sexta-feira, janeiro 19, 2007

Vladimir Maiakovski na Ponte de Brooklyn

saúde industrial!
aviões que devem ser para todos!
lâmpadas eléctricas! (a poesia é
o poder do aço temperado pelos homens
e a iluminação do mundo)
mordo fortemente a maçã do júbilo
alegro-me por estar aqui
onde quem não quer morrer de fome cai de cabeça
nas águas oh tão sujas do moderno rio hudson
e onde os fios eléctricos dão à morte um tom mais brilhante
milhares de vóltios a brincar no corpo do condenado.
alegro-me por estar aqui
onde a gigantesca pata central de manhattan
faz amor com a despudorada brooklyn
e os comboios subterrâneos também dão razão a freud
e os altos edifícios também dão razão a freud.
eia maiakovski! quando uma coisa parece ser boa
parece mesmo ser boa, não é?


António Vitorino


"A Ponte de Brooklyn", poema de Vladimir Maiakovski
(fac-simile, em Russo e Inglês)

Mais sobre Vladimir Maiakovski:
www.lumiarte.com/luardeoutono/rusindex.html
br.geocities.com/edterranova/maialivros.htm
poeticas.es/?p=203

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