tag:blogger.com,1999:blog-37237301.post5186580992666838310..comments2023-10-21T08:17:57.901+01:00Comments on pois é...: Vampiros bem vestidos e bem falantesDebaixo do Bulcãohttp://www.blogger.com/profile/17877909075485295719noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-37237301.post-49632717593489518012009-10-01T19:57:25.362+01:002009-10-01T19:57:25.362+01:00Vampiros bem vestidos e bem falantes
Às vezes pen...Vampiros bem vestidos e bem falantes<br /><br />Às vezes penso que este país (Portugal) ficou à mercê de "vampiros". Muito apresentáveis, é certo: bem vestidos e bem-falantes. Mas vampiros.<br /><br />Vem isto a propósito, ainda, da notícia do DN que nos deu a conhecer: o caso de um belga que, apresentando-se como "Príncipe da Transilvânia" (província romena, mundialmente famosa por ser a "terra do Conde Drácula") vigarizou três câmaras do Alentejo. Entre elas, a de <br />Évora (presidida pelo muito prestigiado - porque competente, suponho) autarca do PS, José Ernesto Oliveira.<br /><br />Esta notícia que, numa primeira leitura, me pareceu só mais um "fait-divers" (à semelhança da outra, a do candidato do CDS apanhado a roubar palha em Moura), acaba no entanto por revelar uma situação mais séria e mais preocupante.<br /><br />Que alguém se apresente com propostas de criação de emprego e mereça a atenção de uma câmara municipal, tudo bem. Ofertas de criação de emprego são sempre bem-vindas. Se a pessoa em questão for bem-falante e tiver boa apresentação - sim senhor, é atitude profissional de <br />quem tem de convencer os outros que o "peixe" que vende é mesmo bom.<br /><br />Agora, que a câmara se deixe levar pela conversa e pela "boa apresentação", é que já não me parece ser atitude lá muito avisada. E se, ainda por cima, o bem-falante e bem apresentado vendedor se apresenta como "príncipe da Transilvânia" (ou representante do dito), já é caso para, no mínimo, torcer o nariz.<br /><br />Torcer o nariz significa, neste contexto, tentar saber se é mesmo verdade. Cruzar informações. Não se deixar endrominar. Algo que, hoje em dia, com as "novas tecnologias de informação" é cada vez mais possível e até mais fácil de fazer. Basta procurar, procurar e continuar a procurar, até encontrar "sites" credíveis - vários, de preferência - e depois comparar essas informações com outras que se podem obter, por <br />exemplo falando com várias pessoas (e tudo isto são "fontes", como se diz em Jornalismo). Temos cada vez mais ferramentas para isso: o <br /><br />e-mail, os "chats", as "redes sociais", a videoconferência - e, já agora, a velhinha rede telefónica.<br /><br />Se isto tivesse acontecido numa terra de parolos, governada por uma câmara de parolos (por exemplo... olha, assim de repente não me lembro de nenhuma), ainda vá que não vá: a gente ria-se mas não dava muita importância.<br /><br />Agora, isto aconteceu em Évora, Alentejo, Portugal. Numa terra onde, tradicionalmente, as gentes não se deixam levar com duas cantigas. E aconteceu numa câmara que, apesar de ser governada por um partido com o qual não simpatizo particularmente - e não simpatizo especialmente com o que fazem (melhor: com o que não fazem) nas autarquias locais - tem, pelo menos, um presidente que aprendi a respeitar, em 1999/2000, durante a minha estadia no Jornal D'Hoje, de Portalegre (era eu "coordenador de redacção" e José Ernesto Oliveira presidente da Comissão de Coordenação Regional do Alentejo).<br /><br />Quando, em Portugal, neste glorioso século XXI, até importantes órgãos de gestão autárquica, presididos por tão conceituados políticos, se <br />deixam levar por tretas tão inverosímeis, apresentadas vigaristas bem-falantes e bem vestidos... Que dizer?<br /><br />Desconfiar, como Hamlet, que «há algo de podre no reino da Dinamarca?». <br /><br />Mas isto não é o "reino da Dinamarca"!<br /><br />Ou é?Debaixo do Bulcãohttps://www.blogger.com/profile/17877909075485295719noreply@blogger.com