sábado, março 26, 2011
Eu até queria escrever sobre outras coisas... mas todos os dias tropeço nisto:
Carros e camiões estacionados em cima do passeio, impedindo a passagem de peões. Nestes dois locais de Almada acontece todos os dias, e quase sempre com os mesmos protagonistas. É proibido, obviamente (Código da Estrada, artigo 49, alínea f). Mas ninguém faz nada para cumprir a lei e defender a segurança dos peões (que assim são obrigados a circular pela faixa de rodagem dos automóveis).
As autoridades não actuam, porquê? Têm sido avisadas muitas vezes! (Nem seria preciso - porque isto é transgressão tão evidente - mas têm sido avisadas...)
Que conclusões tirar disto? Almada passou a ser uma terra sem lei?
Ou a lei só se "aplica" à noite, nos bares e nas ruas de Almada Velha - onde não se pode estar pacatamente a beber um copo e a conviver sem que apareça a PSP, e armada até aos dentes como se andasse a perseguir perigosos delinquentes?
Alguém me explica o que se está a passar na minha cidade? Não cumprir a lei compensa, em Almada?
PS - É claro que, depois de diagnosticar problemas e apresentar propostas para os resolver - e tendo em conta que ando nisto há tanto tempo e continua tudo na mesma - já não posso acreditar na boa fé nem na vontade política de quem tem meios para resolver isto. Por mais propaganda que me tentem impingir, só acredito quando vir soluções em prática. E estou curioso para ver se não serão as soluções que eu sugeri... implementadas com um atraso absurdo (deviam ter sido pensadas com antecedência - ou seja: antes de se perceber que não é só por a Câmara inaugurar novos parques que o problema do estacionamento fica automaticamente resolvido). É que se for isso, desculpem lá, mas parece que - pelos vistos, não é? - até eu fazia o mesmo e mais depressa, se tivesse poder para tal.
E se os meus amigos acham que estou a insistir muito no mesmo tema, ajudem-me a resolvê-lo. Quando deixar de haver assunto, eu deixo de ter razão para escrever sobre ele, não é?
quarta-feira, março 23, 2011
Dois poemas de Rui Tinoco, publicados no Debaixo do Bulcão 39 e lidos na Festa da Poesia de Almada (Incrível Almadense, 21 de Março de 2011)
O LOCUTOR
achei curioso: depois da notícia
surpreendi um certo olhar de
tristeza ao Locutor. os factos não
eram para menos: a desgraça
abatera-se sobre a família
de Domodedonova durante
as recentes chuvadas tropicais.
o seu telejornal era diferente, ele
não acreditava no rigor da máxima
«uma imagem vale mil palavras»
e insistia em acrescentar uma outra,
a de si mesmo, profundamente
combalido com as misérias do mundo.
felizmente, o dia é longo, tem vinte
e quatro lo-o-o-ongas horas e um nosso
atleta conquistou uma rara
medalha. depois do jantar, o tom
era de festa – assim o ditava
o alinhamento. pobre Locutor!
teve de mascarar a negra sombra
que lhe pairava sobre o coração
e, afirmo-o sem receio, o seu
rosto exalava então a mais profunda
a mais pura e radiosa
alegria! foi nesse momento
que se interrompeu a transmissão
em virtude de compromissos
publicitários.
O ECONOMISTA
o Economista pensa com
índices, afirma x
ou bate-se pela ideia oposta
conforme o que lhe dizem os mercados.
ninguém ouve tão bem os mercados
como o nosso Economista. é
preciso que todos se calem, que os professores
ensinem mais baixinho, que os
maestros não rodopiem demasiado
ao conduzir majestosas orquestras,
que o poeta não chocalhe tanto
as metáforas. é a partir deste
momento que ficamos suspensos
a todo o pequeno gesto
à mais insignificante hesitação
do Economista. ele ouviu os mercados,
aquilatou e alinhou os mais misteriosos
índices. afirmou: «o vosso destino
está sujeito a uma OPA hostil,
o Dinheiro não gosta que estejam
aqui a ler poesia».
Rui Tinoco (poemas) e Jorge Figueira (fotos)
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terça-feira, março 22, 2011
O que é isto?
Uma carrinha da Misericórdia de Almada estacionou esta tarde no passeio em frente a minha casa. Porquê? Eu não os chamei! Parece que os vizinhos também não... E tenho a certeza que, se procurassem, encontravam lugares de estacionamento legal mais perto do local onde foram - supostamente... - dar apoio domiciliário.
"Lugares de estacionamento legal" são, caso não tenham entendido: os 2 parques grátis à superfície que existem aqui e, na falta de lugares nesses, o parque subterrâneo da ECALMA, que fica nesta mesma rua. Nos passeios é que não pode ser, diz o artigo 49 do Código da Estrada! E não abre exceção nenhuma para carrinhas de apoio domiciliário, mesmo que tenham um papelinho no pára-brisas a dizer que estão "em serviço" (não estão a fazer transporte de doentes, pois não? então? é preguiça de andar um bocadinho desde o estacionamento até à residência onde vão dar apoio?)
Eu sei que este pessoal se está a borrifar para as regras (para o código da estrada, neste caso): é frequente ver carrinhas desta instituição, nesta rua, em cima dos passeios mesmo quando há 3 parques de estacionamento aqui perto (e já os vi também noutra rua e noutro passeio: confirmem aqui).
Mas, se não têm emenda, pelo menos não voltem a faze-lo à minha porta, ok? Agradeço.
PS: Se alguém com responsabilidades nesta matéria tiver interesse, pode pedir-me o vídeo que fiz na mesma ocasião, com o qual demonstro que existiam mesmo lugares de estacionamento legais e vagos, naquele momento, e que não precisavam de meter a carrinha em cima do passeio. Não quero que vos falte esclarecimento nenhum.
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sexta-feira, março 18, 2011
Debaixo do Bulcão no no Dia Mundial da Poesia
O cartaz da Festa da Poesia, a realizar dia 21, no Salão de Festas da Incrível Almadense, e a capa da nova edição do Debaixo do Bulcão poezine - mais informação sobre este projecto editorial alternativo aqui:
http://debaixodobulcao.blogspot.com
A Festa da Poesia de Almada é uma organização da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, em parceira com a SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, Associação Poetas Almadenses, O Farol - Associação de Cidadania de Cacilhas, e Debaixo do Bulcão. Durante o evento haverá uma sessão de "poesia vadia" (aberta à participação de todos os que desejem dar a conhecer os seus poemas, ainda que não editados) e serão distribuídas 3 publicações de poesia (cadernos das associações Poetas Almadenses e SCALA, bem, como a já mencionada edição 39 do Debaixo do Bulcão poezine).
A entrada é livre, e estão todos convidados!
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sábado, março 05, 2011
Almada, Janeiro de 1987
Este vídeo é da inauguração de um evento cultural, na antiga Oficina da Cultura de Almada. O momento aqui documentado aconteceu no dia 24 de Janeiro de 1987: é a "cerimónia oficial" (ou o "moscatel de honra", se vos der mais jeito) de abertura da Semana do Livro de Almada.
Tenho, no meu canal do Youtube, mais vídeos do evento. E não me apetece alongar-me agora em detalhes sobre o assunto. (Hei-de escrever mais sobre isto, mas não aqui nem agora.)
Ao divulgar este documento espero, sim, estar a contribuir para esclarecer alguns blogueiros e respectivos leitores com aspirações a "fazedores de opinião"... mas eventualmente tão mal informados que pensam (pensam?), por exemplo, que Maria Emília de Sousa é presidente da Câmara de Almada desde o 25 de Abril.
(Não, não estou a brincar: li mesmo uma coisa assim, não há muito tempo, num blogue cá da terra.)
Então, para que a História não seja esquecida (nem "reescrita" à vontade dos diversos fregueses), aqui está, neste vídeo, José Martins Vieira, primeiro presidente eleito da Câmara Municipal de Almada, manifestando o seu apoio às actividades promovidas pelo Centro Cultural de Almada, num tempo em que a Cultura era (mesmo) um parente pobre da actividade municipal. Deste município como de todos.
Vejam o vídeo, divirtam-se. E, se tiverem dúvidas, perguntem-me antes de "opinarem" com os disparates do costume, ok?
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