Em Fevereiro de 1994, o então ministro da Indústria e Energia, Mira Amaral, veio à Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), no Monte de Caparica, inaugurar instalações do Uninova (instituição que resulta de uma parceria entre a universidade, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, e outras “forças vivas” do concelho).
Como demonstra esta foto (publicada no semanário Actual, edição de 10 de Fevereiro de 1994), nesse dia estava uma ventania assinalável. No terraço da Uninova, Mira Amaral até nem perdia a compostura, mas a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa (sim, ainda é a mesma...) encolhia-se, levantava a gola do casaco e, enfim, lá se defendia como lhe era possível de tamanha rajada de vento. E o repórter da Voz de Almada tentava fugir ao clique do fotógrafo (porque um jornalista não deve ser notícia, não é?...), porém debalde: como se pode ver, não se safou de aparecer na fotografia.
E ainda bem.
É que esta foto é a única imagem que guardo da minha passagem pela rádio Voz de Almada. Alguém (por sinal, alguém da minha família – mas ainda não está na altura de falar nisso) fez o favor de me roubar até os autocolantes que a rádio oferecia aos seus colaboradores. Por isso não tenho um logotipo que vos possa mostrar.
Claro que isso (o roubo dos autocolantes) ainda é o menos. O pior é que, além de materiais de promoção da rádio, esse alguém tratou de me prejudicar também a carreira profissional.
Já tinha começado antes, quando eu estava na Rádio Baía. Continuou quando trabalhei na Voz de Almada. E agravou-se nos anos seguintes.
E estou, ainda hoje, a pagar as favas (como se a culpa afinal fosse minha).
Não acreditam?
Está bem, não acreditem.
Mas, ainda assim, continuem a ler este blogue.
É que “a verdade vem sempre ao de cima.”
Obrigadinho pela preferência.
Notas de rodapé:
Na Voz de Almada – rádio local, filiada na Associação de Rádios de Inspiração Cristã - estive entre Janeiro e Agosto de 1994. Depois, ainda lá voltei, em Agosto de 1995, a convite, para substituir uma colega (Gertrudes Guerreiro) durante o seu período de férias. Quando entrei, foi para substituir uma jornalista que ía para a “concorrência” (a Rádio Capital, que ficava no mesmo edifício, umas portas mais à frente). E, na Voz de Almada, tive o privilégio de conhecer pessoas como o Paulo Rolão (que era, nesse tempo, um jovem muito promissor.. e tanto “prometeu” que é hoje o correspondente da RTP no distrito de Coimbra), o Vítor Burgo (um jornalista pouco “ortodoxo” – e, talvez por isso mesmo, mal-amado naquela rádio - mas competente) ou a directora de informação, Ana Isabel Borralho (que foi, aliás, quem me levou a seguir para a imprensa escrita).
Ah, conheci também o padre Ricardo (o carismático “chefe” daquela rádio). E, pela primeira vez (e única, que me lembre) fui alvo de uma muito subtil tentativa de silenciamento... Isso aconteceu quando, após uma explosão de gás no Bairro Amarelo (eu avisei na hora, porque morava nesse bairro, e vi a explosão, e telefonei logo para a redacção - mas, mesmo assim, a Voz de Almada foi das últimas a chegar) um certo responsável local de uma instituição eclesiástica do Bairro Amarelo se lembrou de criticar o Bispo de Setúbal (que, naquele tempo, era o famoso D. Manuel Martins). Alguém da direcção da rádio disse-me, então, que aquelas críticas não eram para levar muito a sério, e que a pessoa que falou à reportagem o fez porque queria protagonismo. E sabem que mais?: depois destes anos todos, bem vistas as coisas, se calhar, até era mesmo isso.
(E, sim, tenho muitas mais histórias para contar... Mas encerremos, por agora, este “capítulo” das minhas experiências radiofónicas. A seguir, vou falar-vos de um jornal, muito bom, mas muito desconhecido, publicado em Almada durante os anos 90. Era quinzenário e chamava-se Sul Expresso.)
1 comentário:
Estórias que dão sempre prazer recordar e contar, ainda mais se (bem) acompanhadas de água escocesa.
Saudações do Marreta.
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