não te baste afirmá-lo
melhor é mesmo sê-lo
e ainda que o sejas
melhor é calá-lo.
a tua verdade
te deve bastar:
afirma tão-só
a tua verdade.
sê para o tempo presente
um poeta
(o que já não é pouco
no tempo presente)
e deixa que o tempo
se encarregue de mostrar
e demonstrar
se a tua verdade
além de ser hoje a tua verdade
(o que já não é pouco)
virá também a ser uma outra
verdade.
ninguém é profeta
no seu próprio tempo.
António Vitorino
poema publicado em Index Poesis,
colecção dirigida por Ermelinda Toscano
(caderno nº14 - Cacilhas, 2003)
um pequenino poema - "prosaico", como são quase todos os meus poemas - que hoje decidi meter neste blog só para desenjoar de tanta "realidade"...
2 comentários:
Pois é!
A título póstumo um dia te safarás!
....Agora sou eu que brinco
beijos Leo
E para desenjoar de tanta realidade
(que eu estou cada vez mais farta e nauseada)que tal voares pela utopia??????
Enviar um comentário