sexta-feira, abril 18, 2008

Um bocadinho menos de arrogância, é possível?

Aqui há uns dias, ia eu muito descansado da vida a caminho do meu local de trabalho, eis senão quando o autocarro que me transportava é impedido de prosseguir viagem, no sentido ascendente da Avenida D. Nuno Álvares Pereira, em Almada.

Por ordem da polícia, os veículos que seguiam naquele sentido, foram obrigados a retroceder. O autocarro – grande demais para fazer inversão de marcha – fica ali parado e despeja, naquele mesmo lugar, os passageiros.

Bem… até aqui nada de extraordinário - digo eu – porque, estando aquela avenida em obras (bem, não é só aquela… mas adiante), é natural que, em casos excepcionais, se tenha de cortar o trânsito durante algum tempo.

Tal pode perfeitamente acontecer se, por exemplo, algum trabalhador, por falta de informação, ou por distracção, rebentar acidentalmente com uma conduta de gás.

Parece, aliás, que foi isso mesmo o que terá acontecido, naquela ocasião. (Era o que se dizia – eu não confirmei, mas não tenho razões para desconfiar do que se dizia.) Percebe-se, então, que os responsáveis pela segurança, da obra e dos cidadãos que por ali circulam, tomem as devidas precauções: neste caso, cortar o trânsito e impedir o acesso a “quem não é da obra”.

Por isso mesmo é que eu – que por acaso até ia a caminho do trabalho - tive o cuidado de fotografar mas mantendo a devida distância e (notem bem) até esperei que estes senhores que aqui aparecem estivessem todos de costas, para não os identificar (não fosse algum deles ficar melindrado e perguntar-me se eu era “da obra”…).

Bem… isso não me serviu de nada. Porque (reparem bem na imagem) os senhores da obra não deixam escapar nada, nadinha mesmo: estão a ver como eles olham para o fotógrafo?
Cliquem na imagem e reparem bem.

Viram? Perceberam?
(Não queiram é saber as coisas bonitas que eles disseram sobre o fotógrafo, porque isso não vos vou contar.)

O caso resume-se, então, assim: eles fazem asneira, num local público, numa obra pública, mas ninguém pode ver. Sabe-se lá se aquilo ainda vai para a internet. Ou, se calhar, para algum jornal – o que ainda deve ser pior.

E tanta arrogância, afinal, para que ninguém veja o quê?

Para que ninguém veja isto?


Esta coisa que, afinal, até era tão fácil de fotografar (a partir do momento em que restabeleceram a circulação na avenida)?

Ai, ai!... Haja paciência!...

1 comentário:

Debaixo do Bulcão disse...

Para que não fiquem dúvidas: eu estava a fotografar os senhores "da obra" enquanto eles estavam de costas (primeira foto).

E ficaria por aí, se eles (alguns deles) não tivessem assumido a atitude arrogante que se pode ver na segunda foto.