A terminar esta série de "memórias olímpicas" de anos terminados em oito, lembro os Jogos de Seoul, em 1988. Foi o ano da segunda grande vitória de atletas portugueses: o ano em que Rosa Mota venceu a maratona.
O site Portal de Atletismo no Sapo refere assim a vitória da atleta lusa:
«Joan Bennoit era uma maratonista muito respeitada, conhecia muito bem o percurso pois tinha-se treinado nele e estava apostada em decidir rapidamente a corrida. Atacou muito cedo deixando para trás Rosa e as noroeguesas Greta Waits e Ingrid Kristiansen. As norueguesas conseguiram descolar de Rosa Mota, fazendo pairar os espectro de Helsínquia (quarto lugar).
Com o decorrer da prova, Kristiansen quebrou e foi ultrapassada por Rosa quando faltavam 2 Km para a meta.
Quando cortou a meta, o esgar de dor tornou-se de Júbilo. Festejou esta medalha como nenhuma outra. ERA A PRIMEIRA PORTUGUESA A GANHAR UMA MEDALHA OLÍMPICA.Voltou a melhorar o seu record pessoal. Esta medalha foi conquistada na ressaca de de vários problemas envolvendo Rosa/José Pedrosa e a Federação Portuguesa de Atletismo. Esta medalha vingava as afrontas e ameaças que sofrera por ter trocado a Aldeia Olímpica pelo hotel da Nike, de modo a poder ser acompanhada pelo seu técnico.»
(Mais em http://atletismo.no.sapo.pt/rosa.htm )
Mas a primeira medalha de ouro portuguesa tinha acontecido quatro anos antes, em Los Angeles - e, por isso mesmo, quero também recordá-la aqui.
Mais uma vez, cito o Portal de Atletismo:
«Faltava pouco mais de uma semana para a partida para Los Angeles, quando, no decorrer de um treino, junto ao Estádio da Luz, Carlos Lopes foi atropelado por um Mercedes SL. Poderia ter sido o fim de um sonho: " Senti-me no ar, aos piparotes, caí e... levei algum tempo a levantar-me, com medo de pensar que já não iria a Los Angeles. Ergui-me e a primeira coisa que fiz foi tentar correr. Corri... o sonho podia continuar."
Dez dias depois, partiu para os Estados Unidos. Não ficou na Aldeia Olímpica, preferiu o hotel da Nike porque, aí, dispunha de melhores condições de treino e podia estar próximo da esposa.
12 de Agosto de 1984. O andamento vivo e a temperatura elevada foram desgastando Salazar, que cedeu ao quilómetro 19, Castella descolou aos 34, Seko e Takeshi ficaram para trás aos 36. Na cabeça do pelotão ficaram, então, Lopes, John Tracy e Charles Speddeing. Mas, aos 38 quilómetros, Lopes desferiu um ataque rumo à vitória,rumo ao sonho. Entrou no estádio com 200 metros de vantagem, em passada firme, com o sorriso nos lábios. Os braços erguidos ao céu. Lopes conquistava para Portugal, a primeira medalha de ouro numas Olimpíadas. Eram 3.10 horas da madrugada em Lisboa.»
E o tempo que Carlos Lopes então conseguiu é, ainda hoje (e pelo menos até à maratona deste ano...) recorde olímpico!
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