Em 14 e 15 de Abril de 1979, os trabalhadores da Siderurgia Nacional comemoravam o 4º aniversário da nacionalização da empresa.
Nacionalização significava, naquele tempo, o assumir do controlo de uma empresa pelo Estado do país onde essa empresa estava instalada. Não era uma opção de recurso (último?) para "ajudar" uma empresa a sair de situação económica difícil: era, decididamente, uma atitude política, de índole socialista, com o objectivo de controlar - e planificar - a actividade dessa empresa. E aplicava-se a sectores considerados estratégicos para a economia de uma nação.
Resumo do programa das comemorações:
Sábado, 14 de Abril:
Sábado, 14 de Abril:
Duas visitas à fábrica, para crianças (no âmbito do Ano Internacional da Criança); espectáculo, também para um público infantil (durante a tarde); e, à noite, "variedades" (sic) com Luís Cília e Francisco Fanhais, entre outros.
Domingo, 15 de Abril:
Manhã com várias actividades (içar da bandeira, assinatura do livro de honra, desfile de modalidades do Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional). À tarde, sessão solene, com a presença de personalidades como o Professor Rui Luis Gomes, o general Costa Gomes, e (pela ordem em que aparecem no documento citado) elementos do Conselho da Revolução, do Conselho de Gerência (suponho que da empresa...), das câmaras do distrito de Setúbal, da respectiva Assembleia Distrital, da Assembleia Municipal do Seixal, da CGTP, deputados do PS e do PCP e "outras organizações".Para terminar em festa, um sarau de "ginástica infantil, ginástica desportiva, patinagem artística".
O que faço aqui é, apenas (e obviamente), assinalar a efeméride.
Para conhecer a história da Siderurgia Nacional, sugiro visitas a:
Contribuição para a História da Siderurgia Nacional
Paulo Guimarães
(Departamento de História / Cidehus - Universidade de Évora)http://www2.egi.ua.pt/XXIIaphes/Artigos/a%20Guimar%C3%A3es.PDF
1975 : CONSELHO DE MINISTROS ANUNCIA NOVAS NACIONALIZAÇÕES(15/4/75)
Indústria siderúrgica em Portugal. Uma retrospectiva oportuna
Pedro Proença
Revista O Militante, Janeiro 2007
2 comentários:
Como mudaram os tempos. Nesse nacionalizava-se tudo, agora a filosofia é uma antítese completa: privatiza-se tudo o que produza.
Só não privatizam a Assembleia da República (também tenho as minhas dúvidas que se enquadre no "tudo que produz"...) porque vai garantindo o poleiro e o ordenado a muita gentinha.
Saudações do Marreta.
E o conceito de "nacionalização" também era diferente, Marreta.
Estas "nacionalizações" actuais são apenas injecções de capitais públicos para salvar empresas privdas.
Saudações,
AV
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