sexta-feira, agosto 12, 2011

Fim do mundo? Não: apenas uma remodelação.



Lembrei-me disto quando vi os motins e o vandalismo recente em cidades de Inglaterra.

Em 2007 (a foto é desse ano), estava aqui a nossa cidade de Almada esburacada por causa das obras do metro de superfície. Era um caos. Alguns cidadãos com deficiência mental (e certas igrejas...) andavam desorientados pela rua, a bradar como se estivessem a assistir ao fim do mundo... Grande confusão, campainhas de alarme a soar nos espíritos mais confusos e o oportunismo "religioso" de sempre.

E afinal era apenas uma remodelação da cidade.

Não era possível instalar a nova estrutura viária sem fazer os tais buracos e causar os tais incómdos, que a tantos pareciam sinais do fim do mundo... Tal como não é possível fazer uma omoleta sem antes partir os ovos!

Mas o que tem isso a ver com o que está a acontecer em Inglaterra?

Ora, ainda bem que me faz essa pergunta!




Em momentos de crise, o capitalismo arranjou sempre maneira de se salvar e de se reforçar. Os motins são um excelente instrumento para assustar as pessoas, fazê-las apoiar os seus governos e exigir mais "autoridade" (leia-se: Estado policial). E se for preciso vamos para a guerra. O capitalismo nunca temeu as guerras. As guerras são até muito boas para os grandes negociantes.

Já aconteceu antes e está a acontecer novamente - é só mudar os personagens porque o guião é decalcado dos anteriores...

Sim, é claro que havia condições sociologicas para que revoltas deste tipo estalassem, e essas coisas. Toda a gente sabe isso. Os membros do famigerado grupo Bilderberg, então, sabiam-no muito bem. Tanto que até, ao que parece, discutiram a melhor maneira de usar esse descontentamento a seu favor.

Informações sobre a última reunião grupo Bilderberg neste artigo (em inglês):


Começa a fazer sentido, ou não?

(Nota de rodapé, para os que têm dificuldade em lidar com figuras de estilo: não, não estou a comparar os planos capitalistas com os projectos de requalificação da cidade de Almada. Estou a dizer que as pessoas que pensam que os motins em Inglaterra são a revolução ou o fim do capitalismo já para amanhã estão tão enganadas como os que pensavam que as obras do metro de superfície eram o fim do mundo)

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