Na primeira metade dos anos 80 "do século passado", andava eu muito entusiasmado com um programa de rádio chamado Rock em Stock, que passava à tarde na Rádio Comercial. Foi nesse programa que ouvi, pela primeira vez, referências a um outro, que se chamava Rolls Rock.
Passava este, se não me engano, na mesma estação emissora, mas às duas "da manhã". E isso era muito tarde para mim!
Enfim, numa dessas noites de 1981, lá consegui ficar acordado até mais tarde. E ouvi: a verdadeira onda alternativa no rock de então encontrava-se ali, e não no Rock em Stock!
Era um fascínio. A música e a voz: um tal António Sérgio, de registo profundo, muito grave, muito quente.
Anos mais tarde a minha paixão pela rádio consubstanciou-se: trabalhei primeiro numa "pirata" e depois, já como jornalista, em rádios mais "a sério". António Sérgio nunca foi, para mim, um modelo (nem eu tinha voz para isso!). Mas foi, modelo e referência, para a minha geração! E para as gerações que vieram a seguir.
Leio, no site da TSF:
António Sérgio, último dos radialistas com programa de autor, morreu sábado à noite em consequência de um problema cardíaco, mas a sua influência nas ondas hertzianas estendeu-se ao longo dos anos, na divulgação da chamada música alternativa.
Homem da rádio, António Sérgio, de 59 anos, começou em 1968 na Rádio Renascença, seguindo as pisadas do pai, mas foi no final da década de 1970, quando ingressou na Rádio Comercial, que a sua popularidade se consolidou, ajudando a divulgar novos estilos e tendências da música moderna. Programas como Rotação (de 1977 a 1980), Rolls Rock, Som da Frente (de 1982 a 1993), Lança-Chamas, O Grande Delta (de 1993 a 1997) e A Hora do Lobo, todos na Rádio Comercial, foram a sua imagem de marca na ondas da rádio.
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E não tenho mais nada a acrescentar. A não ser a minha modesta homenagem. Que aqui fica.
2 comentários:
Homenagem justa e merecida. Também me referi ao triste facto lá no meu pasquim. Foi este senhor que me incutiu a paixão pela rádio com todos esses programas míticos que referes no post. Uma referência (mais uma) que se perde.
Saudações de um ex-radialista amador e marreta.
Saudações, Marreta!
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