os autores até eram pessoas pacatas".
De resto, é verdade que este tipo de atitudes sempre existiram. Mas eram consideradas como "desvios" à norma e não como coisas desculpáveis e mesmo aceitáveis.
E, a avaliar por declarações públicas que tenho ouvido - e não só agora - da parte de alguns técnicos da área da "saúde mental", parece que anda por aí uma corrente "filosófica", ou talvez mesmo "científica" (repararam nas aspas?) que está muito disposta a desculpabilizar este tipo de comportamentos. Porque será?
(Mas é chato também ver que, afinal, estas coisas até já são antigas. E que, eventualmente, não aprendemos nada. Na dúvida, que tal lerem, por exemplo, a obra de um senhor do Século XVII que ficou muito famoso como Marquês de Sade? Mas leiam mesmo, para além das aparências, ok?)
António Vitorino
Outra correcção:
O famoso marquês viveu nos séculos XVIII e XIX: 2 de junho de 1740; 2 de dezembro de 1814.
Escrevi antes século XVII, e peço desculpa pelo erro. Mas foi um erro de menor importância. E isto é uma caixa de diálogos de um blogue. Não é um noticiário de um canal de TV nacional emitido em sinal aberto.
Vitorino
Pronto. Chegámos à conclusão que a culpa do homenzinho ter morrido é sem a mínima margem para dúvidas da Super-Bock! (digo Super-Bock, porque gerealmente no Norte consome-se mais do que a Sagres).
Agora mais a sério e nunca querendo parecer saudosista de velhos "costumes" (coisa que diga-se de passagem á a antítese do meu pensamento e consciência política e social), penso que já é tempo de se começar a responsabilizar fortemente os responsáveis por casos como estes que não são isolados e que começam a tornar-se banais vezes de mais. A liberdade só é verdadeira quando exercida em pleno respeito pelos outros e o que se passa nos dias de hoje é que existe uma grande permissividade e tolerância relativamente a casos tristes como estes. Nisto sou muito rígido: não pode haver perdão nem desculpabilizações.
Saudações do Marreta.
De acordo, Marreta.
Já somos dois!
Vitorino
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