quarta-feira, abril 01, 2009

Mário Viegas na Rádio Voz de Almada (1994)

Um privilégio de jornalista é ter oportunidades para falar com muita gente (e com algumas pessoas, também); mas uma das chatices de fazer jornalismo na rádio é não poder aprofundar as conversas.

Enquanto jornalista "de rádio" - entre 1992 e 1995 - tive, então, a oportunidade de falar com muita gente, e com algumas pessoas interessantes. Em Abril de 1994 (estava eu na rádio Voz de Almada), liguei para o Teatro São Luís, à procura do grande Mário Viegas - que estreava, nessa noite, o que viria a ser um dos seus espectáculos de maior sucesso: "Portugal Não! Europa, Nunca!" (título que glosava o "slogan" do PSD nas eleições desse ano para o Parlamento Europeu...). Ele não enjeitou a oportunidade de falar para um órgão de comunicação social (pois, pudera!), e fez muito bem, porque me proporcionou esta pequena conversa.


Mário Viegas - actor, grande divulgador da poesia, figura incontornável da cultura portuguesa do último quartel do século 20, "poeta com as palavras dos outros", como alguém lhe chamou - nasceu em Santarém, a 10 de Novembro de 1948, e deixou-nos, fisicamente, no dia 1 de Abril de 1996, em Lisboa.

Vi-o em palco apenas uma vez, nos anos 80, num Festival de Teatro de Almada, a fazer os "Contos do Gin-Tonic", de Mário Henrique Leiria. Enquanto declamador é, para mim, "o" modelo a seguir. Tive a (pouca?) sorte de falar com ele uma vez (só) e à pressa.

E isto é tudo verdade (apesar de hoje ser o dia das mentiras...).

4 comentários:

Madalena Barranco disse...

António!Que bom voltar ao seu blog e com uma história tão bonita. Imagino como essas boas lembranças lhe fazem bem.

Beijos

Paulo disse...

Aqueles em quem a morte não teve poder...

Abraço

Debaixo do Bulcão disse...

Olá, Madalena!

É verdade: lembranças dessa primeira metade dos anos 90 são, para mim, muito grafiticantes.

Mas a inteção aqui era, principalmente, homenagear um artista de que eu fui grande admirador. E (para ser sincero) lembrar o meu trabalho de jornalista a algumas pessoas que parecem ter-se esquecido dele...

Debaixo do Bulcão disse...

Concordo, Paulo Sempre!

Ou, como diria um autor de que muito gosto (acredito que você também) aqueles que "se vão da lei da morte libertando".