quinta-feira, novembro 22, 2007

Se ler notícias, não beba!


(Uma das coisas que aprendi na rádio foi que álcool e locução não “ligam” bem.)

No meu primeiro dia de trabalho na Rádio Baía (fazia turnos de nove horas, com uma hora de intervalo para almoço, mas, enfim... esse “intervalo” era entre dois noticiários, pelo que não dava mesmo para usar a hora inteira, estão a ver?) fui almoçar e - como estava habituado a fazer até então - bebi uma “imperial” para acompanhar a refeição. Notei logo a diferença: e era uma diferenssssssssa... entendem?
Portanto, na rádio (na rádio a sério, não nas experiências anteriores, nos estúdios móveis e nas "piratas"), nada de beber em horário de serviço. Nem mesmo uma cervejola! (Eu bebi essa, nesse dia, e nunca mais repeti a dose!)

Mas, espera aí... mais abaixo neste blogue eu disse-vos que, em determinada altura da minha vida, era um jornalista que “funcionava a álcool”?
Disse, não disse?

Ooopss!!!
O que eu fui dizer!...

Eu retracto-me: o “funcionar a álcool” (que é, como devem entender, uma figura de estilo, até porque a álcool ninguém funciona) veio mais tarde, num jornal, quando o fecho de edição se prolongava pela noite dentro (às vezes era mesmo até à manhã do dia seguinte), depois de jantares habitualmente bem “regados”. Eram “maratonas” muito cansativas, que lá iamos aguentado, com umas garrafitas de “combustível”... E era de quinze em quinze dias. Duas vezes por mês... Vinte e quatro vezes num ano! Só! (As outras "bezanas" eram fora do horário de serviço, ok?)

Mas isso (pois, o “combustível”...) não nos impedia de fazer um trabalho sério e de qualidade (há provas do que digo: o meu trabalho é público – será necessário repeti-lo?). Até porque, na imprensa escrita, temos sempre mais do que uma possibilidade de corrigir eventuais erros.
Na rádio, não.

Na rádio, se for ler notícias, não beba... por favor!

Ah, se for num blogue (como este), está bem, faça de conta que está em sua casa, pronto! Beba à vontade! Eu, por exemplo, estou a beber daquela garrafa de Grants (passe a publicidade), que – como devem calcular – não estava ali só para servir de enfeite... Mas, lá está, isto é apenas um blogue... E nos blogues (a avaliar pelo que tenho visto por aí, em blogues de pessoas que, aparentemente, são muito mais responsáveis que eu), a gente não precisa de se preocupar muito com o rigor das coisas que escreve...


Não é?

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