Notícia encontrada no site do jornal Público: "Guitarrista dos Radiohead espera fim do mundo no Brasil. Johnny Greenwood está a morar num hotel situado no interior de São Paulo, há um mês, e aguarda pela profecia Maia, que aponta 21 de dezembro como dia do apocalipse."
A notícia sobre a estadia do músico no Brasil "à espera do fim do mundo" (notícia que não apareceu apenas neste jornal, como é óbvio) já foi desmentida entretanto.
Mas não é isso o que me interessa.
Há quem acredite que os Maias previram o fim do mundo, tal como há quem acredite que existe o Pai Natal (o Papai Noel, para os amigos no Brasil) ou os unicórnios, ou o Monstro de Loch Ness (se bem que este último não seja completamente absurdo). O guitarrista dos Radiohead teria todo o direito de estar mal informado e agir de acordo com os mitos em que acredita - se fosse esse o caso.
O que me parece grave - e estúpido - é que os jornalistas acreditem nisso.
Porque "a profecia Maia, que aponta 21 de dezembro como dia do apocalipse" não é, na verdade, nenhuma profecia dos Maias: é um guião de um filme de Hollywood!
Que as pessoas nesta "sociedade da informação" estejam tão mal informadas a ponto de confundirem produções de Hollywood ou tretas do facebook com a realidade... enfim, é uma tristeza, mas já me vou habituando a isso.
Mas os jornalistas!? Os que têm a obrigação de confirmar o que lhes é dito antes de passarem essa informação ao público?...
E note-se que esta notícia - que apresento como mero exemplo, sem querer fazer uma crítica especificamente ao jornal ou à jornalista em questão - está longe de ser caso único! Nos últimos dias vi multiplicarem-se em respeitáveis órgãos de comunicação, títulos como "os maias dizem que afinal 21 de dezembro não é o fim do mundo" (como se alguma vez tivessem dito que era!).
Substituiu-se o trabalho jornalístico sério, que procura fontes credíveis e confirma a informação antes de a publicar, por mitos cinematográficos e memes da internet? É nisto que estamos?
Não há pachorra para tanta parolice e tanto folclore!
Hei-de voltar a este assunto, que merece ser melhor analisado. Um dia destes, depois do "fim do mundo".
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