segunda-feira, junho 30, 2008

Olé!?


Parabéns à Espanha! Mereceram ganhar o Euro 2008, sim senhor!

Foi bonito. Gostei.

Só me entristece o facto de não ter visto celebrações nas ruas cá do burgo. Então, com tanto portuga a trabalhar para empresas de nuestros hermanos, não nos ficava bem mostrar o nosso contentamento pela vitória da selecção dos patrões?

Epá!... Nem mesmo o pessoal que trabalha nas lojas Minipreço (já não digo na Zara,que é coisa mais fina, eh eh eh...)? Ou - pelo menos, enfim... - os administradores das ditas lojas Minipreço?

Ah, a propósito, tenho uma reclamação a fazer: então hoje, lá ia eu comprar produtos do Dia (que, como sabem, são os produtos das lojas Minipreço), já a contar com a rebaja que a marca iria certamente fazer para comemorar tão brilhante feito... e nada!

É por isso (só por isso, note-se) que, em vez de meter aqui uma bandeira de Espanha, um toro, um torero, ou mesmo um "pack" de 6 cervezas da marca Dia (eram as minha primeiras escolhas, confesso), optei pelo emblema do Olé Soccer Club - uma colectividade (praticante de soccer, como está bom de ver) do West Michigan, USA, que tem como Presidente, Treinador e Tesoureiro o sr. Jose Fabian Rodriguez e... bem, podem conferir a ficha técnica e outra informação interessante aqui:


Assim, quem fica a perder são as ditas empresas espanholas: Minipreço, Zara... (não não me vem mais nenhuma agora à alembradura). A essas,nãolhes faço mais publicidade.

Queres solidariedade ibérica? Vai ao Tot... hããaã...perdão... quero
dizer:

Toma!




Pois, é isso...

sábado, junho 28, 2008

Crime no bar... do Vitorino!!!???



Vejam lá vocês como a vida é fértil em ironias!...

Andava eu preocupado com uma aparente aumento da criminalidade em Almada e eis que me aparece o Jornal Pequeno (o órgão das multidões) a denuciar o seguinte caso de extrema violência - e logo no bar do Vitorino!



De acordo com o jornal, Paulo Sousa, um jovem de 24 anos , foi assassinado a golpes de faca, por Maria Silva, de de 26 anos, ex-cunhada da vítima. O homicídio ocorreu no “Bar do Vitorino”, localizado na Avenida dos Africanos, onde a vítima bebia em companhia de amigos. Diz o jornal que a "confusão" terá começado quando o jovem tentou falar com a presumível assassina. Esta terá recusado porque «ele só queria falar comigo quando estava bêbado», como a própria afirmou mais tarde.


A alegada autora do crime foi, segundo o jornal citado «presa em flagrante por policiais militares, quando conversava com uma vizinha na porta de casa», na Rua do Sagitário, bairro do Coroado, «ainda com a faca na mão e suja de sangue» e levada para a esquadra do 13.º Distrito Policial, no Cohatrac, onde ficou detida.
O mais grave de tudo isto, é que não se tratou, ao que tudo indica, de um caso pontual.
Várias testemunhas confirmaram ao Jornal Pequeno que «esse não foi o primeiro crime ocorrido no Bar do Vitorino, já tendo havido pelo menos uns quatro assassinatos no local». Aliás, segundo as mesmas testemunhas «ontem mesmo, pela manhã, um outro jovem foi cortado na barriga por uma mulher que freqüenta o bar, que mesmo assim funciona sem nenhuma restrição e desrespeitando a lei do silêncio, seguindo com suas atividades a noite inteira, chegando até mesmo a amanhecer».


Ora, vocês não acreditam nesta história, pois não?

Julgam vocês que isto são coisitas do vitorino?

Mas não são. Podem ler a história completa aqui:
http://www.jornalpequeno.com.br/2006/7/6/Pagina37704.htm




Entendem agora porque é que se costuma dizer que a realidade, não poucas vezes, consegue ser mais estranha que a ficção?
E percebem, também, porque não estou excessivamente preocupado com o que acontece em Almada.
Ah: e eu não escrevi que não estou preocupado. Estou, porque é preciso tomar medidas (preventivas e, em casos raros, repressivas mesmo) para evitar situações de "nova" criminalidade como as que temos visto por aí, ou de violência gratuita, como a que vi na Praça da Liberdade, na noite do Portugal - Alemanha (e que relato no jornal Notícias da Zona).


Não estou é excessivamente preocupado. Deixo isso para certas personalidades mais equilibradas, e para certos blogues, muito mais sérios e isentos - logo, muito mais credíveis - que eu e o meu bloguezito de vitorinices...

quinta-feira, junho 26, 2008

Os inquéritos à qualidade valem o que valem


1.


Se vocês fizerem, ou mandarem fazer, um inquérito sobre mim nas ruas de Almada, com as seguintes opções

a) ele é jornalista e anda muito na rua, a fotografar, porque está em serviço
b) ele é um maluco que fugiu do hospital psiquiátrico e anda com uma
imitação de máquina fotográfica a fingir que faz fotografias porque é maluco

certamente vão ter muito mais gente a dizer-vos que a resposta certa é a b)

Mas se fizerem o mesmo inquérito, com as mesmas perguntas, a pessoas que me conhecem, que trabalharam comigo, e que hoje são jornalistas conhecidos, e respeitados, em órgãos de comunicação social nacionais - vão ver que a resposta é bem diferente. Arriscam-se a ouvir que «ele é um jornalista competente, com grande capacidade de trabalho, e alia a isso grande densidade e qualidade naquilo que faz».

Claro que, como vocês não conhecem pessoalmente os jornalistas a que me refiro e, por isso mesmo, não podem saber qual é, de facto, a opinião deles sobre o assunto, talvez prefiram a "versão" das pessoas que me vêm a andar na rua, a recolher imagens de coisas que a elas, se calhar nem lhes passaria pela cabeça fotografar (talvez porque não sejam cenas fixes ou engraçadas e, por isso mesmo, ficariam sem piada nenhuma no Hi5). Ou seja: talvez prefiram a opinião das pessoas que não me conhecem.

Está bem. Estão - como se costuma dizer - no vosso direito.

Se alguém se lembrasse de ter feito uma sondagem à saída do Portugal - República Checa, no Euro 2008, provavelmente poderia concluir que a população da Suíça era, na sua esmagadora maioria, de origem portuguesa, mas contava também com uma minoria significativa de checos.

E pronto: vocês, se quisessem, também podiam acreditar nisso.

Estavam no vosso direito.

Mas (como é óbvio) estariam a acreditar numa mentira.







2.




Isto tudo vem a propósito da seguinte notícia, publicada hoje pelo Destak (http://www.destak.pt/):


Transportes pioram num ano


26 06 2008 09.28H


Entre sete sectores de actividade económica, os operadores de
ransportes públicos de Lisboa e Porto ocupam os últimos lugares e são os que mais pioraram. Inquérito conclui que regrediram mais do que combustíveis, comunicações ou seguros.



JOÃO MONIZ JMONIZ@DESTAK.PT


Entre sete sectores da economia portuguesa, os transportes públicos são aquele que tem piores resultados num inquérito feito pela empresa ECSI à satisfação dos clientes portugueses.


Os dados relativos a 2007, a que o Destak teve acesso, demonstram que os transportadores de Lisboa e Porto têm uma avaliação mais negativa do que a banca, os seguros, as comunicações, os combustíveis e o gás em garrafa.


Porque as condicionantes são diferentes, a EPSI optou por separar os transportes de Lisboa dos do Porto, mas estes dois sectores ocupam quase sempre as últimas posições do ranking. A excepção é a lealdade, onde as empresas dacapital obtém o quarto lugar, ficando à frente das suas congéneres do Porto, dos seguros e dos combustíveis.


Piores do que há um ano


O Metropolitano de Lisboa, a Carris, a CP, a Transtejo/Soflusa e outros operadores têm os piores resultados em cinco parâmetros. Em 100 pontos possíveis, ficam-se pelos 61,4 na satisfação dos clientes, 50,9 nas reclamações, 66,1 na imagem, 61,8 na qualidade dos produtos e serviços e 48,6 no valor apercebido.


Já os transportes no Porto - onde se incluem o Metro, a STCP, a CP e outros operadores - têm os piores resultados em duas categorias: 62,7 na lealdade e 61,7 nas expectativas. Nos restantes cinco ocupam sempre a segunda pior posiçãoda tabela.


Posição inversamente contrária à banca e ao gás em garrafa, que dividem entre si a primeira posição em seis parâmetros. Refira-se, ainda, que os transportes de Porto e Lisboa são também o sector cujos resultados no ano passado mais pioraram em relação a 2006




Não duvido do que está escrito nessa notícia.


A questão não é essa.


É esta: se os transportes públicos de Lisboa são os que têm piores resultados - "entre sete sectores da economia portuguesa", note-se - então que dizer do(s) da Margem Sul?


É que, como toda a gente sabe (ou devia saber), a Carris e o Metropolitano de Lisboa são, de longe, muito melhores que o operador que tem a hegemonia do transporte de passageiros nesta banda.


Pois, os TST.


(A Fertagus faz apenas a ligação norte-sul, os Transportes Colectivos do Barreiro abrangem uma área geográfica pequena, e o Metro Transportes do Sul está ainda a "entrar" no mercado.)


Bem... os TST têm um inquérito à qualidade do serviço.


E o que diz tal inquérito?


Resumidamente, o mais recente, de 2007, diz isto:




No estudo realizado em 2007 junto 3.665 clientes, podemos referir que o índice de satisfação global situou-se em 5,54 pontos, contra 6,60 em 2006 (escala de 1 a 10).









Os aspectos avaliados no âmbito do estudo dividiram-se em vários pontos de reflexão, de entre os quais destacamos os seguintes:



1 - Perfil do Cliente


1 - O cliente tipo da TST é composto essencialmente por pessoas do sexo feminino (61,61%), situando-se numa faixa etária com idade média de 37,26 anos.
2 - A maioria dos inquiridos são operários (40,95%) ou estudantes (24,75%).
3 - O agregado familiar é composto por 3,18 pessoas e possui em média
1,3 veículos por lar.
4 - Cerca de 56,00% utilizam a TST há menos de 10 anos.
5 - O grau de escolaridade situa-se ao nível do 10º. / 12º. Anos.


2 -Grau de Fidelidade


Neste estudo constatamos que 97,33% dos nossos clientes afirmaram que pretendem continuar a utilizar os serviços da TST, enquanto 70,43% recomendam os serviços da empresa a familiares e amigos, transmitindo-nos um sinal de fidelidade para com a empresa e de continuidade como clientes.



3 -Motivos de Utilização da TST
A maioria dos nossos clientes utiliza-nos pelos motivos consignados no gráfico seguinte:








Quem, como eu, utiliza diariamente os autocarros dos TST e, por isso mesmo, conhece a "qualidade do serviço" que essa empresa presta, fica com vontade de perguntar: onde é que eles fizeram esse inquérito?
Uma coisa eu vos garanto: ando, há anos, nos TST (mais propriamente, desde 1995 - porque foi nesse ano que eles apareceram: antes quem fazia estas carreiras era a Rodoviária Nacional). Vejo, muitas vezes, anúncios sobre a realização desses inquéritos à qualidade. Mas nunca vi ninguém a fazê-los.
Mas pronto, se calhar sou eu que tenho azar. Apanho motoristas que pensam podem tratar-me por tu e dizer-me que o isso de o passe estar dentro do prazo para eles é grupo (se calhar, porque acham que a resposta certa é alínea a), coitados...) - mas nunca nenhum funcionário da empresa me veio perguntar qual a minha opinião sobre a "qualidade do serviço".
É a vida. O que é que havemos de fazer?
(Obs: os gráficos são, como se percebe, do site dos TST; mas as fotos são minhas: são aquelas coisas que eu ando a fazer na rua porque... enfim, vocês lá sabem porquê)

terça-feira, junho 24, 2008

Ainda não falei sobre a "nova lei da imigração"...


A tal lei - ou, para ser mais rigoroso, directiva da União Europeia - que, entre outras "novidades", prevê o que, já na década de 90, alguns chamavam "campos de concentração" para imigrantes em situação ilegal, enquanto estes não são expulsos do país de acolhimento.

A novíssima "lei europeia anti-imigração" (não sou eu que assim a catalogo: estou a citar o site brasileiro da Globo) "prevê a deportação de todos os imigrantes ilegais capturados e a possibilidade de detenção em até 18 meses em campos especiais".

Ou seja: já nos anos 90 havia a intenção de avançar com medidas tão interessantes para a defesa da dignidade humana, numa Europa mui civilizada - tão civilizada que dá lições ao resto do mundo (excepto, eventualmente, aos ainda mais civilizados - nestas questões de imigração, entenda-se - Estados Unidos da América.

Ou seja, ainda: o que não passou nos anos 90 (porque teve a oposição de muita gente bem formada e informada) parece que vai passar agora, sem grande problema.

E olhem que os anos 90, que eu me lembre, nem sequer foram uma época de muita consciencialização política, ou de grandes preocupações sociais.
Parece é que agora estamos pior (nesses e em quase todos os aspectos).

Chamem-me moralista se quiserem. Mas que isto me cheira a retrocesso civilizacional, lá isso cheira. E não é um cheiro agradável.



Mais coisas:
A ilustração, de Nuno Saraiva, foi publicada originalmente no "Guia Anti-Racista", uma edição SOS-Racismo, de 1992.

Site do Governo português sobre questões de imigração:
http://www.imigrante.pt/
Onde encontram, em ficheiro pdf, o texto integral da actual legislação portuguesa (sem as "actualizações" da directiva comunitária a que me refiro):
http://www.imigrante.pt/noticias/235.pdf

Encontram também uma entrevista com dirigentes da Frente Anti-Racista aqui:
http://vitorinices2.blogspot.com/2008/05/pedro-santarm-e-caiano-dias-frente-anti.html

segunda-feira, junho 23, 2008

Notícias da Zona:

Nesta edição, o quinzenário Notícias da Zona dá grande destaque a actividades culturais e de lazer.
Uma reportagem de Catarina Cabral sobre a festa de final de ano lectivo da Escola Básica 1 n.º1 da Quinta do Conde (estabelecimento de ensino que está a comemorar 40 anos), dá o mote para o que se segue.

A saber: uma foto-reportagem sobre o Euro 2008, com imagens da festa na Suiça, e da festa... seguida da grande desilusão que se viveu em Almada, frente ao écran do Parque Urbano. (Onde - importa referir - após o final do jogo entre Portugal e Alemanha, aconteceram, algumas "escaramuças" entre grupos de jovens, que poderiam ter descambado para algo mais grave, dada
a "falta de comparência" da polícia... Eu vi: estive lá, em serviço para o jornal... Mas isso é tema para ser tratado de forma mais desenvolvida e fundamentada, sem demagogias nem leviandades, e numa outra ocasião.)


Na cultura, vários destaques: actividades para os mais novos no concelho do Seixal - e, em Almada, o incontornável Festival de Teatro... (há também uma interessante crónica de Artur Vaz, sobre um certo Benfica).
E, como não quero terminar este texto sem ter a certeza de que a minha sardinha tem direito à merecida brasa (estamos no São João, não é?...), aqui fica mais um destaque desta edição do NZ. Neste caso, sobre o Prémio Literário Sesimbra Jovem "A Força das Palavras", de cujo júri tive a honra de fazer parte, por convite do Artur Vaz - que, além de colaborador do NZ é, nem mais nem menos que o presidente da ECOSDART, associação cultural sedeada na Quinta do Conde.

(E, aqui para nós, a Quinta do Conde bem precisa de uma associação cultural... Mas também isso é assunto para outro artigo, que escreverei numa outra oportunidade.)

domingo, junho 22, 2008

O Almada Cultural está de volta!


O Almada Cultural, que esteve suspenso durante algum tempo para reestruturação (na verdade, é porque eu e o Miguel Nuno andamos sem tempo para o editar...), está de volta.
E, para o reactivar, temos uma nova colaboradora: Maria Real - a quem agradeço, desde já a disponibilidade que demonstrou para manter vivo esse blogue de divulgação cultural.

Vejam aqui:

sexta-feira, junho 20, 2008

O Euro 2008 no Almada Cultural (por extenso)

Como o Campeonato Europeu de Futebol
foi acompanhado pelos adeptos almadenses
no Parque Urbano Comandante Júlio Ferraz.
Foto-reportagem do Almada Cultural por extenso.




Obs: o Almada Cultural encontra-se em reestruturação.
Pedimos desculpa pelo incómodo.

quinta-feira, junho 19, 2008

Mesmo assim... Obrigado, Portugal!


Eu estou muito chateado com esta derrota (Portugal, 2 - Alemanha, 3).

Mas não estou chateado pela derrota. Num jogo como é (ou deve ser) o futebol, ganha-se e perde-se e nada disso é uma tragédia: é um jogo! E foi bonito enquanto durou! Concordo: obrigado Portugal, somos "campeões de coração"!

O que chateia é perder com a Alemanha (para perder, antes tivesse sido com a Holanda, com a Espanha ou, vá lá, com a Itália - que são as melhores equipas deste Euro 2008). E chateia perder com aqueles golos de "bola parada" para os quais já deviamos estar "vacinados" pelo menos desde o Euro 2004 (lembram-se daquele golo grego?...).

Eu lembro-me que, depois da final de 2004, um jogador português dizia que «se perdessemos com uma equipa que nos atacasse», tipo República Checa, ainda vá lá... (se não me engano, quem disse isso foi o Rui Costa... mas posso estar enganado...).

Desta vez até perdemos com uma equipa que ataca (e que, tal como nós, tem na defesa o seu ponto fraco).

O problema foi (como sempre...) o excesso de confiança.

Recordo-me, também, que nos anos 70 e 80 (do século passado, pois...) quando as equipas portuguesas jogavam em competições da UEFA, os adversários diziam sempre, antes do jogo, que "os portugueses são favoritos, porque têm melhor técnica e são melhores que nós".

"A gente", equipas portuguesas, acreditava e... ganhavam eles, os menos ingénuos adversários.

Desta vez, diziam os alemães (e não só os alemães, está bem...) que Portugal era favorito, que tinhamos os melhores jogadores do mundo...

E o pior é que (penso eu de que...como diz o outro) até os jogadores da selecção acreditaram nisso.

A coisa não podia ter acabado de outra forma? Se calhar, até podia.

Mas eu, nestes casos, lembro-me sempre daquela frase cirecense:
«Qualquer distracção é a morte do artista!».

E, sim: estou triste que nem um cão.
(Sem ofensa para o cão...)

quarta-feira, junho 18, 2008

O arrastão, o eixo do mal (ou os suspeitos do costume)... e... olha, e eu, prontos!


É assim: um dos programas que eu gosto mais de ver na TV é O Eixo do Mal.

Passa na SIC Notícias duas vezes por semana (nã me perguntem em que dias: procurem vocês).

O Arrastão é o blogue de um dos... hããã... comentadores?... desse programa de... huumm... debate político?...
É ele - o comentador que tem esse blogue - o Daniel Oliveira. Que eu não conhecia de lado nenhum antes de o ver na TV (aliás, continuo a não conhecer: só o vejo na TV). Mas que gosto muito de ouvir (enfim, de ver) naquele programa de... prontos, de debate político, tá bem.
Acontece que o senhor Oliveira tem, no seu blogue, ligações a muuuuitos outros blogues, de todo o país (enfim, quase) e, no caso de Setúbal (distrito), não se esqueceu de incluir os deste vosso amigalhaço, a saber: o Debaixo do Bulcão, e este, Coisitas do Vitorino (esqueceu-se de outras, que também são da casa, mas prontos, a gente desculpa...).
E derivado a isso, a ele ter linkado estes, eu vejo-me agora obrigado a dizer qualquer coisita sobre o assunto. Assim tipo obrigadinho, pá, e prontos, sendo assim falo também no Arrastão para não parecer mal, não é, e...
A chatice é que não posso dar ares de muito entusiasta desse blogue e das intervenções públicas do seu autor (apesar de, na verdade, apreciar ambos). Porque o tipo é bloquista e eu cá não sou, estão a ver?
Pois, é isso!
E não é nada porreiro, isso, pá!


(Explicação deste "post", para quem precisar dela: metam-se na fila para os neurónios, meus caros, e aproveitem que o sentido de humor está em promoção! A sério: "eles" andam a oferecer dois quilos de sentido de humor por cada 150 gramas de neurónios prontos a ser utilizados. Aproveitem! Vá lá: é boa altura para ficarem inteligentes...)

Estou farto de ignorantes e/ou hipócritas (riscar o que não lhes interessa)

Recebi numa das minhas caixas de correio e a despropósito do acordo ortográfico, a extraordinária mensagem que passo a transcrever:

«A Minha Pátria é a Língua Portuguesa
Petição contra acordo ortográfico!
De fato, este meu ato refere-se à não aceitação deste pato com vista a assassinar a Língua Portuguesa. Por isso ... por não aceitar este pato ... também não vou aceitar ir a esse almoço para comer um arroz de pato ... A esta ora está úmido lá fora ... por isso , de fato lá terei hoje de vestir um fato ..

Concorda com o modo de escrever acima exemplificado?
Se não concorda, clique na imagem que se segue e assina:


»
(fim de citação)


Ora bem... tenho meia dúzia de coisas a afirmar sobre este assunto:

1 - O acordo ortográfico vai eliminar as consoantes "mudas". Isso quer dizer que não vamos escrever as letras que não vocalizamos. Como em ato, ou úmido (não dizemos acto, nem lemos o agá de húmido).

2 - No entanto, as consoantes de pacto e de facto não são mudas - não o são, pelo menos, e que eu saiba, no português que se fala em Portugal. POR ISSO MESMO, EM PORTUGAL, VAMOS CONTINUAR A ESCREVER PACTO E FACTO - PORQUE É DESSA MANEIRA QUE FALAMOS! Tal como no Brasil ninguém vai deixar de escrever decepção - quando a letra P (pê) se vocaliza assim mesmo, no português que é falado no Brasil!

3 - Por outro lado, acho muita piada ao facto de o autor (ou autora) da mencionada mensagem de e-mail se armar em mandatário (ou mandatária) de Camões, Eça e Pessoa. Como se o português que eles falavam e escreviam fosse "o puro", "o autêntico", enfim: A Língua Portuguesa (com maiúsculas, que é mais solene). O português-padrao, intocável, portanto.
4 - Português-padrão, intocável? Mas... qual deles? O português de Camões (que escrevia "entre gente remota edificarão / novo reino, que tanto sublimarão" - referindo-se ao pretérito, e não ao futuro)?
O português de Pessoa (que escrevia "janella" com dois éles, e "á chuva", com o acento para o lado direito)? Ou o português do Eça? Ou o da physica e da pharmácia?

5 - Eu aceito que se possa ser contra o acordo ortográfico. Claro que sim! Certamente haverá razões para tal. Mas, então, expliquem que razões são essas. Não venham é com argumentos perfeitamente falaciosos.
6 - Concordem ou não comigo, não vale a pena clicarem na imagem seguinte, porque ela não vos leva a nenhum abaixo assinado. Nem mesmo a um que anda por aí a circular, pedindo uma mais rápida implementação do acordo. Eu não assinei - mas, francamente, com tantos "velhos do restelo" a argumentar com disparates tais como os supracitados... olhem que já tive vontade de o fazer!


PS (ou, se preferirem, digamos antes "mais uma coisita"): isto não é nenhuma crítica a quem me reenviou o "mail". Espero, no entanto, que quem o fez pense melhor da próxima vez, para não andar a espalhar por aí coisas disparatadas e desnecessárias. Já há muito anormal a fazer isso; logo, não precisamos nós - pessoas inteligentes e minimamente decentes - de o fazer também. Certo?

quinta-feira, junho 12, 2008

Debaixo do Bulcão 33 - está quase...

(capa de Jorge Feliciano)
A edição número 33 do Debaixo do Bulcão poezine está quase pronta. E isto é, afinal, uma boa novidade: só falta o quase.

A partir da próxima semana, os poemas desta edição vão estar disponíveis no blogue

http://debaixodobulcao.blogspot.com/

e em locais seleccionados da cidade de Almada (a anunciar brevemente).

quarta-feira, junho 11, 2008

Não há combustíveis? Não faz mal: há futebol!


No dia em que a luta dos camionistas endureceu, e em que há notícias de falta de combustível nos postos de abastecimento e mesmo de alguma escassez de produtos alimentares... Bah! Temos futebol!



Portugal ganhou (3-1) à República Checa e, com a derrota da Suiça frente à Turquia (tenho pena, porque até gosto da Suiça), ficámos desde já apurados para os quartos-de final!
Em Almada, o Parque Urbano Comandante Júlio Ferraz encheu-se de adeptos para apreciar o (grande) jogo.




E estavam por todo o lado!... Ate mesmo onde, se calhar, não seria lá muito boa ideia estarem...
Só que, infelizmente, parece que há sempre um bando de anormais disposto a estragar a festa. Neste caso, um grupinho que irrompeu pela multidão e fez com que o pessoal que lá estava debandasse.
As imagens seguintes são do momento em que isso aconteceu (admito que talvez não se perceba muito bem: eu também fui apanhado de surpresa).





Não sei se assaltaram ou agrediram alguém. Mas pelo menos assutaram. E quase iam estragando a festa.
Mas - azar o deles!... - não estragaram!!!

Sobre a luta dos camionistas portugueses:


1 - A reivindicação do "gasóleo profissional" é antiga e - na minha opinião - justa.


2 - Com a actual "crise" dos combustíveis (melhor dizendo: "crise" de especulação financeira sobre o preço dos combustíveis), os camionistas tiveram um "bónus" imprevisto nas suas reivindicações. E fazem muito bem em aproveitá-lo, digo eu.
3 - Os "cidadãos comuns" deste país também ficaram indignados com os abusivos aumentos dos preços dos combustíveis. E, num primeiro momento, manifestaram-se todos (manifestamo-nos todos) a favor da luta dos camionistas. Mas agora, que essa luta está a ter como resultado a falta de combustíveis nas bombas e, em breve, a falta de produtos frescos nos mercados e nas "grandes superfícies comerciais", já se começa a ouvir dizer que "sim, está bem, eles têm razão para esta luta... até certo ponto!". Ou seja: lutem lá, mas não nos incomodem. O "certo ponto" é esse mesmo: a partir do momento em que nós também temos alguma coisa a ver com o asunto, alto e pára o baile! Chateiem lá os políticos, mas não nos incomodem a nós, e deixiem-nos lá fazer a nossa vidinha.
4 - Como se a luta dos camionistas fosse apenas um espectáculo para a gente ver nas notícias da televisão, e para "torcer" por eles - os bons dos camionistaS - na sua luta contra os outrso - os maus do Governo.
5 - Eu - que, como já disse, concordo, na generalidade, com as reivindicações dos camionistas - tenho dúvidas quanto à forma como a luta está a ser feita, e por acaso (enfim, não é nada por acaso...) até alinho pela posição da CGTP sobre o assunto. Explicada aqui num "take" da agência Lusa:
A CGTP defendeu hoje que qualquer compromisso que venha a ser assumido pelo Governo para resolver a situação dos transportadores não pode ser feito à custa das obrigações patronais perante a Segurança Social e o fisco.Em comunicado, a CGTP refere que qualquer compromisso que venha a ser assumido pelo Governo "não pode deixar de ter em conta a necessidade de resolver os problemas laborais e sociais dos trabalhadores do sector".A central sindical considera que as empresas do sector têm sistematicamente recusado a negociação da revisão do contrato colectivo de trabalho.Ressalvando que as razões que assistem aos empresários no sentido de garantir a rentabilidade das empresas "são compreensíveis", a CGTP entende, no entanto, "que as suas reclamações não podem, de forma alguma, pôr em causa os direitos dos trabalhadores"."Está-se, na verdade, perante um lock-out (impedir a entrada), passivamente aceite pelo Governo, que está a negar o direito ao trabalho a muitos trabalhadores ou a levar outros a colaborar em objectivos que nada têm a ver com os seus interesses", afirma a central sindical liderada por Manuel Carvalho da Silva.A CGTP adianta que as consequências da paralisação dos transportes rodoviários de mercadorias são já sentidas em alguns sectores da economia e na vida quotidiana da população, "sem que o Governo tenha atempadamente tomado quaisquer medidas que prevenissem a gravidade da actual situação".As empresas de transportes rodoviários de mercadorias que não se revêem na ANTRAM estão paralisados desde segunda-feira, impedindo a circulação de muitos camiões pelas estradas portugueses, cujas consequências ao nível do abastecimento estão já a fazer-se sentir nalguns postos de abastecimento de combustíveis e supermercados.A paralisação começou às 00:00 de segunda-feira, levando à imobilização de viaturas de mercadorias ou a realização de marchas lentas.O protesto contra o aumento do preço dos combustíveis não conta com o apoio da direcção da Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), que argumenta que as "negociações com o Governo ainda não estão esgotadas".As reivindicações da comissão mediadora dos transportadores incluem a criação do gasóleo profissional, com equiparação de preços entre Portugal e Espanha, a diferenciação positiva fiscal, ajudas de custo e o incentivo à renovação das frotas.O governo pediu domingo aos empresários do sector dos transportes que mantenham "uma posição responsável e propiciadora do normal prosseguimento das negociações" que decorrem com a ANTRAM, sobre o preço dos combustíveis.Em Espanha e França protesta-se pelas mesmas razões, mas sob a forma de greve.


TSM.Lusa/fim

terça-feira, junho 10, 2008

Jorge Palma - Portugal, Portugal

Tiveste gente de muita coragem

E acreditaste na tua mensagem

Foste ganhando terreno

E foste perdendo a memóriaJá tinhas meio mundo na mão

Quiseste impor a tua religião

E acabaste por perder a liberdade

A caminho da glória

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar

Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar

Tiveste muita carta para bater

Quem joga deve aprender a perder

Que a sorte nunca vem só

Quando bate à nossa porta

Esbanjaste muita vida nas apostas

E agora trazes o desgosto às costas

Não se pode estar direito

Quando se tem a espinha torta

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar

Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar

Fizeste cegos de quem olhos tinha

Quiseste pôr toda a gente na linha

Trocaste a alma e o coração

Pela ponta das tuas lançasDifamaste quem verdades dizia

Confundiste amor com pornografia

E depois perdeste o gosto

De brincar com as tuas crianças

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?

Tens um pé numa galera

E outro no fundo do mar

Ai, Portugal, Portugal

Enquanto ficares à espera

Ninguém te pode ajudar

(Rui Malheiro e Tiago Leitão)
em http://www.jorgepalma.web.pt/

domingo, junho 08, 2008

Como conheci, em 1981, o "Poeta Militante" José Gomes Ferreira


Em 1981 - era eu um teenager inconsciente... - fui à "Oficina de Cultura" (um espaço em Almada Velha que, anteriormente, tinha sido um mercado abastecedor e, mais tarde, foi transformado em Teatro Municipal), para apresentar um trabalho de final de ano lectivo: um espectáculo de teatro (porque estava numa turma do nono ano geral unificado, opção Teatro, com a professora Maria Santos). Não interessa muito para o caso, mas posso dizer-vos que era o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente - e posso dizer-vos, também, que naquela época "fazer teatro" não era lá muito bem visto pela população em geral, nem mesmo pelos jovens em particular (mas eu hei-de contar-vos essas histórias noutra ocasião).


Ora bem, o que interessa dizer, aqui e agora, é que, porque o espectáculo estava integrado na programação da Feira do Livro de Almada (que, nesse tempo, era organizada "a meias" pela Câmara e pelo Centro Cultural de Almada), tive a sorte de, nesse mesmo dia, encontrar-me por lá com um certo escritor chamado José Gomes Ferreira - de quem eu nunca tinha ouvido falar - e que estava a "dar autógrafos".


Melhor: a autografar os livros que nós, jovenzinhos da Escola Secundária de Almada tinhamos como "brinde", oferta da Câmara Municipal, por irmos actuar naquele evento (a escola a que me refiro é a actual Fernão Mendes Pinto, depois de quase ter sido baptizada como Alberto Araújo... bem, um dia também vos conto essa história).


E lá estava aquele senhor já velhinho, muito simpático, de longos cabelos brancos e... Pronto, talvez eu esteja a divagar (a memória prega-nos partidas lixadas)... Mas lembro-me bem que lá conversador era ele: depois de perguntar o nome à rapariga que estava à minha frente (e que tinha nome de flor - Dália, salvo erro), lhe explica que o pai dela devia ser anarquista, porque os anarquistas rejeitavam os tradicionais nomes cristãos.


Eu, que nunca tive jeito para fazer conversa - e que, na verdade, "era" o Parvo - tenho então a brilhante ideia de lhe perguntar que tipo de pai julgava ele que chamava Vitorino a um filho (reparem que, já nesses remotos anos 80, eu - que sou um António - estava tão habituado a ser tratado como Vitorino, que já assumia isso como "nome próprio", ou quase).


Ora, o grande José Gomes - que, como fiquei a perceber mais tarde, era um "inventor" e, aparentemente, "pelava-se" por desafios destes - começa por dizer que, para eu ter um nome assim, o meu pai devia ter sido republicano (a implantação da República foi em 1910, estavamos em 1981, e eu tinha 16 anos...). Mas, melhor que isso, começa a elaborar sobre o assunto, de uma forma tão "poética", que a sua companheira (que também estava presente nessa sessão de autógrafos) se vê obrigada a fazê-lo "descer à terra", com estas palavrinhas tão singelas e - naquele momento, tão certeiras: «já estás a inventar!». Tão certeiras que ele se calou, terminámos ali a nossa conversa, eu passei à frente (com o "Poeta Militante, volume 1", onde o autor tinha escrito - salvo erro, porque esse foi um dos livros que trataram de me "extraviar" - "para o camarada Vitorino, com 2 amizades do Poeta Militante José Gomes Ferreira"), e lá fui preparar-me para a minha actuação, com muita pena de não ter o poeta a ver o "meu" espectáculo (porque, disseram-nos, ele já estava demasiadamente "velhote" para subir escadas - e nós actuávamos na sala de cima da Oficina da Cultura).


(Ah, pois: tenho também muita pena de não ter fotos dessa actuação para vos apresentar aqui. Já as tive. Mas também fazem parte do lote de coisas que me "extraviaram"... São mais histórias, que talvez vos conte um destes dias).


Depois, quando cheguei a casa e li o livro, "a minha vida mudou" (para usar uma daquelas tiradas dramáticas que nós, poetas meridionais e emotivos, muito apreciamos...). Ou seja: a influência de José Gomes Ferreira na minha primeira (e primária) produção "literária" foi tão grande, que andei a escrever coisas com títulos tais como "Elegia de Azul e Sangue (ao Tejo)" e outros que, mesmo que eu ainda os tivesse comigo (não os tenho, e nem me vou dar ao trabalho de explicar porquê...) não vos iria mostrar, de maneira nenhuma!


E, com isto, não estou a "renegar" a importância que o "poeta militante" teve na minha formação (modesta, digamos) enquanto escritor. Nada disso! Apenas segui, mais tarde, outros caminhos - mais influenciado, julgo eu, por autores como Alexandre O'Neill e Alberto Pimenta.


Não nego, também, a importância que, na minha formação cultural (e cívica...) tiveram "coisas" como o poema Acordai - musicado para a Academia dos Amadores de Música pelo Maestro Fernando Lopes-Graça - que, por acaso, também tive o privilégio de conhecer, na transição da década de '80 para a década de '90 quando fui a sua casa, na Parede (localidade da linha de Cascais), gravar em vídeo uma entrevista feita por algumas pessoas que, pouco depois, deram origem ao Coral Canto Novo...


Mas deixemos isso: conto-vos também essa hitória, noutra ocasião.

Acordai!

Acordai

acordai

homens que dormis

a embalar a dor

dos silêncios vis

vinde no clamor

das almas viris

arrancar a flor

que dorme na raiz

Acordai

Acordai

raios e tufões

que dormis no ar

e nas multidões

vinde incendiar

de astros e canções

as pedras do mar

o mundo e os corações

Acordai

acendei

de almas e de sóis

este mar sem cais

nem luz de faróis

e acordai depois

das lutas finais

os nossos heróis

que dormem nos covais

Acordai!

Poema de José Gomes Ferreira
musicado por Fernando Lopes Graça,

para o Coro da Academia dos Amadores de Música

"Acordai - Mix"

em http://www.youtube.com/user/portiline

sábado, junho 07, 2008

GOOOOOOOOLOOO!!!!






Vá lá!... Portaram-se (muito) bem!
Agora vamos ver se mantêm este nível nos próximos jogos!

Umas palavrinhas sobre isto:


Hoje, dia em que começa o Euro 2008, parecia mal não dedicar umas palavrinhas ao evento, não é?

Pois então, e porque não quero ser acusado de falta de patriotismo (nem mesmo daquele patriotismo que nos foge facilmente para as "chuteiras" e que, amiúde, nos falta em ocasiões verdadeiramente importantes) aqui vão elas, as palavrinhas:

O futebol é, ou devia ser, apenas um jogo. Nos jogos, umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se (e, no caso do futebol, às vezes também se empata). É óbvio. E é por isso mesmo que, como dizia o João Pinto (o famoso defesa do F.C. Porto), "prognósticos, só no final do jogo".

Portanto, não é obrigatório ganhar sempre. Mas é obrigatório não defraudar as expectativas de quem nos apoia, suporta e "sofre" por nós.

Era bom que os jogadores da selecção portuguesa não se esquecessem disso.
E que joguem à bola. Afinal, é para isso mesmo que lá estão, não é?

Eu, nestas coisas do futebol (selecção nacional e Benfica) sou sempre muito cauteloso, e não coloco as minhas expectativas lá muito em cima. Mas - caramba! - com jogadores como Ricardo (o que defende os penalties, não o das grandes frangalhadas, bem entendido...), Ricardo Carvalho, Deco, João Moutinho, Nani, Quaresma, Nuno Gomes (sim, Nuno Gomes!), Simão Sabrosa, e deixa cá ver quem mais... pois, o Cristiano Ronaldo... só temos mesmo é que fazer alguma coisa de jeito neste Europeu!

Já merecíamos ver a nossa selecção trazer para cá um "caneco".
Mas, se não o conseguirem fazer, pelo menos - c'um caneco!... - não nos envergonhem, está bem?

quarta-feira, junho 04, 2008

Será desta?


A Câmara de Almada apresentou, há pouco tempo, um projecto para
a reconversão da frente ribeirinha do Ginjal (projecto que fiquei a conhecer lendo o semanário Notícias de Almada, cujas páginas reproduzo, com a devida vénia).





Acontece porém que eu, céptico como sou, fiquei a pensar cá com os meus botões: será desta?



É que, já nos anos 90 (do século passado, como se diz agora...) foi apresentado, com alguma pompa e circunstância, um outro ambicioso projecto para a requalificação daquela zona.




O projecto não passou do papel - aparentemente porque, havendo ali muitos interesses, de muitos proprietários, não foi possível conseguir acordo entre todos.




(Podem ler um trabalho que fiz para a revista Sem Mais, sobre esse assunto, clicando aqui:



http://vitorinices.blogspot.com/2008/06/reconverso-do-ginjal-um-projecto-dos.html)




Agora, a acreditar no que li no referido semanário (e não tenho razões para duvidar do mencionado artigo do supracitado órgão de comunicação social...) parece que desta vez é que é!




Mas será mesmo?

Reconversão do Ginjal: um projecto dos anos 90


Em 1995, a primeira peça jornalística que eu escrevi para a revista Sem Mais: a descrição de um ambicioso projecto para requalificar o Cais do Ginjal, em Almada. (E aviso já que não a escrevi tal como aparece nas páginas: foi corrigida - porque eu vinha da rádio, e tinha um estilo demasiado "telegráfico").





Como podem confirmar - se quiserem clicar nas imagens, para ler o respectivo texto - tratava-se de um projecto que tinha como objectivo mais que dar uma "cara nova" àquela zona histórica (e isso, na altura, foi muito criticado por quem acusava a edilidade de estar a "descaracterizar" ou mesmo a "destruir" o local).


O grande objectivo desse projecto da década de 90 era diversificar a base económica do concelho, que até aí estava muito "dependente" da indústria de reparação naval (particularmente da Lisnave, empresa que, poucos anos mais tarde, deixava de operar em território almadense).


Assim, havia a intenção de instalar ao longo do cais do Ginjal indústrias de artesanato e serviços culturais, a par de actividades mais "expectáveis", relacionadas, por exemplo, com a hotelaria, a restauração ou o turismo. E, no que dizia respeito ao turismo, havia a intenção de crial ali uma marina e uma zona de lazer onde poderíamos alugar barcos e remar. (Um aparte: quem me conheceu nesse tempo,sabe que eu adorava remar...).





Outro pormenor interessante: nesse projecto de meados dos anos 90, previa-se a elevação do actual cais para uma quota
superior, já a pensar numa eventual subida do nível das águas do rio, em consequência de (eventuais) alterações climáticas.



(E sim, admito que fui muito optimista e que me enganei redondamente ao escrever que a reconversão do Ginjal era um "processo
irreversível". Por outro lado, não era novidade para ninguém: fazia parte do programa eleitoral da CDU. Tal como o Metro Sul do Tejo, aliás... mas pronto, isso já é outra conversa.)