terça-feira, fevereiro 13, 2007
(Esta é do Zeca Afonso. Lembram-se?)
Tenho um primo convexo
Tenho um primo convexo
Fadado para amnistias
Em torno de ele nadam
Plantas carnívoras
Agitando como plumas
As cordas violáceas
O meu primo dormita
Glu glu entre palmeiras
Suspenso numa rede
De suor e preguiça
Corvos bicam-lhe os pés
Trincam-lhe os calos
Enquanto a tarde jaz
E a mão suspende
O gesto de acordá-lo
E a terra treme
Mas de nada o meu primo se apercebe
José Afonso
No álbum Coro dos Tribunais
(É claro que eu só me lembrei disto depois de sentir o sismo de ontem...
O meu primo convexo, por seu lado, nem se apercebeu.)
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2 comentários:
Pobre primo do Zeca...
Tenho impressão que o conheço de vista...
É possível...Ele ainda anda por aí. Ele e outros que tais.
Vitorino
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