Eu diria quase “de qualidade surpreendente”…
Só não o digo porque, na verdade, isso não me surpreende: enquanto editor do poezine Debaixo do Bulcão, tive já a oportunidade de verificar que, de facto, anda por aí muito talento escondido.
(Aliás, foi mesmo para divulgar esses talentos que o projecto bulcanico - www.debaixodobulcao.blogspot.com - nasceu, em Dezembro de 1996.)
Agora, que esse jornal (chama-se Destak, e está em http://www.destak.pt/) resolveu fazer “concorrência” ao bulcão, eu saúdo entusiasticamente essa “concorrência”, e aproveito a oportunidade para transcrever, com a devida vénia, dois poemas – dois dos meus preferidos entre os que foram publicados nesse diário.
Aqui vão eles:
Amigos das horas sós
Vem Amigo.
Amigo das horas sós.
Vem fazer-me companhia no teclado
e deixa deslizar na maré vaga a tua solidão
faz dela um barco livre à deriva
na minha e na tua ilusão.
Que os afectos dos teus dedos
sejam o calor dos meus
e a nossa solidão de pétalas se abra.
Fiques tu menos só
e eu mais acompanhada!
Romi
(no Destak de 10 Março 2008)
************************
Aqui estou
Aqui estou, agora, no presente
Pensando, entretanto, no futuro,
Enquanto me perpassa pela mente
Um momento do porvir, que já auguro.
Desejava cá ficar muito mais tempo
Mas vai decompondo-se a matéria;
Só não quero ir embora a destempo
Ou mal caminhar em errada artéria.
O dia está soalheiro e muito belo…
A Primavera de novo a recomeçar;
Ouço o murmúrio do mar no Cabedelo
E eu aqui sozinho a cogitar
Como será o meu tempo da partida
Nesse tempo que será definitiva ida.
José Amaral
(no Destak de 18 Março 2008)
Vem fazer-me companhia no teclado
e deixa deslizar na maré vaga a tua solidão
faz dela um barco livre à deriva
na minha e na tua ilusão.
Que os afectos dos teus dedos
sejam o calor dos meus
e a nossa solidão de pétalas se abra.
Fiques tu menos só
e eu mais acompanhada!
Romi
(no Destak de 10 Março 2008)
************************
Aqui estou
Aqui estou, agora, no presente
Pensando, entretanto, no futuro,
Enquanto me perpassa pela mente
Um momento do porvir, que já auguro.
Desejava cá ficar muito mais tempo
Mas vai decompondo-se a matéria;
Só não quero ir embora a destempo
Ou mal caminhar em errada artéria.
O dia está soalheiro e muito belo…
A Primavera de novo a recomeçar;
Ouço o murmúrio do mar no Cabedelo
E eu aqui sozinho a cogitar
Como será o meu tempo da partida
Nesse tempo que será definitiva ida.
José Amaral
(no Destak de 18 Março 2008)
5 comentários:
Afinal um jornal gratuito também pode comportar matéria de qualidade, ao contrário de alguns pagos...
Saudações do Marreta.
Olá António, hum... Então o Debaixo do Bulcão está inspirando outros a fazerem o mesmo... Viva a poesia, então! Mas, espero que tenham lhe pedido autorização para publicar seus poemas, que por sinal, são lindos e decompõem os sentimentos em versos tal qual a primavera em flores. Beijos.
Ora bem, caro Marreta, é isso mesmo!
Madalena: talvez eu não me tenha explicado bem.
Na verdade, não posso dizer que o Bulcão tenha inspirado aquela (ou outra) publicação.
O que afirmo, sem dúvidas, é que o facto de esse jornal publicar poemas que os leitores enviam só prova que existem por aí muitos talentos a tentar mostrar os seus trabalhos. E que esse é precisamente o objectivo do Debaixo do Bulcão.
E, por isso mesmo, sinto que este projecto, do qual sou editor, tem todo o sentido - hoje como em 1996.
Um lugar pra mim
Nada para esses pensamentos de me aprisionarem
A útopia se tornou algo que não sei controlar
A mente abriga vários personagens fazendo me perder dentro de um espaço meu
não consigo por mais tempo aguentar esses pensamentos repetitivos que me perseguem sem sentido
preciso de espaço,o meu espaço pra ter minhas idéias
tenho que conseguir abrir a mente e fazer com que meu real possa decidir o que pensar sem interferência de um mundo surreal que me leva á questionar até onde vai meus limites
É lugar pra mim no meu espaço que tenho que conseguir.
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