quinta-feira, junho 11, 2009

Blogues de jornalistas: Rui Vasco Neto e Teresa Farinha

Uma das coisas boas que a internet nos trouxe foi esta possibilidade de reencontrar facilmente pessoas das quais perdemos o rasto. No caso, dois jornalistas com os quais trabalhei, em locais, circunstâncias e tempos diferentes. Rui Vasco Neto (no Jornal D'Hoje, de Portalegre, entre 1999 e 2000) e Teresa Farinha (no SemMais Jornal, de Setúbal, em 2001).

A Teresa que me desculpe, mas eu quero dar destaque ao Rui Vasco Neto - e explico já porquê.



Rui Vasco Neto foi um dos melhores jornalistas que conheci - e com quem tive a oportunidade de trabalhar.

Em 1999, fui de Almada até Portalegre (por razões pessoais, que não vêm agora ao caso). E, assim que lá cheguei, tive a enorme fezada de encontrar um jornal que procurava jornalistas para a respectiva redacção. Era o Jornal D'Hoje - projecto de jornalismo a sério (nos anos 90, na "província", muito provinciana, por sinal!). Já contei neste blogue a minha versão da história do Jornal D'Hoje (ver aqui, sff), portanto, não me alongo agora em pormenores sobre o assunto.

O Rui Vasco Neto (que tinha, salvo erro, a escola do Tal&Qual, quando esse jornal era bom e fazia investigação) recebeu-me para uma entrevista de emprego - e empregou-me. Achou que eu podia ser bom a "jornalar" e contratou-me para "cordenador de redacção".
("Coordenador de redacção" não era um cargo tão bom quanto possa parecer: era o tipo que levava porrada do director e da redacção...)

Eu, que já tinha 7 anos de experiência profissional - ele tinha o dobro... - como jornalista (descontado as experiências "amadoras" em rádios e jornais locais), ainda assim aprendi muita coisa com o Rui Vasco Neto. Antes de mais (e não é pouco): fiquei a conhecer o Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses (mas só ao fim de sete anos de trabalho, note-se!).

Depois, aprendi como se "blinda" uma redacção - apesar de (ou por isso mesmo) a do Jornal D'Hoje ter sido alvo de uma tentativa de espionagem por parte de outro jornal lá do burgo.

Já tinha, este vosso amigo - de aprendizagens anteriores, na rádio e na imprensa escrita - um estilo objectivo e conciso (da rádio e de uma escola a que se chamava, salvo erro "jornalismo de agência") e também apetência para aprofundar, para investigar (resultado do trabalho em jornais como o Sul Expresso ou o Sem Mais Jornal, primeira versão). Mas, com o Rui Vasco Neto, passei a ter outra exigência: a da credibilidade acima de tudo.

Pois, eu sei: quem o viu depois, a fazer um programa chamado "Vidas Reais", na TVI, talvez não acredite nisto. Felizmente eu conheci-o antes.

E - para que não se pense que estou aqui a dar graxa - até nem nos demos sempre assim tão bem quanto isso. Tinhamos feitios muito diferentes, e a relação profissional director-sacodepancada resultou enquanto resultou. Depois, saí do Jornal D'Hoje e fui trabalhar para uma estação de serviço...

Temos, pelo menos, uma coisa (quiçá a única) em comum: ambos somos tão "artistas" quanto "jornalistas" (no meu caso, parece que tenho de pôr esta palavra entre aspas) e não somos por isso menos rigorosos ou menos objectivos. E. dez anos depois, também eu começo a ter falta de paciência para os subdesenvolvidos que não entendem (ou não querem entender) isso.

O Rui Vasco Neto tem um blogue chamado Sete Vidas Como os Gatos (título que tem muito que se lhe diga, mas não me compete a mim dizê-lo):

http://setevidascomoosgatos.blogs.sapo.pt/



Em 2001, voltei para Almada, mas já com a perpectiva de regressar ao Sem Mais Jornal. Foi aí que conheci, então, a Teresa Farinha. Que era, naquele tempo, uma jovem jornalista que estava encarregue da secção "cultura" do SMJ.

Parece que não está agora a exercer a profissão. Mas continua atenta à actividade cultural. E vai dando conta do que conhece e acompanha, no seu blogue, Livros e Outras Coisinhas (título com o qual sinto uma certa afinidade, vá-se lá saber porquê...):
http://livroseoutrascoisinhas.blogspot.com/

3 comentários:

Teresa disse...

Olá Vitorino, é óptimo reencontrar-te e fico muito lisonjeada por ter direito ao um "post" ao lado de um ilustre jornalista!
És muito bem-vindo a deixar sugestões culturais ou outras no meu "cantinho"!

Debaixo do Bulcão disse...

Olá, Teresa. Nem é ao lado: é mesmo no mesmo "post", só que mais abaixo e quase em rodapé... E sim, hei-de passar mais vezes pelo teu blogue.

Vitorino

Debaixo do Bulcão disse...

"mesmo no mesmo" não soa bem, mas foi escrito à pressa. deixa lá isso.