A VIDA QUE NÃO É AQUI
Na ponte alta dos meus sonhos em que a realidade irrompe
dissoluta em pózinhos magicos raros de kabala absoluta
Kabala orquestrada por mil magos que digerem suas raizes malignas
como se de pastilha elastica fosse o seu constituinte
Rompem mágoas de algodão macio e doce de fantasia mais lenta e vaga
Repetem-se os actos de crueldade com doces gestos de quem orquestra
sinfonias para deuses que se aborreceram e suas panças flácidas e amolecidas
rebolam-se em corridas desenfreadas nas ruas de olimpo
E suas bocas enchem-se de gravilha deleitando se com gargalhadas de sangue
Ah ,que raiva...
JF
Este poema, assinado por JF, é na verdade do velho amigalhaço José "batata" Fialho. Ele, que anda lá fora a lutar pela vida - parece que agora está em London - foi, durante os anos 90, um dos meus compinchas preferidos nas noitadas e outras actividades mais ou menos artísticas da boémia almadense / cacilhense, que tão bons frutos deu.
Foi ele, aliás, o responsável pelo primeiro grande sucesso editorial do Debaixo do Bulcão: um poema intitulado DADOS TÉCNICOS E MORTAIS SOBRE A G3 E OS VÁRIOS PRAZERES DE UM MILITAR "NORMAL" COM UMA G3 - escrito, como é bom de ver, durante a recruta do mancebo, num tempo em que o serviço militar era obrigatório em Portugal. Na altura o mancebo assinava os seus textos poéticos como Z.BTTA (e assim continuou a assinar durante muito tempo).
Fiquei agora a conhecer o blogue dele. Ainda ontem chamava-se Mania de Ser; parece que hoje o cabeçalho já é LITTLE STORY'S OF HUGE DEGRADATION - o que, convenhamos, até é um título mais bem esgalhado.
Para lá chegarem, cliquem em
Sem comentários:
Enviar um comentário