Todos os anos, assim que as temperaturas começam a subir e o pessoal começa a ir à praia, aparecem notícias de mortes por afogamento em praias ainda não vigiadas porque (quando a temperatura começa a subir) ainda não tinhamos chegado à época balnear. Como não tinhamos chegado à época balnear, não havia nadadores-salvadores. Ou porque não estavam ainda formados em número suficiente, ou porque os concessionários das praias ainda não os tinham contratado.
O modelo português de segurança e assistência a banhistas é antigo e baseia-se nas estações do ano - que, como é evidente, já não são o que eram. Trata-se, portanto, de um modelo sazonal: nadadores-salvadores para o Verão (mesmo que o "verão" comece antes da data prevista).
Existem, no entanto, países onde os nadadores-salvadores estão na praia durante todo o ano, com mais ou menos calor, independentemente da estação. Cuidam da linha de costa, que é a sua casa permanente. E fazem competições entre eles, até! O que significa - diz o senso comum... - que, estando sempre na praia, e mantendo-se em forma, estão preparados para, em qualquer momento, acorrer a emergências.
É lógico, não?
Lógico e não muito difícil de concretizar. Basta criar clubes de surf life saving, "uma espécie de escuteiros (ou bombeiros) do mar".
Mas será isso viável? Em países como a Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, ou Estados Unidos da América, esse é mesmo "o" modelo. Há quem diga que se é bom para eles é bom para nós. E, neste caso, até sou capaz de concordar...
Informação no site da International Life Saving Federation:
(A entrevista foi feita há um ano atrás. Não voltei entretanto a falar com o Telmo Rodrigues - logo, não sei em que ponto está o seu projecto para criar os tais clubes de "surf life saving": Mas não acredito muito que - neste país do desenrasca e do deixa andar - ele tenha conseguido alguns progressos. Tenho pena. Mas não acredito, mesmo...)
1 comentário:
PS - Quando escrevo sobre este assunto, aparecem sempre nadadores-salvadores a protestar. Dizem que têm muito trabalho, são muito dedicados. E acusam-me de não fazer a mínima ideia do que é ser nadador-salvador. Pois é verdade: eu não faço a mínima ideia. (E acredito que os nadadores-salvadores sejam pessoas muito dedicadas ao seu trabalho - nem questiono isso) Mas o jovem que entrevistei, faz ideia e sabe do que fala - porque é nadador-salvador! Portanto, se não estiverem de acordo e quiserem manifestar-se, falem com ele. Se chegaram aqui, também não vos custa clicar no "link" para o blogue dele. E poupem-me a comentários parvos, ok?
Enviar um comentário