De uma das visitas ao Arquivo Histórico de Almada (onde vou consultar publicações antigas - incluindo o Sul Expresso, jornal onde trabalhei entre 1995 e 1997), trouxe o livrinho de que vos quero falar hoje.
Chama-se "Almada na História", é uma edição do Arquivo Histórico da Câmara de Almada, costuma ter conteúdos interessantes (para quem se interessa por História, claro!), recuperados dos acervos do município e de outras instituições.
A edição a que me quero referir é ainda mais interessante: inclui o Auto da Índia, de Gil Vicente (farsa representada pela primeira vez em Almada, no ano de 1509) e uma reportagem da inauguração do monumento a Cristo-Rei, em 1959. Mas também um documento sobre a reestruturação da Câmara Municipal, em 1975.
Neste volume (dois números, semestrais: 15 e 16, referentes a 2008, mas tão actuais agora como há um par de anos) "Almada na História" apresenta, por ordem cronológica, oito "documentos impressos e manuscritos".
"Audiência concedida por João Afonso, ouvidor de D. Nuno Álvares Pereira, a João Amador, Mamposteiro, em 1413 - traslado da audiência concedida no Paço do Concelho em Almada a João Amador, mamposteiro da Casa dos Gafos, de Cacilhas", documento do Arquivo Histórico
da S. C. da Misericórdia de Almada.
da S. C. da Misericórdia de Almada.
"Reunião da vereação da Comuna dos Judeus de Lisboa, em 1485 - a comuna dos judeus de Lisboa, reunida em vereação, na noite de 2 de Outubro de 1485, autoriza José Calado e José Yaex, ambos alfaiates, a venderem o foro de umas casas na Judiaria Nova a Juda Gabay e
José Catalão", pergaminho do Arquivo Histórico Municipal de Almada.
José Catalão", pergaminho do Arquivo Histórico Municipal de Almada.
"Auto da Índia, de Gil Vicente, representado em Almada, em 1509 - transcrição do Auto da Índia, segundo a edição de 1562, representado em Almada, perante a rainha D. Leonor e a corte que saira da capital, por motivo da peste, em 1509", reprodução de documento do arquivo da
Biblioteca Nacional.
Biblioteca Nacional.
"Chegada e estadia do Rei Filipe na Vila de Almada e na cidade de Lisboa, em Junho de 1581", Paris, Biblioteca Nacinal de França (Biblioteca Digital Gallica).
"Contracto efectuado por Manuel Malheiros com os oficiais da Câmara de Almada, sobre a vistoria do Moinho de Mutela, em 1647 - documento seiscentista com interesse para a história da moagem da vila e termo de Almada".
"Carta de Sangrador de Francisco António Botelho, registada em 1751 - concedida a licença ou carta de sangria a Francisco António Botelho, (...) «para sangrar, sarjar, lançar ventosas e sanguessugas em todos os reinos e senhorios de Portugal»".
"Inauguração do Monumento a Cristo-Rei, em 1959 - reportagem do jornal regional Praia do Sol relativa à inauguração do Monumento".
"Reestruturação dos serviços da Câmara Municipal, em 1975 - reorganização do funcionamento da nova estrutura orgânica da autarquia, após o 25 de Abril de 1974, com o objectivo de desburocratizar as matérias de rotina e tornar funcional e rápido a prestação de serviços aos munícipes".
São, portanto, quase 500 anos de História, documentada - com recurso a fac-similes das edições mencionadas - em cerca de 80 páginas de "boletim". Está disponível, ao público (não só aos investigadores: ao "público em geral", mesmo) no Arquivo Histórico de Almada. Merece leitura atenta!
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